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Estado de Minas

'Dif�cil calcular o tamanho do dano ao Pa�s', diz chefe da PF sobre corrup��o


postado em 31/10/2016 10:19 / atualizado em 31/10/2016 11:17

S�o Paulo - A Pol�cia Federal em S�o Paulo alcan�ou o marco de 92 opera��es especiais entre janeiro e outubro. Em todo o ano de 2015, foram deflagradas 68 miss�es dessa natureza, que miram em esquemas de corrup��o e tamb�m organiza��es do tr�fico internacional de drogas e outros il�citos contra a Uni�o.

"Batemos um recorde hist�rico", disse o delegado Disney Rosseti, superintendente regional da PF em S�o Paulo, h� um ano no cargo.

Na quinta-feira, 27, a PF deflagrou a Opera��o Boca Livre S/A, a 92.ª miss�o especial de 2016 - o alvo foram 29 empresas e institui��es financeiras supostamente envolvidas em desvio de recursos p�blicos via Lei Rouanet.

Em apenas seis grandes opera��es contra a corrup��o, este ano, as fraudes identificadas chegaram a R$ 325 milh�es. No �mbito dessas investiga��es, a Justi�a Federal ordenou o bloqueio de quantia aproximada de R$ 340 milh�es.

"Desde que a medi��o come�ou a ser feita, em 2003, este � o melhor resultado. Este ano j� estamos com 92 opera��es executadas, inclusive as que v�m de outros Estados (para cumprimento de medidas em S�o Paulo). S� do Estado de S�o Paulo, originadas aqui, s�o 54", contabiliza o chefe da PF.

O balan�o indica que, em dez meses de 2016, a PF em S�o Paulo executou 24 opera��es a mais que em todo o ano anterior.

� o maior n�mero da s�rie hist�rica - o recorde tinha sido registrado em 2014, com 71 opera��es especiais.

Entre as miss�es mais importantes no combate a malfeitos com recursos p�blicos, a PF em S�o Paulo deflagrou a Opera��o Custo Brasil, que pegou o ex-ministro do Planejamento Paulo Bernardo em supostas fraudes no �mbito de empr�stimos consignados - o rombo alcan�ou R$ 102 milh�es e a Justi�a Federal decretou o bloqueio de igual montante. A defesa de Paulo Bernardo nega il�citos a ele atribu�dos.

As equipes de Rosseti tamb�m foram �s ruas para executar a Opera��o Sevandija, cujo alvo maior � a prefeita do munic�pio de Ribeir�o Preto, D�rcy Vera (PSD). Sevandija investiga desvios de R$ 203 milh�es. A Justi�a ordenou o confisco desse montante.

Na Opera��o Boca Livre, deflagrada em junho - desdobrada na Boca Livre S/A no �ltimo dia 27 -, o rombo atinge R$ 28,7 milh�es, recursos supostamente desviados por uma organiza��o que fraudava conv�nios com base na Lei Rouanet.

Neste caso, a Justi�a decretou o sequestro de im�veis e ve�culos no valor aproximado de R$ 3,8 milh�es. A a��o da PF evitou preju�zo ao Tesouro de cerca de R$ 58 milh�es.

Met�dico e disciplinado, o superintendente tem valorizado a �rea de Intelig�ncia da institui��o. A estrat�gia para ampliar a produ��o 'e otimizar os trabalhos' come�a pela altera��o da estrutura da �rea de Intelig�ncia de todas as delegacias, diz o delegado Rosseti.

"Foram v�rias opera��es de combate � corrup��o com resultados importantes como o sequestro de valores das fraudes. Tivemos, ainda, uma miss�o importante de contraintelig�ncia, com pris�o e afastamento de alguns policiais que atuavam no combate a fraudes previdenci�rias, e um epis�dio ocorrido em Ribeir�o Preto. Nesses dois casos cortamos na pr�pria carne, uma depura��o necess�ria." "A prioridade n�o � s� o combate ao tr�fico de drogas, mas o combate � corrup��o", ele reafirma.

