O procurador-geral da Rep�blica, Rodrigo Janot, estava na Su��a quando recebeu a not�cia sobre a morte do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki. Imediatamente, ordenou o cancelamento de todos os seus compromissos no pa�s e decidiu que retornaria nesta sexta-feira ao Brasil, chegando a Bras�lia no fim do dia. A pessoas pr�ximas, admitiu que, agora, o que est� em jogo � a investiga��o da Opera��o Lava-Jato.
Na Procuradoria-Geral da Rep�blica, os c�lculos s�o de que, se os casos da Lava-Jato forem redistribu�dos a um outro ministro, a homologa��o dos 950 depoimentos da construtora poderiam ser adiadas em pelo menos tr�s meses.
Nesta quinta-feira, assessores do Supremo informaram que audi�ncias com os 77 delatores da Odebrecht para confirmar que concordaram em colaborar com a Lava-Jato ser�o canceladas. A expectativa era de que Teori e sua equipe come�assem nesta semana as audi�ncia. Nesta fase, os delatores n�o precisariam entrar no m�rito das den�ncias, mas apenas informar se foram coagidos ou n�o a firmar o acordo de dela��o com o Minist�rio P�blico.
Em um r�pido pronunciamento � imprensa na noite de quinta-feira, a presidente do Supremo, C�rmen L�cia, evitou comentar o futuro dos processos da Lava-Jato ap�s a morte de Teori. "N�o estudei nada, por enquanto", disse ao ser questionada sobre que ministro ficaria com a relatoria dos inqu�ritos. "Minha dor � humana, como tenho certeza de que � a dor de todos os brasileiros depois de perder um juiz como este", afirmou a ministra.
Coopera��o
Janot estava na Su��a para discutir com o procurador-geral do pa�s europeu avan�os na coopera��o em rela��o �s investiga��es. No encontro, ele pediria o congelamento de novas contas e tentaria estabelecer uma forma de garantir que as novas dela��es da Odebrecht pudessem contar com o apoio dos su��os. Berna teria a fun��o de confirmar contas e as informa��es prestadas pelos executivos brasileiros.
Para tentar evitar uma exposi��o, Janot escolheu um hotel modesto de tr�s estrelas em Berna, longe do centro da cidade. Mesmo assim, na recep��o, foi reconhecido por um grupo de estudantes estrangeiros.
Foi justamente quando avaliava o que dizer aos su��os que recebeu a not�cia. Numa primeira liga��o, ouviu de fontes oficiais que o avi�o acidentado levava o ministro. Ainda assim, torcia para um final feliz. A pessoas pr�ximas, j� alertava que, se a morte fosse confirmada, seria um abalo � Lava-Jato. Seu telefone n�o parava de tocar, de receber mensagens e mesmo alertas sobre d�vidas relacionadas ao "suposto acidente".
Por horas, Janot se recusava a pensar na hip�tese da morte do ministro e pedia calma a todos. Uma de suas preocupa��es era justamente a press�o que sofreria o MP para apurar a "tese do assassinato".
Com a confirma��o da morte, dizia que sentia que estava sonhando. Imediatamente, mandou a PGR decretar luto oficial e insistia que o momento era de mostrar firmeza. Desaba depois, recomendava.
Pressionado a dar uma declara��o � imprensa, insistia que o momento era de luto e que n�o falaria al�m da nota oficial. Mas quem esteve com Janot na noite desta quinta-feira escutou dezenas de vezes que o Brasil estava sendo colocado � prova.