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Estado de Minas

Juscelino assume Prefeitura de Diamantina, cidade natal de JK

JK jamais imaginaria que o novo prefeito da sua terra natal seria o menino que ganhou seu nome ao nascer na mesma cidade em 21 de abril de 1960, dia da inaugura��o de Bras�lia


postado em 31/12/2016 13:25 / atualizado em 31/12/2016 13:49

Juscelino Roque, prefeito eleito, ao lado da estátua do filho mais ilustre de Diamantina:
Juscelino Roque, prefeito eleito, ao lado da est�tua do filho mais ilustre de Diamantina: " Acho que isso (sua elei��o) � uma obra de Deus" (foto: Cristiano Ribeiro/Divulga��o)
O ex-presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira n�o chegou a exercer cargo eletivo em Diamantina, cidade natal que deixou ainda na juventude para estudar medicina em Belo Horizonte. Passados 40 anos da morte de JK (ocorrida em um acidente de carro na Via Dutra, em 22 de agosto de 1976), Diamantina passa a ser administrada por outro Juscelino, batizado em homenagem ao filho mais ilustre da cidade.

Neste domingo (1º), toma posse no comando da prefeitura da cidade hist�rica do Vale do Jequitinhonha, o empres�rio Juscelino Brasiliano Roque (PMDB), eleito com 8.800 votos (35,15%) no pleito de outubro, quando concorreu com outros tr�s candidatos. Ele carrega uma outra hist�ria ligada ao ex-presidente: nasceu em 21 de abril de 1960, dia da inaugura��o de Bras�lia, constru�da e inaugurada por JK na Presid�ncia da Rep�blica. Por isso, tamb�m recebeu o sobrenome “Brasiliano”. Ele anuncia que pretende se inspirar no hom�nimo famoso para “revolucionar” a antiga cidade, tamb�m conhecida por ter sido a terra da escrava Chica da Silva.

O novo chefe do Executivo diamantinense revela que o av�, Ernesto Roque, e o pai dele, Ant�nio Roque Sobrinho eram pessoas simples: o primeiro, servidor p�blico e o outro, bombeiro hidr�ulico e tamb�m funcion�rio p�blico, que tocavam instrumentos e eram seresteiros. Da� nasceu a liga��o entre os dois e Juscelino Kubitschek, que tinha a seresta como uma de suas paix�es. Al�m de tocar viol�o e cantar, Ernesto era contador de causos.

O prefeito eleito revela que depois de deixar Diamantina e passar a exercer outros cargos na pol�tica (antes de ser presidente, foi deputado federal, prefeito de Belo Horizonte e governador de Minas), JK retornava � terra natal e procurava Ant�nio e Ernesto para uma boa prosa e curtir a seresta. “Toda vez que queria refrescar a cabe�a, ele vinha para c� para cantar e ouvir seresta”, relata.

Brasiliano Roque conta que a amizade com o ex-presidente somente aumentou. Quando a m�e do prefeito eleito, Etelvina, estava gr�vida, Ernesto, com o consentimento de Ant�nio, prometeu a JK que se o menino fosse do sexo masculino, receberia o nome do amigo ilustre.

Preciosidade: telegrama enviado por JK aos pais do menino Juscelino agradecendo a homenagem(foto: Reprodução)
Preciosidade: telegrama enviado por JK aos pais do menino Juscelino agradecendo a homenagem (foto: Reprodu��o)

Para confirmar a veracidade dos fatos, o novo prefeito de Diamantina guarda o que considera uma preciosidade: um telegrama de JK endere�ado a seu pai, falando do seu nascimento com o agradecimento pela homenagem com a escolha do seu nome. “S� agora me chega �s m�os a “participa��o” (comunicado) do nascimento do seu filho. Agradecendo-lhe pela gentil homenagem, envio-lhes cordiais sauda��es. Juscelino Kubitschek, presidente da Republica”. � o texto do telegrama encaminhado aos pais, segundo o prefeito eleito, lembrando que o comunicado do seu nascimento somente chegou a JK quase tr�s meses apos a sua vinda ao mundo. Ele disse que tamb�m guarda em sua casa um viol�o com a assinatura do idealizador de Bras�lia.