Apesar da larga experi�ncia em investiga��es contra o crime organizado, o delegado ainda se impressiona com a ousadia dos corruptos. "Algo que chega a ser dif�cil de mensurar, o tamanho do dano ao pa�s, por mais que a gente consiga mensurar bens apreendidos, valores apreendidos. O tamanho do impacto disso � dif�cil de mensurar. Basta ver a situa��o que o Pa�s atravessa."

O superintendente destaca que o enxugamento or�ament�rio n�o refletiu nas opera��es especiais. "Recursos de custeio continuamos tendo, n�o tem faltado verba para combust�vel, di�rias e passagens. Claro que a crise nos afeta no sentido de investimentos, mas a� n�o � s� a Pol�cia Federal. O Pa�s como um todo n�o tem dinheiro praticamente para investimento e reposi��o de pessoal."

O chefe da PF em S�o Paulo lembra que 'n�o est�o ocorrendo concursos na �rea federal'. Isso o preocupa. "Realmente nos preocupa, mas estamos fazendo frente � nossa miss�o. A interrup��o dos concursos nos afeta, o momento que o pa�s est� passando. A gente espera que as coisas de ajeitem o quanto antes."

Inqu�ritos encerrados


Sua primeira meta, ao assumir o comando da Superintend�ncia em S�o Paulo, foi enxugar o acervo de inqu�ritos antigos. At� 30 de setembro foram instaurados 11.713 inqu�ritos. O volume finalizado, em todo o Estado, foi de 11.338 inqu�ritos.

"A produtividade atingiu a marca de 97%", anota Rosseti. "Estamos mirando passar os 100%. � um aumento significativo em rela��o a 2015, que fechou com 92%."

Sobre sua mesa, Rosseti mant�m os dados que indicam a produ��o dos delegados, agentes, escriv�es, papiloscopistas, peritos e funcion�rios administrativos que comp�em o efetivo da superintend�ncia.

"Reduzimos o n�mero total de inqu�ritos, de 26 mil para 23 mil, em n�meros arredondados. Estamos conseguindo finalizar as investiga��es mais antigas. Havia um acervo de inqu�ritos abertos h� alguns anos que precisavam ter um desfecho. Acabamos com pend�ncias mais antigas."

As estat�sticas mostram que o maior n�mero de inqu�ritos � relativo a crimes fazend�rios - s�o cerca de 8 mil inqu�ritos.

Em seguida vem a Delegacia de Crimes Previdenci�rios, que combate fraudes na concess�o de benef�cios, com 3 mil inqu�ritos, aproximadamente.

Foragidos internacionais


O balan�o mostra, ainda, que o escrit�rio regional da Interpol em S�o Paulo � o que mais prende fugitivos internacionais no Brasil. Em 2015, foram capturados 19 estrangeiros. Em 2016, foram, at� aqui, 12 os fugitivos localizados e presos em S�o Paulo pela Interpol.

"O Brasil foi no ano passado o que mais prendeu no mundo. Este ano estamos caminhando para o mesmo rumo, uma nova marca. O Pa�s est� deixando de ser um atrativo para criminosos internacionais procurarem abrigo aqui, esconderijo para evitar a a��o da Interpol", destaca Rosseti.

Tr�fico de drogas


O superintendente aponta para uma outra meta de sua gest�o: o combate ao tr�fico internacional de drogas.

Nesta �rea, um outro recorde da PF paulista. Em 2015, foram apreendidas 24 toneladas de coca�na. "Este ano, s� no Estado de S�o Paulo, chegamos ao confisco de dez toneladas de coca�na. Principalmente, no Porto de Santos e no Aeroporto de Guarulhos batemos recordes hist�ricos de apreens�es e pris�es por tr�fico."

Para Disney Rosseti, "o trabalho repressivo tem que haver, mas a quest�o do tr�fico, sem sombra de d�vida, passa por uma a��o mais efetiva na redu��o dos usu�rios, no tratamento dos usu�rios". "At� porque se voc� reduz a quantidade de usu�rios, evidentemente, que a demanda ser� menor e diminui o tr�fico. Parece que � uma l�gica. Isso n�o quer dizer que n�o tem que ser feito o trabalho repressivo."

Disney Rosseti se declara um 'otimista'. "Otimismo n�o pode faltar de forma alguma. Tem que ter otimismo no Pa�s e na melhora cada vez mais no aspecto da seguran�a p�blica."


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