
O presidente Michel Temer afirmou nesta quinta-feira que acredita que a partir do segundo semestre do ano que vem o desemprego comece a cair. "N�o quero iludir ningu�m, mas esse ser� um tema que come�ar� a ser efetivado, consolidado, (...) pensando o que temos de proje��es, que a partir do segundo semestre do ano que vem � muito prov�vel que o desemprego venha a cair em fun��o das medidas que n�s estamos tomando", disse.
Segundo Temer, o governo sabe da "ang�stia do desemprego". "� uma coisa que perturba as pessoas no nosso pa�s. Cria sentimento de instabilidade muito grande", afirmou.
Ao fazer um balan�o das a��es de governo, Temer disse que "2017 ser� efetivamente um ano novo e n�o ser� a continua��o de 2016" e que o Executivo come�ou o combate � recess�o, que deve continuar apenas no come�o de 2017. "Mas 2017 ser� efetivamente o ano novo, ser� um ano que, se Deus quiser, vamos vencer a crise, e vencendo a crise, saindo da recess�o, obtendo crescimento, naturalmente voc� tem a empregabilidade", disse.
O presidente pediu ainda uma mentaliza��o positiva aos brasileiros na virada do ano. "2017 ser� um ano novo, de muita realiza��o, muita esperan�a, n�o s� para o governo, mas para todos os brasileiros", afirmou.
Ao fim da mensagem, ao ser questionado sobre o resultado do desemprego apresentado hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE), Temer afirmou que "preocupa enormemente". "Por isso que nosso objetivo ao fazermos essas medidas � justamente combater o desemprego."
De acordo com Pesquisa Nacional por Amostra de Domic�lios Cont�nua (Pnad Cont�nua), o Pa�s registrou patamar recorde de desempregados na reta final do ano, um total de 12,132 milh�es de pessoas em busca de uma vaga no trimestre encerrado em novembro, dentro da s�rie hist�rica da Pesquisa, iniciada em 2012.
Reformas
O presidente Michel afirmou, ainda, durante o balan�o do seu governo em 2016, que o apoio da base aliada no Congresso vai ser "important�ssimo" para que as reformas propostas pelo governo avancem no Congresso.
Segundo ele, a aprova��o da chamada PEC do Teto dos Gastos foi um passo importante, mas no pr�ximo ano o governo ter� que trabalhar em conjunto com os parlamentares para aprovar tanto a reforma da Previd�ncia como a trabalhista.
O presidente destacou que a moderniza��o da legisla��o trabalhista � um ponto fundamental para tirar o Pa�s da crise e, por ter sido pactuada com sindicatos e empregadores, dever� ter "f�cil tramita��o" no Congresso. Ele n�o teceu coment�rios sobre a Previd�ncia, que dever� encontrar forte resist�ncia entre os parlamentares.
FGTS
Em seu balan�o, Temer tamb�m destacou a import�ncia para a economia das medidas que foram anunciadas na semana passada, entre elas a possibilidade de as pessoas sacarem todo o dinheiro que t�m em contas inativas do Fundo de Garantia por Tempo de Servi�o (FGTS). "A medida permite aporte de dinheiro para quem teve conta paralisada e movimenta a economia", disse.
Ele tamb�m afirmou que o governo trabalhou para reduzir os juros rotativo do cart�o de cr�dito, que, segundo ele, era "exagerad�ssimo".
Em mais um destaque para a agenda positiva dos �ltimos dias, ele comentou a visita recente ao Nordeste, e disse que o governo tem trabalhado em a��es de combate a seca e que as obras do Rio S�o Francisco avan�ar�o no ano que vem.
Temer tamb�m lembrou do repasse aos Estados de R$ 1,2 bilh�o do Fundo Penitenci�rio Nacional (Funpen), anunciado na quarta-feira, e da san��o da Lei 13.409/16, que reserva vagas para pessoas com defici�ncia nos cursos t�cnicos de n�vel m�dio e superior das institui��es federais de ensino, publicada nesta quinta no Di�rio Oficial da Uni�o, tamb�m dentro da estrat�gia do governo de criar fatos positivos.
Estados
O presidente destacou tamb�m em sua mensagem de fim de ano que o veto ao projeto de recupera��o fiscal aos Estados da forma que chegou ao Executivo, depois de sua passagem pela C�mara, n�o tinha sentido. "Da forma como veio ao executivo tornou-se mais ou menos in�til. Se n�o houver contrapartida, quando voc� entrega um dinheiro para um Estado aquilo serve para uma emerg�ncia, mas n�o serve para preparar o futuro", disse.
Temer afirmou, entretanto, que isso n�o significa dizer que o governo vai abandonar os Estados em dificuldades financeiras. "N�s vamos agora negociar com cada Estado que esteja em dificuldades para verificar quais sejam as dificuldades, quais as contrapartidas que possam ser oferecidas e o que poder� a Uni�o federal fazer para socorrer esses Estados", disse.
O veto atingir� diretamente o Regime de Recupera��o Fiscal (RRF), um programa que d� aos governadores de Estados em situa��o de calamidade a car�ncia, por tr�s anos, do pagamento das d�vidas com a Uni�o. Com isso, o programa de renegocia��o de d�vidas dos Estados que passar� a valer � o mesmo aprovado na C�mara em agosto, que prev� o alongamento, em 20 anos, do prazo de pagamento dos d�bitos com a Uni�o. Os governadores ter�o de cumprir apenas uma contrapartida, nesse caso: limitar, por dois anos, o crescimento das despesas � infla��o do ano anterior.
Em contrapartida, trazia uma s�rie de exig�ncias, como a eleva��o da contribui��o dos servidores estaduais � previd�ncia. Os deputados mantiveram os benef�cios do regime, mas retiraram as contrapartidas. Por isso a decis�o do governo de vetar essa parte. O governo deve retomar o projeto do Regime de Recupera��o Fiscal, mas ainda n�o definiu como isso ser� feito.
Reforma ministerial
Temer evitou responder se pretende efetuar uma reforma ministerial no ano que vem. Ao ser questionado por jornalistas, no encerramento de sua fala de fim de ano, Temer limitou-se a responder. "Vamos esperar o ano que vem", disse. Diante da insist�ncia dos rep�rteres que perguntaram sobre a poss�vel nomea��o do deputado e l�der do PSDB na C�mara, Antonio Imbassahy, o presidente disse que era preciso "esperar o ano que vem".