Em um movimento para tentar frear o fortalecimento do PSB no Estado, o PSDB paulista contrariou o governador Geraldo Alckmin e desistiu de eleger uma nova dire��o para a legenda em S�o Paulo. Com isso, prevaleceu uma determina��o do senador A�cio Neves (PSDB-MG), que prorrogou seu pr�prio mandato na presid�ncia nacional do partido e estendeu a medida para todos os diret�rios.
Em uma reuni�o tensa na noite de segunda-feira - a qual a reportagem presenciou -, o presidente do partido no Estado, deputado Pedro Tobias, justificou a decis�o de ficar mais um ano � frente do Diret�rio Estadual com o argumento de que se "preocupa" com a sucess�o ao Pal�cio dos Bandeirantes em 2018.
Segundo ele, o temor � de que Alckmin, para viabilizar sua candidatura � Presid�ncia, fa�a uma alian�a com os pessebistas em detrimento de um nome do PSDB em S�o Paulo. Dirigentes do PSB defendem que o atual vice-governador, M�rcio Fran�a, seja o candidato apoiado pelos tucanos.
"O partido est� em primeiro lugar. Minha preocupa��o � chegar o governador amanh� e fazer uma alian�a com o PSB. Porque o governador sempre quer mais alian�a, mas partido � partido, e governo � governo", disse Tobias. Em entrevista na semana passada, o dirigente havia feito outro discurso e afirmara que abriria m�o de renovar o pr�prio mandato para defender a democracia interna.
Durante a reuni�o, Tobias tamb�m acusou o PSB de ter prejudicado o PSDB nas elei��es municipais deste ano. Ele citou como exemplos os casos de Mau� e Guarulhos, cidades onde o PSB venceu candidatos tucanos.
Divis�o
Em outra declara��o que evidenciou a divis�o entre os tucanos, o presidente do PSDB paulista ainda reclamou da falta de apoio do partido ao vereador M�rio Covas Neto (PSDB) na disputa pela presid�ncia da C�mara Municipal paulistana. A bancada tucana seguiu orienta��o do prefeito Jo�o Doria, afilhado pol�tico de Alckmin, e votou no vereador Milton Leite (DEM), que se elegeu. "Muitas vezes a rela��o de alian�a deixa algu�m sacrificado. O PSDB fica nisso. Foi o caso da presid�ncia da C�mara Municipal: o prefeito � nosso e ficamos de fora", disse Tobias na reuni�o.
Antes de articular sua perman�ncia no cargo, o dirigente tucano consultou Serra e o senador Aloysio Nunes Ferreira, l�der do governo Michel Temer no Senado. Advers�rios de Alckmin no partido, ambos chancelaram a iniciativa. J� A�cio n�o participou da articula��o no diret�rio paulista.
Tobias disse para aliados que mudou de ideia porque "identificou" uma movimenta��o nos bastidores do chefe da Casa Civil de Alckmin, Samuel Moreira, para tirar seu grupo do comando do diret�rio e instalar no lugar um grupo afinado com o PSB. Procurado pela reportagem, Moreira n�o foi localizado.
Pr�-candidato � Presid�ncia em 2018, o governador paulista tem o apoio dos pessebistas, que sinalizam at� com a possibilidade de lan��-lo na disputa caso n�o se viabilize no PSDB. A contrapartida seria o apoio de Alckmin � candidatura de Fran�a em S�o Paulo.
Ap�s Tobias dizer que haveria elei��o interna, tr�s tucanos se apresentaram para disputar o cargo, todos da estrita confian�a de Alckmin: o secret�rio de Desenvolvimento Social, Floriano Pesaro; o prefeito de Santos, Paulo Alexandre Barbosa; e o deputado federal Miguel Haddad.
A decis�o de prorrogar o mandato no Diret�rio Estadual teve 18 votos favor�veis e tr�s contr�rios, do deputado federal Vanderlei Macris, e dos estaduais Cau� Macris e Carl�o Pignatari. Tobias se absteve.
Golpe
Na sa�da da reuni�o, um membro da Executiva pr�ximo ao governador chamou a manobra de "golpe". Outro afirmou que o discurso "constrangeu" o governador e que Moreira levou "uma bicicleta" de Tobias.
Alguns membros do Diret�rio Estadual disseram que se sentiram constrangidos a votar a favor da prorroga��o do mandato. Durante a reuni�o, membros da Executiva Estadual levantaram a possibilidade de apresentar uma mo��o de rep�dio para registrar o descontentamento com a decis�o pela prorroga��o do mandato de A�cio. A sugest�o, por�m, nem sequer foi discutida.