Bras�lia – Panos quentes na crise entre os tr�s poderes. Protagonista da tens�o criada nos �ltimos dias entre o Executivo, o Legislativo e o Judici�rio, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), aproveitou evento sobre seguran�a p�blica, promovido pelo presidente Michel Temer no Minist�rio das Rela��es Exteriores, para distribuir afagos � presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), C�rmen L�cia Antunes Rocha. Ele disse ter muito orgulho de ser presidente do Congresso Nacional no momento em que ela preside a Suprema Corte do pa�s. Renan e L�cia trocaram farpas p�blicas ap�s o senador chamar de “juizeco” o juiz titular da 10ª Vara Federal do DF, Vallisney de Souza Oliveira, respons�vel por autorizar a Opera��o M�tis, deflagrada na �ltima sexta-feira, nas depend�ncias do Senado, que prendeu quatro policiais legislativos e apreendeu documentos.
No dia seguinte � rea��o de Renan, sem cit�-lo, a presidente do STF afirmou ser “inadmiss�vel” que um juiz seja “diminu�do” ou “desmoralizado” fora dos autos. “Todas as vezes que um juiz � agredido, eu e cada um de n�s, ju�zes, � agredido. E n�o h� menor necessidade de, em uma conviv�ncia democr�tica livre e harm�nica, haver qualquer tipo de questionamento que n�o seja nos estreitos limites da constitucionalidade e da legalidade. O Poder Judici�rio forte � uma garantia para o cidad�o. O Brasil � pr�digo em leis que garantem que qualquer pessoa possa questionar pelos meios recursais pr�prios os atos. O que n�o � admiss�vel � que fora dos autos qualquer juiz seja diminu�do ou desmoralizado porque, como eu disse, onde um juiz � destratado, eu tamb�m sou, qualquer um de n�s, juiz, �”, afirmou C�rmen, que disse ainda que o Poder Judici�rio “exige” ser respeitado pelos demais poderes.
“Foi uma reuni�o muito produtiva. Aproveitei a oportunidade para cumprimentar respeitosamente a presidente C�rmen L�cia em nome do Congresso e do povo de Alagoas. Disse que tinha muito orgulho e que ia levar isso para a vida toda o fato de conviver com ela como presidente do Supremo Tribunal Federal. Ela � exemplo do padr�o de car�ter a ser seguido pelos brasileiros”, afirmou Renan, ap�s deixar o encontro.
P�gina virada
Questionado se a partir da reuni�o de ontem, em que foram discutidas propostas para a seguran�a p�blica, o imbr�glio poderia se considerado “p�gina virada”, o senador respondeu: “O clima foi ameno e respeitoso. A reuni�o foi muito boa. Fizemos sugest�es e o encontro � um exemplo a ser seguido. Mas n�o sei o que vai acontecer”.
O evento tamb�m contou com a presen�a do ministro da Justi�a, Alexandre de Moraes. No dia da Opera��o M�tis, que deteve quatro policiais legislativos no Senado sob acusa��o de fazer rastreamento ilegal de escutas telef�nicas para obstruir as investiga��es da Opera��o Lava-Jato, Renan declarou que os agentes do Senado haviam extrapolado as suas compet�ncias.. As declara��es do ministro revoltaram Renan, que o chamou de “chefete de pol�cia” em entrevista coletiva.
No mesmo dia, o senador disse que teria dificuldades de participar de qualquer encontro com o ministro. Ao ser o questionado sobre o epis�dio, Renan minimizou e ressaltou que exerce o cargo dele de forma plena. “Meu cargo n�o possibilitada isso. Tenho que exerc�-lo na plenitude, at� o final. Sentei com ele e com todos os ministros, porque isso � impessoal. O importante � focar no interesse nacional”.