Rio, 28 - Dos US$ 16,5 milh�es pagos como propina pelo empres�rio Eike Batista ao ex-governador S�rgio Cabral (PMDB-RJ), conforme apontam as investiga��es da Opera��o Efici�ncia, apenas um d�cimo foi recuperado. Os valores foram repassados em a��es da Vale, da Petrobras e da Ambev e, ao liquidar os pap�is, somente US$ 1,6 milh�o (R$ 5,4 milh�es) foi arrecadado pelo Minist�rio P�blico Federal.
O montante � 10% do valor investido nos pap�is e uma parcela pequena dos cerca de R$ 270 milh�es repatriados at� agora pela for�a-tarefa da Lava Jato no Rio de Janeiro.
"Por op��o de Cabral, os US$ 16,5 milh�es foram investidos em a��es. O que se conseguiu recuperar dessa conta da (empresa) Arcadia no (banco) Winterbotham � um valor muito pequeno porque boa parte do que foi aplicado nas a��es evaporou", disse o procurador da Rep�blica S�rgio Pinel. Ele afirmou que no fim do ano passado a for�a-tarefa solicitou a liquida��o dos pap�is restantes na conta e a repatria��o do valor correspondente.
Segundo os procuradores, a empresa Arcadia Associados, de Renato Chebar, foi usada para dar apar�ncia de legalidade ao repasse de Eike. Operadores do mercado financeiro, Chebar e seu irm�o, Marcelo, procuraram o MPF ap�s a Opera��o Calicute e assinaram um acordo de dela��o premiada que embasou a Opera��o Efici�ncia. Deflagrada anteontem, ela apura a oculta��o e lavagem de mais de US$ 100 milh�es (R$ 340 milh�es) no exterior pelo grupo de Cabral.
As investiga��es apontam que a Arcadia Associados mascarou o repasse a Cabral firmando um contrato de fachada com a Centennial Asset Mining Fund LLC, holding de Eike. Pelo contrato, a Arcadia prestou assessoria � Centennial na compra do controle da mineradora canadense Ventana Gold. Eike fechou o neg�cio por US$ 1,5 bilh�o. A Ventana det�m minas de ouro na Col�mbia. A consultoria da Arcadia, por�m, jamais ocorreu.
Segundo Renato Chebar, Cabral pediu, num encontro em Nova York, em 2011, que a conta Golden Rock comprasse a��es da Petrobras para concretizar a opera��o. O operador recomendou que tamb�m fossem compradas a��es da Vale e da Ambev.
A Centennial fez o pagamento por meio da conta Golden Rock, no TAG Bank, sediado no Panam�. A ideia inicial da "engenharia financeira" era que a Arcadia abrisse uma conta no mesmo banco, o que n�o foi poss�vel. Assim, a empresa recebeu os valores numa conta do banco Winterbotham, no Uruguai.
Os colaboradores n�o informaram em nome de quem as a��es foram compradas. Segundo especialistas, esse montante poderia estar em nome de um terceiro ou at� de um "trust".
Chamado de "obscuro" em peti��o do MPF, o TAG Bank � controlado por Eduardo Plass, que teve mandado de condu��o coercitiva decretado, mas ainda n�o prestou depoimento porque mora em Londres. Plass � engenheiro e trabalhou na Camargo Corr�a nos anos 1980, mas construiu a maior parte da carreira no Banco Pactual, onde ingressou em 1987 e chegou a presidir entre 1997 e 2003.
Advogado
O advogado de Eike, Fernando Martins, esteve ontem na Superintend�ncia da Pol�cia Federal no Rio e no Minist�rio P�blico Federal. Ao delegado T�cio Muzzi, respons�vel na PF pelas investiga��es, o defensor reafirmou a disposi��o de seu cliente de se entregar � Justi�a. Mas n�o foram revelados detalhes sobre uma eventual apresenta��o de Eike. Ele teve a pris�o decretada no dia 13 de janeiro, mas o mandado s� foi "para a rua" anteontem, quando foi deflagrada a Opera��o Efici�ncia. Na ter�a, o empres�rio embarcou para Nova York. Desde ent�o, n�o h� informa��es a seu respeito.
O MPF afirmou oficialmente que "n�o h� esse canal com a defesa" do empres�rio por ora e negou que Martins tenha se reunido com procuradores da for�a-tarefa da Lava Jato no Rio.
As informa��es s�o do jornal
O Estado de S. Paulo.
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MPF recupera s� 10% de propina a Cabral
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