
V�rios grupos usaram redes sociais para convocar as pessoas para o protesto, mas em cada um dos grupos aparecem v�rios temas apontados como motivo para levar a popula��o de volta �s ruas. Mas a principal bandeira dos atos – usada pela maioria dos grupos que organizam a manifesta��o – � a defesa da opera��o Lava-Jato. Na madrugada de quarta-feira, os deputados desfiguraram o pacote de leis de combate � corrup��o apresentado pelo MPF. Os parlamentares inclu�ram uma emenda no texto que possibilita a puni��o de magistrados e integrantes do MP por crime de abuso de autoridade e retiraram outros itens do pacote, suprimindo a��es que endureciam a legisla��o e simplificariam a tramita��o processual em casos de desvios de verbas p�blicas.
Os procuradores que fazem parte da for�a-tarefa da Lava-Jato reagiram no mesmo dia e dispararam contra a C�mara. Os procuradores Deltan Dallagnol e Carlos dos Santos Lima chegaram a dizer que, “caso a proposta de intimida��o de ju�zes e procuradores se tornasse lei”, eles renunciariam coletivamente �s investiga��es e abandonariam a opera��o.
Em uma das redes sociais que convoca manifestantes para o ato na capital mineira, o Vem Pra Rua BH, at� a tarde de ontem mais de 3,8 mil pessoas tinham confirmado presen�a na Pra�a da Liberdade e outras 4 mil afirmaram ter interesse em comparecer. Na pauta dos protestos em Minas, al�m do apoio � opera��o Lava-Jato, os organizadores pedem a abertura do processo na Assembleia Legislativa contra o governador Fernando Pimentel (PT).
Em S�o Paulo, o maior ato est� marcado para as 14h, na Avenida Paulista. No Facebook do grupo Vem Pra Rua, 114 mil pessoas confirmaram presen�a no evento. O grupo foi um dos principais articuladores das manifesta��es pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. O protesto contar� com um caminh�o e trios el�tricos que ficar�o pr�ximos ao Museu de Arte de S�o Paulo (Masp).
Em Bras�lia, na Esplanada dos Minist�rios, a Secretaria de Seguran�a P�blica do Distrito Federal informou que vai instalar pontos de revista para os manifestantes que v�o participar do ato em defesa das investiga��es do MP e da Pol�cia Federal. O Eixo Monumental ser� bloqueado entre a Rodovi�ria do Plano Piloto e o Congresso Nacional a partir das 7h e seguir� fechado at� duas horas ap�s o protesto. A manifesta��o est� marcada para 9h.
Segundo a Secretaria de Seguran�a do Governo do Distrito Federal, ela est� preparada para lidar com um p�blico de at� 25 mil pessoas, embora espere entre 15 mil e 20 mil manifestantes. Ao todo, ser�o 1,7 mil agentes de seguran�a destacados para o protesto, sendo 1,5 mil policiais militares. Na �rea do protesto ser�o proibidos objetos de madeira, itens cortantes, fogos de artif�cio e garrafas de vidro. Ser�o montados dois cord�es de vistoria no Eixo Monumental.
O Pal�cio do Planalto, que tem sido muito criticado ap�s o caso de tr�fico de influ�ncia que derrubou o ministro Geddel Vieira (PMDB), um dos nomes mais influentes no governo, vai acompanhar de perto as manifesta��es, mas s� deve se pronunciar se elas forem realmente numerosas. O presidente Michel Temer deve ficar em Bras�lia. (Com ag�ncias)
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For�a-tarefa � premiada no panam�
A for�a-tarefa da Lava-Jato e seus procuradores foram escolhidos ontem como a maior iniciativa contra a corrup��o no mundo e receber�o o pr�mio do ano da entidade Transpar�ncia Internacional. O an�ncio foi feito no Panam�, onde a organiza��o destacou os “esfor�os persistentes da Lava-Jato para acabar com a corrup��o end�mica no Brasil”. Para a entrega do pr�mio, os procuradores brasileiros foram at� o Panam�, com seus pr�prios recursos. A Transpar�ncia Internacional recebeu 560 nomea��es de iniciativas de combate � corrup��o em todo o mundo, entre elas a investiga��o conduzida por 185 jornalistas sobre os Panama Papers. A Opera��o Lava-Jato � a maior investiga��o de corrup��o e lavagem de dinheiro que o Brasil j� teve. As investiga��es tiveram in�cio em mar�o de 2014, na Justi�a Federal em Curitiba, sendo processadas quatro organiza��es criminosas lideradas por doleiros, que s�o operadores do mercado paralelo de c�mbio. Depois, o Minist�rio P�blico Federal recolheu provas de um imenso esquema criminoso de corrup��o envolvendo a Petrobras. Nesse esquema, que dura pelo menos 10 anos, grandes empreiteiras organizadas em cartel pagavam propina para altos executivos da estatal e outros agentes p�blicos. O valor da propina variava de 1% a 5% do montante total de contratos bilion�rios superfaturados. Esse suborno era distribu�do por meio de operadores financeiros do esquema, incluindo doleiros investigados na primeira etapa.