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Estado de Minas

'An�es do Or�amento' fizeram Odebrecht mudar estrat�gia no Congresso, diz delator

Em vez de pressionar parlamentares, passou-se a pressionar governadores ou prefeitos, respons�veis pela obra


postado em 12/12/2016 15:19 / atualizado em 12/12/2016 15:32

S�o Paulo, 12 - O ex-diretor de Rela��es Institucionais da Odebrecht Claudio Melo Filho afirmou em sua dela��o premiada que o c�lebre esc�ndalo dos "An�es do Or�amento", que sacudiu o Congresso e deixou Bras�lia em polvorosa em 1993, fez a empreiteira "mudar radicalmente sua forma de atua��o estrat�gica" nos bastidores da C�mara e do Senado.

"Nesse momento, os recursos para as obras passaram a ser aprovados e liberados diretamente pelo Poder Executivo, por meio da cria��o de dota��o or�ament�ria espec�fica, que n�o mais sofria influ�ncia individual de parlamentares", contou Melo Filho em sua dela��o premiada - documento que preenche 82 p�ginas.

Os "An�es do Or�amento" puseram de joelhos o Congresso apenas um ano depois do impeachment do ex-presidente Fernando Collor (1990/1992). Deputados manipulavam emendas do Or�amento Geral da Uni�o para desviar recursos p�blicos por meio de organiza��es sociais de fachada e empreiteiras.

O esc�ndalo surgiu a partir das revela��es do assessor da Comiss�o de Or�amento Jos� Carlos Alves dos Santos, preso na �poca sob suspeita de planejar o assassinato da pr�pria mulher.

O deputado baiano Jo�o Alves, ent�o do PFL, foi apontado como l�der da quadrilha. Para justificar sua fortuna ele alegou � Comiss�o Parlamentar de Inqu�rito ter ganho 56 vezes na loteria naquele ano.

Desde aquele per�odo, a Odebrecht j� se movimentava no Congresso em busca de facilidades em troca de propinas. O emblem�tico cap�tulo "An�es do Or�amento", no entanto, fez a empreiteira alterar seus procedimentos.

"Esse ocorrido ('An�es') consistiu na descoberta de que parlamentares, ao elaborarem o Or�amento Geral da Uni�o (OGU), apresentavam emendas individuais que no futuro seriam revertidas para recursos de obras. Apurou-se na CPI dos 'An�es do Or�amento' que parlamentares negociavam as emendas pelo recebimento de percentuais dos recursos que seriam futuramente repassados �s obras. A Odebrecht acabou envolvida no esc�ndalo, tendo, inclusive, sido realizada busca e apreens�o na resid�ncia de um de seus executivos � �poca."

Ele disse que, "pelo que escutou � �poca", as emendas eram levadas aos parlamentares por diretores comerciais (DC’s) e superintendentes (DS’s) "respons�veis pela apresenta��o e aprova��o".

"No momento em que os recursos aprovados eram transferidos para as obras, havia o repasse para o pol�tico respons�vel pela emenda, em porcentual previamente acordado (com os diretores). Fui informado pela empresa que os seguintes nomes tratavam, � �poca, sobre Or�amento: Ailton Reis, Jos� Carvalho Filho, Laerte Rabelo e Maur�cio Vasconcelos."

"Este acompanhamento e press�o pol�tica para as libera��es de recursos s�o feitos diretamente pelos DS’s e DC’s das respectivas obras junto ao Poder Executivo", afirmou Melo Filho.

Segundo ele, os diretores que atuaram ao longo do seu per�odo em Bras�lia, p�s-2004, atr�s de recursos foram Jo�o Pac�fico, Valter Lana e F�bio Gandolfo.

"A forma de atua��o dos DS’s e DC’s tamb�m mudou: ao inv�s de pressionar parlamentares, passou-se a pressionar os 'donos da obra' ou seja, os governadores ou prefeitos, para que estes pressionassem as suas respectivas bancadas estaduais", relata o delator.

"Quando cheguei na Odebrecht S/A, em 2004, sabendo do ocorrido no passado, acertei que n�o me envolveria com Or�amento Geral da Uni�o e nem com nenhuma forma de atua��o que envolvesse a libera��o de recursos, com receio da investida de parlamentares de uma �rea que n�o � de minha responsabilidade, ou seja, obras."


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