A Secretaria de Seguran�a do Rio Grande do Norte confirmou no fim da tarde de ontem que pelo menos 27 detentos foram assassinados em rebeli�o na Penitenci�ria Estadual de Alca�uz, na Regi�o Metropolitana de Natal. O motim come�ou na noite de s�bado e s� foi controlado no in�cio da manh� de domingo, com a entrada de policiais militares e agentes penitenci�rios no local. Pelo menos seis homens, pertencentes � fac��o criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), foram identificados como os respons�veis pela rebeli�o que destruiu parcialmente a penitenci�ria e o Pavilh�o Rog�rio Coutinho Madruga. Eles ser�o transferidos para unidades penitenci�rias estaduais ou federais.
Segundo o secret�rio secret�rio de Estado da Justi�a e da Cidadania do Rio Grande do Norte, Wallber Virgolino, a rebeli�o foi a maior j� registrada no complexo prisional, fundado no fim da d�cada de 1990. “� a maior rebeli�o em n�mero de mortos, mas n�o iremos superar Roraima”, afirmou o secret�rio, em refer�ncia aos 31 mortos em penitenci�ria de Roraima, no dia 7. Um indicativo de que o n�mero de v�timas no Rio Grande do Norte pode ser maior do que o anunciado at� agora � a estrutura montada pelo Instituto T�cnico de Per�cia (Itep/RN) para identificar os corpos. V�deos supostamente divulgado por detentos do pres�dio mostram a barb�rie durante a rebeli�o, com dezenas de corpos decapitados e mutilados no confronto entre fac��es rivais.
Questionado sobre a liga��o das rebeli�es deste fim de semana com os casos registrados em Manaus e Roraima, que levou � morte cerca de 93 presos, o secret�rio Wallber Virgolino poupou palavras. “A situa��o do Norte estimulou aqui. Mas s�o coisas diferentes”, disse. Desde mar�o de 2015, o sistema prisional potiguar enfrenta uma s�ria crise estrutural. A popula��o carcer�ria do estado gira em torno de 7,7 mil pessoas. O d�ficit de vagas se aproxima das 4 mil.
O secret�rio de Estado da Seguran�a P�blica e da Defesa Social, Caio Bezerra, destacou que a a��o de retomada de controle da unidade prisional foi positiva. “Os presos n�o reagiram e estamos avan�ando na conten��o de todos os pavilh�es”, frisou. Ele tamb�m evitou falar no poss�vel n�mero de mortos, mas destacou que todas as informa��es ser�o repassadas no momento oportuno.
AJUDA FEDERAL
O ministro da Justi�a, Alexandre de Moraes, divulgou nota ontem lamentando as mortes ocorridas na Penitenci�ria Federal de Alca�uz, no Rio Grande do Norte. A rebeli�o durou cerca de 14h e teve pelo menos 10 mortos. “A pedido do governador, o ministro Alexandre de Moraes autorizou que parte dos R$ 13 milh�es do Fundo Penitenci�rio Nacional (Funpen), liberados em 29 de dezembro de 2016 para moderniza��o e aquisi��o de equipamentos, seja utilizada em constru��es que reforcem a seguran�a no pres�dio”, informa a nota.
Moraes agradeceu em nome do presidente Michel Temer o empenho das for�as policiais que atuaram “em defesa da sociedade, evitando fugas e controlando a situa��o”. Na nota, o ministro diz ainda que falou com o governador do Estado, Robson Faria. O governador agradeceu o apoio da For�a Nacional, que est� no estado desde o ano passado e cuja presen�a por mais 60 dias foi autorizada pelo Minist�rio da Justi�a na semana passada.