
Horas depois de chegar a Bras�lia, na quinta-feira, 20, vindo de uma viagem � �ndia e ao Jap�o, o presidente Michel Temer telefonou para l�deres da base aliada e pediu apoio para a nova vota��o da Proposta de Emenda � Constitui��o (PEC) 241, que limita em 20 anos os gastos p�blicos.
A PEC ser� levada ao plen�rio da C�mara, na ter�a-feira, 25, em segundo turno, antes de seguir para o Senado. O governo tenta agora conquistar 400 votos para indicar que a Lava Jato n�o atrapalha o ritmo do Congresso.
O receio � de que um placar menor do que os 366 votos obtidos na primeira etapa da vota��o, no dia 10, indique perda de controle do Planalto sobre a base e provoque d�vidas no mercado em rela��o � retomada da estabilidade. Para aprovar a PEC s�o necess�rios 308 votos.
"Para que possamos atrair investimentos, temos de dar confian�a. E essa confian�a s� se d� com lideran�a pol�tica", disse o chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha.
O ministro admitiu a apreens�o do governo. "� claro que tem preocupa��o. Queremos ter um desempenho ainda melhor do que os 366 votos. Isso � uma sinaliza��o interna e externa de que n�o tem mais crise pol�tica."
O assunto Cunha, por�m, virou tabu no governo. Em reuni�o na quinta-feira, 20, com ministros, Temer refor�ou a ordem - j� transmitida por telefone, ainda em viagem - para que ningu�m comentasse o epis�dio. Auxiliares do presidente repetem o mantra "a vida continua".
Nos bastidores, no entanto, h� o temor dos pr�ximos cap�tulos. Antes de ser preso, o ex-presidente da C�mara disse com todas as letras a aliados: "Vou explodir o Moreira". Era uma refer�ncia ao secret�rio executivo do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), Moreira Franco.
Em setembro, dias ap�s perder o mandato, Cunha afirmou ao jornal O Estado de S. Paulo que Moreira era o "c�rebro" do governo Temer e o acusou de estar por tr�s de irregularidades para financiar obras do Porto Maravilha, no Rio. Argumentou, ainda, que o programa de concess�es de Temer nascia "sob suspei��o". Moreira negou as acusa��es.