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Estado de Minas

Eduardo Cunha d� sinais de acordo para fazer dela��o premiada

Cunha contrata o criminalista Marlus Arns, que costurou os acordos de colabora��o de ex-executivos da Camargo Corr�a


postado em 21/10/2016 06:00 / atualizado em 21/10/2016 12:43

Escoltado por agentes armados e encapuzados, Cunha chega ao IML e cumprimenta jornalistas(foto: Heuler Andrey/AFP)
Escoltado por agentes armados e encapuzados, Cunha chega ao IML e cumprimenta jornalistas (foto: Heuler Andrey/AFP)
Bras�lia – O ex-presidente da C�mara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) contratou o advogado Marlus Arns, que atuou no acordo de dela��o premiada de empres�rios na Opera��o Lava-Jato. Ao deixar a sede da Superintend�ncia da Pol�cia Federal em Curitiba ontem, ap�s visitar o ex-deputado, o criminalista Marlus Arns afirmou, no entanto, que dela��o premiada ‘n�o foi tema de conversa’.

 Cunha passou a noite sozinho em uma cela de 12 metros quadrados e, pela manh�, foi levado ao IML da capital paranaense para exame de corpo de delito. O pol�tico entrou no local escoltado por policiais federais fortemente armados e encapuzados, diferentemente da v�spera, quando os agentes que acompanharam o ex-deputado chamaram a aten��o pelo visual descontra�do. O deputado cassado vestia terno cinza e camisa social, sem gravata. Ao descer da viatura, cumprimentou as dezenas de jornalistas e cinegrafistas com um “bom-dia para voc�s”. O exame durou oito minutos. Ao sair, Cunha comentou em voz baixa sua pris�o: “� uma decis�o absurda”.

 

O ex-deputado contratou tr�s escrit�rios para sua defesa, entre eles o de Marlus Arns. O advogado vai entrar com habeas corpus em favor do cliente no Tribunal Regional Federal da 4ª Regi�o (TRF4), que mant�m jurisdi��o sobre a 1ª inst�ncia da Lava-Jato, em Curitiba – todos os recursos e outras medidas contra atos do juiz federal S�rgio Moro s�o submetidos ao TRF4.

Arns costurou os acordos de colabora��o dos executivos Dalton Avancini, Eduardo Leite e Paulo Augusto Santos, da Camargo Corr�a, e do empres�rio Jo�o Bernardi Filho, todos investigados na Lava-Jato. Bernardi Filho foi o primeiro ex-executivo da Odebrecht a fechar acordo de dela��o premiada com a Lava-Jato, em outubro do ano passado.

Marlus tamb�m � respons�vel pela defesa t�cnica de Cl�udia Cruz, mulher de Eduardo Cunha. A jornalista, acusada de lavagem de dinheiro, tamb�m � representada pelo criminalista Pierpaolo Bottini. Segundo den�ncia do Minist�rio P�blico, Cl�udia teria evadido cerca de US$ 1 milh�o por meio de contas secretas no exterior abastecidas por seu marido com dinheiro da corrup��o na Petrobras.

Ainda no universo da Lava-Jato, Marlus fez a defesa t�cnica de Ivan Vernon, ex-assessor parlamentar do ex-deputado Pedro Corr�a (PP-PE), de Val�rio Neves – ligado ao ex-senador Gim Argello (PTB-DF) –, e de Jo�o Cl�udio Genu, assessor do ent�o deputado do PP Jos� Janene (morto em 2010), apontado como o mentor do esquema de cartel e propinas na Petrobras.

Pris�o

 

S�rgio Moro determinou a pris�o de Eduardo Cunha ao acolher os argumentos da for�a-tarefa da Lava-Jato de que, em liberdade, o ex-deputado representa um “risco para a instru��o do processo e para a ordem p�blica”. O ex-deputado foi capturado preventivamente na garagem do pr�dio onde ele ocupava um apartamento funcional da C�mara na Asa Sul, em Bras�lia, por volta de 13h15 de quarta-feira.


Em busca de US$ 13 milh�es


O ex-presidente da C�mara tem pelo menos US$ 13 milh�es (R$ 40 milh�es) em patrim�nio oculto e n�o localizado, segundo a for�a-tarefa da Opera��o Lava-Jato. No pedido que levou � pris�o do ex-deputado, os procuradores afirmam que os bens do peemedebista s�o 53 vezes maiores do que o declarado e que pode haver outras contas ainda n�o descobertas nos Estados Unidos.

