
Al�m de Belo Horizonte, outras tr�s cidades mineiras tamb�m v�o �s urnas hoje para eleger seus prefeitos em uma das elei��es mais baratas j� registradas nos �ltimos tempos. Juntos, os seis candidatos �s prefeituras de Contagem, Juiz de Fora e Montes Claros gastaram at� sexta-feira, �ltimo dia do hor�rio eleitoral, cerca de R$ 6,4 milh�es nos dois turnos. Ao todo essas tr�s cidades somam cerca de 1,02 milh�o de eleitores. Em todo o Brasil, o segundo turno envolver� 57 cidades, das quais 18 capitais.
Em Juiz de Fora, na Zona da Mata, com 392,6 mil eleitores, a �ltima pesquisa eleitoral recente do Ibope apontava vantagem do prefeito, Bruno Siqueira (PMDB), sobre a advers�ria, a deputada federal Margarida Salom�o (PT), repetindo a dobradinha do segundo de 2012. Mas em Contagem, na regi�o metropolitana, e Montes Claros, no Norte de Minas, os atuais prefeitos encontram dificuldade para permanecer no cargo. No munic�pio da Grande BH, terceiro maior col�gio eleitoral mineiro, com 443,5 mil eleitores, o atual prefeito, Carlin Moura (PCdoB), deve ser derrotado.
Ele concorre no segundo turno com seu ex-secret�rio de Desenvolvimento Econ�mico Alex de Freitas, que deixou o PSB em 2015 para se filiar ao PSDB e disputar a elei��o. Segundo pesquisa do Instituto Giga, encomendada pelo Estado de Minas e registrada na Justi�a Eleitoral, Alex tem 71% dos votos v�lidos, contra 29% de Carlin, que foi para o segundo turno com uma diferen�a pequena em rela��o ao tucano.
Mesma situa��o se encontra Ruy Muniz (PSB), prefeito afastado de Montes Claros, cidade com 255,07 mil eleitores. De acordo com pesquisa recente do Instituto Multidados, o candidato Humberto Souto (PPS) aparece com 55%, contra 35% de Muniz. Al�m da desvantagem na pesquisa, Muniz ainda espera o julgamento do Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG) da sua chapa, cancelada em 16 de setembro. Muniz foi preso pela Pol�cia Federal em opera��o que investiga desvios de verbas da administra��o municipal. Muniz foi solto, mas voltou a ter novo pedido de pris�o expedido pela Justi�a Federal por causa de processo que investiga irregularidades na compra de im�vel da fam�lia. Durante a campanha, chegou a ser considerado foragido pela pol�cia. Depois do segundo turno, ele conseguiu autoriza��o do STF para responder em liberdade �s acusa��es.
ENDIVIDADOS Em todo o Brasil, daqui a pouco mais de dois meses, prefeitos de 5.568 munic�pios tomar�o posse para um novo mandato ou para a reelei��o, confrontados com um cen�rio desolador: como administrar cidades sem dinheiro para investir e, em alguns casos, sem recursos sequer para pagar os sal�rios do funcionalismo.
O problema se estende pelo pa�s, mas � dram�tico nas capitais. Dados levantados pela Frente Nacional de Prefeitos (FNP) mostram que as d�vidas destas cidades somam R$ 63 bilh�es. Apenas a cidade de S�o Paulo, que passar� a ser comandada pelo tucano Jo�o Doria, deve R$ 29 bilh�es. “Ser eleito prefeito, no atual momento em que o pa�s atravessa, significa poucas raz�es para comemorar”, resume o diretor de Documenta��o do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), Antonio Augusto de Queiroz.
Para a vice-presidente da Ideia Intelig�ncia, Cila Schulman, o tempo em que valia o mantra de que “se for tiver um bom projeto, o dinheiro vai aparecer” ficou para tr�s. “O setor p�blico est� quebrado; organismos internacionais, como o Banco Mundial, restringiram a oferta de cr�dito por conta da crise brasileira; e o setor privado est� endividado.” (Colaborou Paulo de Tarso Lyra)