‘40 ANOS EM 4’ O “novo” Juscelino disse que durante a campanha pol�tica n�o chegou a usar a origem do seu nome e a rela��o de sua fam�lia com o ex-presidente da Rep�blica. Por�m, pretende se inspirar em JK para fazer um “governo de mudan�as” em Diamantina. “Espero que eu possa me vincular a ele na quest�o da busca do progresso, talvez ‘fazer’ 40 anos em quatro”, disse o novo chefe do Executivo, relembrando o plano de metas do ex-presidente – “50 anos em cinco”.

O avô Ernesto, seresteiro e contador de causos, recebia com frequência a visita do amigo político(foto: Reprodução/Álbum de família)
O av� Ernesto, seresteiro e contador de causos, recebia com frequ�ncia a visita do amigo pol�tico (foto: Reprodu��o/�lbum de fam�lia)

Juscelino Roque disse que vai aproveitar o “bom relacionamento” que tem nas esferas estadual e federal para “fazer uma revolu��o” no munic�pio hist�rico, tombado como patrim�nio cultural da humanidade pela Organiza��o das Na��es Unidas para a Educa��o, a Ci�ncia e a Cultura (Unesco). “A ideia � transformar Diamantina em uma cidade em que os moradores possam se orgulhar mais dela. Vamos colocar Diamantina no lugar que ela merece por causa de sua hist�ria”, anuncia o novo gestor, lembrando que, apesar da fama de cidade hist�rica, o antigo tejuco tem desafios a serem enfrentados como o desemprego, a falta de rede de esgoto e de infraestrutura das comunidades rurais.

Questionado sobre que a��es pr�ticas vai adotar para promover a “transforma��o” do munic�pio, ele disse que um dos seus objetivos � cadastrar todos os m�sicos da cidade e divulg�-los em n�veis nacional e internacional, divulgando a Vesperata (evento musical do munic�pio). “Vamos levar para o mundo a import�ncia da musicalidade de Diamantina, visando atrair mais visitantes e fomentar o turismo”, anuncia.

O Juscelino da atualidade revela que vai valorizar e revitalizar pontos tur�sticos com potencial para receber visitantes, mas que est�o abandonados. Um deles � o Caminho dos Escravos, constru�do no s�culo 18 e situado perto da �rea urbana.

ORIGEM HUMILDE O “novo” Juscelino disse que, assim como aquele que inspirou o seu nome de batismo, tem uma origem humilde. Conta que j� foi vendedor de esterco, engraxate e jardineiro. Hoje, � dono de uma revenda de carros multimarcas na cidade. “Mas, comecei vendendo carros, debaixo de uma �rvore.”

O prefeito eleito de Diamantina disse que sempre se dedicou ao voluntariado e ao associativismo na iniciativa privada. Entre outras fun��es, foi provedor da Santa Casa de Diamantina (da qual � diretor financeiro atualmente) e dirigente da Associa��o Comercial. Ele conta que durante mais de 20 anos, trabalhou voluntariamente na recupera��o de presos e na assist�ncia �s fam�lias deles e que isso foi “uma experi�ncia muito dignificante”.

Afirmou que Juscelino Kubitschek jamais imaginaria que ele chegasse ao cargo de prefeito de Diamantina. “Acho que isso (a elei��o para prefeitura) � uma obra de Deus. As pessoas sempre pediram para que eu me candidatasse e eu nunca quis mexer com partidos pol�ticos. Nunca gostei de pol�tica partid�ria. Mas, um dia acabei n�o resistindo.” Adianta, por�m, que n�o deseja tentar voos mais altos como fez JK. “N�o tenho nenhuma outra pretens�o pol�tica. Meu neg�cio � trabalhar com o social”, garante.


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