Uma frota de oito carros utilizados pela fam�lia soma R$ 1,3 milh�o. Entre esses carros est�o um Porsche Cayenne 2006, no valor de R$ 310 mil, e outro do mesmo modelo, de 2013, no valor de R$ 375 mil. E, para o Minist�rio P�blico, ao menos parte foi comprada com dinheiro do doleiro L�cio Bolonha Funaro, preso em Bras�lia por ordem do STF.

No pedido de pris�o apresentado ao juiz S�rgio Moro em 10 de outubro, os procuradores do MPF lembram que Cunha afirmou ao banco Merril Lynch, em 2008, que tinha US$ 11 milh�es em bens. No entanto, ao abrir a conta em nome da offshore Triumph SP revelou patrim�nio de US$ 20 milh�es. Seriam R$ 64 milh�es, na cota��o calculada pela for�a-tarefa da Lava-Jato, ou seja 53 vezes maior que os R$ 1,2 milh�o declarados por ele em 2007.

At� o momento, a Justi�a conseguiu obter apenas 2,34 milh�es francos su��os (cerca de R$ 9,4 milh�es) em contas de Cunha na Su��a. No entanto, os procuradores entendem que h� pelo menos US$ 13 milh�es (R$ 40 milh�es) n�o localizados. “As demais contas su��as foram fechadas pelo ex-deputado federal, sendo que permanece oculto um patrim�nio de aproximadamente US$ 13 milh�es”, anotam os integrantes da for�a-tarefa no pedido de pris�o.

O defensor de Funaro nega que seu cliente, considerado “operador de propinas de Cunha”, pagou carros para o ex-deputado. “Todos esses carros foram objeto de contrato entre o L�cio e o Eduardo”, disse Daniel Gerber. “Todos os contratos foram registrados, declarados, oficiados e devidamente cobrados. N�o existe absolutamente nada de il�cito nessa situa��o. O Minist�rio P�blico usa isso, neste momento, exclusivamente, para angariar manchete.”

Empr�stimo para despistar


A for�a-tarefa da Opera��o Lava-Jato tamb�m identificou um empr�stimo de R$ 250 mil da Igreja Evang�lica Cristo em Casa para Cl�udia Cruz, mulher de Cunha. No pedido de pris�o do peemedebista, a Procuradoria da Rep�blica, no Paran�, destaca um “empr�stimo simulado com estratagema para lavagem de dinheiro”.

A Cristo em Casa pertence ao radialista Francisco Oliveira da Silva, ex-deputado federal e aliado de Cunha. “A partir da declara��o do Imposto de Renda de Cl�udia Cruz, identificou-se a declara��o de um empr�stimo supostamente contra�do junto a Francisco Oliveira da Silva, de R$ 250 mil no ano de 2008. Contudo, realizada a quebra de sigilo banc�rio de Cl�udia Cruz e de Francisco Oliveira da Silva, n�o foram identificados relacionamentos financeiros entre as partes”, observam os procuradores.

“Ao que tudo indica, Francisco Oliveira da Silva jamais emprestou dinheiro a Cl�udia Cruz, sendo l�gico que a simula��o do contrato de m�tuo serviu apenas como uma fraude para dar lastro para o ingresso de recursos esp�rios provenientes dos crimes praticados por Eduardo Cunha no patrim�nio da investigada”, aponta a Lava-Jato.

Em depoimento � Lava-Jato, em abril deste ano, Cl�udia Cruz declarou que conhece Francisco Oliveira da Silva, presidente da Igreja Evang�lica Cristo, e que “nunca teve situa��o de necessidade financeira”. A mulher de Cunha foi questionada sobre o empr�stimo e disse, na ocasi�o, nada saber “sobre este fato”.

 

Enquanto isso...

…”fora, Cunha” at� no WhatsApp


Logo ap�s a not�cia de sua pris�o, o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) foi exclu�do do grupo de WhatsApp formado pela bancada do PMDB na C�mara. Apesar de ter o mandato cassado h� mais de um m�s, ele ainda era membro do grupo no aplicativo. Segundo relatos de parlamentares do partido, o deputado Hildo Rocha (PMDB-MA), administrador do grupo, excluiu Cunha �s 13h35, cerca de meia hora depois da pris�o e ap�s saber que a PF havia apreendido o celular do ex-deputado. Com a exclus�o, os investigadores n�o ter�o mais acesso �s novas conversas da bancada, embora possam ver debates anteriores, de quando Cunha ainda era membro do grupo. Correligion�rios do ex-deputado tamb�m evitaram comentar a pris�o no grupo da bancada no WhatsApp. De acordo com relatos de parlamentares peemedebistas, o assunto foi pouco falado nas conversas do grupo. Os deputados do partido optaram por comentar o tema em conversas reservadas no aplicativo ou em liga��es telef�nicas.


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