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Estado de Minas

Cerver� cita Geddel e Renan em depoimento no processo contra ex-presidente Lula

O ex-diretor da Petrobras afirmou n�o saber se Lula tinha conhecimento das negocia��es de propina envolvendo a estatal.


postado em 24/11/2016 17:37 / atualizado em 24/11/2016 17:55

O ex-diretor de Internacional da Petrobras Nestor Cerver� citou nesta quinta-feira, 24, ao juiz federal S�rgio Moro, os nomes do ministro da Secretaria de Governo, Geddel Viera Lima, e do presidente do Senado, Renan Calheiros, no epis�dio em que o PMDB do Senado teria passado a dar sustenta��o pol�tica a ele no cargo, em troca de propinas para as campanhas do partido.

Delator da Opera��o Lava Jato, o ex-executivo da estatal foi a oitava testemunha de acusa��o ouvida no processo contra o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva, em Curitiba. O petista � acusado de corrup��o e lavagem de R$ 3,7 milh�es recebidos em forma de benesses pagas pela empreiteira OAS, no caso do apartamento tr�plex, do Guaruj� (SP).

Cerver� disse que ele foi indicado a diretor da Petrobras pelo ex-governador de Mato Grosso do Sul Z�ca do PT, que tinha proximidade muito grande com o ex-senador Delc�dio Amaral (ex-PT-MS). Ex-l�der do governo Dilma Rousseff, preso em novembro de 2015 tentando comprar o sil�ncio de Cerver�, Delc�dio virou delator da Lava Jato.

"Delc�dio tinha transito muito grande, ele tinha sido do PSDB. Inclusive, quem indicou ele para a Petrobras, em 1999, foi o PMDB, foi o pessoal do Geddel, o Jader Barbalho. E esse pessoal orientou o ministro Sillas (Rondeau, Minas e Energia), que fazia parte do grupo, que me procurasse", contou Cerver�, ao relatar como entrou na Petrobras. Jader seria o principal nome do grupo.

"O Sillas me procurou e disse, olha: temos o maior apresso pelo Delc�dio, me lembro da conversa, foi l� em Bras�lia, ele me convocou, ele era ministro. Eu conhecia o Silas, justamente pelo envolvimento com a quest�o termoel�trica, da Eletrobr�s, o Sillas foi diretor da Eletrobr�s. Mas n�s j� conversamos com Delc�dio, ele n�o tem nada a opor a esse copatroc�nio, s� que agora voc� tem compromisso com o PMDB", afirmou Cerver�, ao responder perguntas do Minist�rio P�blico Federal.

Cerver� relaciona esse apoio do PMDB ao p�s-mensal�o, quando seu padrinho direto, Delc�dio Amaral, teria perdido for�as no governo. Os acertos de propina teriam sido acertados com o ex-ministro de Minas e Energia Sillas Rondeau. "Com a ocorr�ncia do mensal�o, o PMDB, na figura do ministro Sillas Rondeau, que era ministro do PMDB, que entrou em substitui��o a ministra Dilma, que foi para a Casa Civil, ele me chamou e disse que o PMDB do Senado, porque havia essa divis�o, passaria a tamb�m me apoiar, ent�o eu acertei com ele. Foi quando eu conheci o Renan Calheiros."

PT e PMDB

"N�o houve uma mudan�a (de apoio pol�tico), houve uma reparti��o, uma divis�o. E a�, por conta disso, eu tive que atender, esse compromisso � uma via de duas m�os. Eu receberia o apoio, j� que o apoio do PT, especificamente o Delc�dio, estava desgastado, do PMDB do Senado, que era o grupo pol�tico mais forte do Pa�s, na �poca, e evidentemente eu teria que atender."

O delator voltou a citar um jantar em que ele teria sido apresentado aos membros do PMDB do Senado. "Inclusive eu fui junto com o doutor Paulo Roberto Costa (ex-diretor de Abastecimento da Petrobras), meu colega de diretoria tamb�m na linha que o Paulo tinha um enfraquecimento da parte pol�tica dele, que tinha sido indicado pelo (ex-deputado Jos�) Janene, do PP (morto em 2010). Ent�o tanto Paulo como eu passamos a ter esse patroc�nio do PMDB do Senado, e contrapartida teriam que atender os compromissos de campanha do PMDB do Senado. O que n�o anulou os compromissos que eu tinha com Delc�dio."

Em sua dela��o, homologada no final de 2015, Cerver� afirmou � Procuradoria-Geral da Rep�blica que pagou propina de US$ 6 milh�es aos senadores Renan Calheiros e Jader Barbalho, ambos do PMDB, em 2006. Na ocasi�o, o ex-senador Delc�dio Amaral recebeu cerca de US$ 800 mil. Cerver� disse que pagou propina em troca de apoio pol�tico para permanecer no cargo.

Segundo Cerver�, quem intermediou o pagamento desses valores foram os lobistas Fernando Antonio Falc�o Soares, o Fernando Baiano, e Jorge Luz, apontados como operadores de propinas do PMDB. "Que o declarante havia se comprometido com o PMDB, nas pessoas de Jader Barbalho e Renan Calheiros, a efetuar o repasse de US$ 6 milh�es para a campanha de 2006", registrou a Procuradoria-Geral da Rep�blica.

Lula

Cerver� disse n�o saber se Lula tinha rela��o com essa mudan�a, mas ouviu de membros do PMDB, citando nominalmente Jader Barbalho, que eles relataram ter avisado o ex-presidente.

"Lula sabia da utiliza��o da diretoria para fazer essa distribui��o de valores ao partidos?", quis saber a procuradora da Rep�blica Laura Tessler, da for�a-tarefa da Lava Jato.

"Eu n�o sei dizer, eu nunca conversava com o presidente Lula, minhas reuni�es foram sempre em conjunto com a diretoria, nunca tive uma conversa privada sobre esse assunto. Eu sei que ele tinha as reuni�es, e pelas conversas com o Jader, na �poca, falavam que j� tinham levado essa informa��o de que eu estava sendo apoiado pelo PMDB do Senado, mas n�o me disseram nada se havia informado o compromisso, quanto que eu teria de contribuir com isso."


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