
O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a abertura de um novo inqu�rito para investigar o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). O pedido de abertura de inqu�rito foi encaminhado pela Procuradoria-Geral da Rep�blica (PGR) � Corte em fevereiro, mas houve demora na defini��o de quem seria o ministro relator respons�vel pelo caso. Com isso, Renan � oficialmente investigado em 12 casos - sendo que em um j� h� den�ncia oferecida.
Em despacho desta sexta-feira, Toffoli autorizou a realiza��o de dilig�ncias solicitadas pela PGR. Os investigadores querem mais informa��es sobre uma movimenta��o financeira de R$ 5,7 milh�es de Renan, considerada incompat�vel com a renda do parlamentar.
O caso tramita em segredo de justi�a no STF. A partir da abertura do inqu�rito, Pol�cia Federal e Minist�rio P�blico podem fazer dilig�ncias de investiga��o, como pedir novos depoimentos e solicitar quebra de sigilo banc�rio. Renan se torna investigado, neste caso, pelos crimes de peculato e lavagem de dinheiro.
A movimenta��o financeira suspeita foi identificada no curso de outra investiga��o, pela qual Renan j� foi denunciado ao STF por uso de documento falso e peculato. Na �poca, em 2007, o senador foi alvo de investiga��o por recebimento de propina para pagamento de despesas pessoais. Segundo a apura��o, a construtora Mendes J�nior teria arcado com a pens�o de uma filha em relacionamento extraconjugal do peemedebista com a jornalista M�nica Veloso.
Na ocasi�o, o peemedebista apresentou ao Conselho de �tica no Senado recibos de venda de gado em Alagoas para comprovar um ganho de R$ 1,9 milh�o - as notas foram consideradas frias pela Procuradoria. O esc�ndalo fez Renan Calheiros renunciar � presid�ncia do Senado em 2007, mas a den�ncia ainda n�o foi analisada pelo STF. O caso foi recentemente liberado por Fachin para o julgamento, no qual os ministros do Supremo ter�o de decidir se tornam Renan r�u em a��o penal. At� o momento, a den�ncia n�o entrou na pauta de julgamentos do plen�rio.
Durante as investiga��es, procuradores e pol�cia federal identificaram a movimenta��o financeira suspeita e pediram a abertura de uma nova frente de investiga��o. Inicialmente, o caso foi encaminhado ao ministro Edson Fachin, relator da den�ncia contra Renan no STF. Investigadores consideram que os dois casos s�o desdobramentos de uma mesma situa��o, apesar de oriundos de fatos diferentes. No STF, no entanto, o inqu�rito foi redistribu�do para Dias Toffoli.
Investiga��es
Al�m das duas apura��es que remontam ao esc�ndalo da propina envolvendo despesas pessoais de relacionamento extraconjugal, Renan Calheiros � alvo de 8 inqu�ritos no �mbito da Opera��o Lava Jato, incluindo a investiga��o por suposta forma��o de quadrilha para montar o esquema de corrup��o na Petrobras. Al�m disso, o presidente do Senado � alvo de um inqu�rito no �mbito da Opera��o da Zelotes e de mais um por suposto recebimento de benef�cios indevidos por desvio nas obras da usina de Belo Monte.
Em fevereiro, quando a PGR pediu a nova investiga��o ao Supremo para apurar a movimenta��o financeira de 5,7 milh�es, Renan afirmou que o inqu�rito era um filme "velho e repetido" e disse ter interesse em "esclarecer" os fatos.