Bras�lia, 29 - Senadores avaliam que a reportagem do Estado deste domingo em que aponta que duas empresas de Eun�cio Oliveira (PMDB-CE), favorito na disputa � Presid�ncia do Senado, t�m contratos no valor de R$ 703 milh�es com bancos p�blicos controlados pela Uni�o, n�o tem o cond�o de influenciar a elei��o do peemedebista para o cargo.
Contudo, em tom cauteloso, os parlamentares cobram dele o compromisso com um plano de gest�o da Casa para os dois pr�ximos anos que garanta, de modo geral, uma maior participa��o dos senadores na discuss�o e vota��o das principais propostas em tramita��o. A elei��o est� marcada para a pr�xima quarta-feira (1�).
Pela Constitui��o, empresas de parlamentares n�o podem ser contratadas pelo poder p�blico, salvo quando os contratos obedecem a cl�usulas uniformes ou padr�es (que valham tamb�m para qualquer outra pessoa jur�dica). Segundo especialistas, a exce��o � aplic�vel ao caso das firmas de Eun�cio. � vedado que o congressista participe da ger�ncia ou da administra��o da empresa contratada.
Em nota, o senador disse que se afastou legalmente "de toda e qualquer fun��o gerencial" nas suas empresas em 1998, quando foi eleito deputado federal pela primeira vez. Ele disse que "profissionalizou" a Remmo Participa��es, holding da qual tem 99% de controle e comanda as duas empresas por meio da contrata��o de executivos, que s�o os "respons�veis pela assinatura de contratos".
O senador Jos� Medeiros (PSD-MT), �nico advers�rio de Eun�cio, disse ser "�bvio" que os parlamentares n�o se pautam por reportagens, mas tamb�m n�o as ignoram. Ele disse que n�o vai cobrar explica��es do peemedebista sobre seus neg�cios porque decidiu adotar uma campanha "propositiva". "N�o vou bancar o oportunista para sapatear em cima disso", disse. Ele agendou uma reuni�o para as 14h30 desta segunda-feira (30) no Senado a fim de discutir com colegas uma pauta m�nima de compromisso da nova dire��o da Casa.
Defensor de outra candidatura do PMDB que n�o a de Eun�cio, Cristovam Buarque (PPS-DF) disse que, embora gostasse que houvesse uma "reviravolta", considera que n�o vai haver uma mudan�a no resultado diante dos fatos. "N�o � uma raz�o para decidir em quem vou votar, mas � claro que deve ser levada em conta", observou Cristovam.
O pedetista, que se reuniu com Eun�cio na sexta-feira (27), afirmou-lhe que gostaria que o novo comandante do Senado n�o fosse do grupo pol�tico do atual presidente Renan Calheiros (PMDB-AL). Eun�cio garantiu-lhe que ter� uma atua��o independente, uma vez que � egresso do grupo pol�tico do PMDB da C�mara. "A cara do Senado � a cara do seu presidente e n�o � a dos demais 80", defende o pedetista.
Eun�cio, segundo Cristovam, se comprometeu a discutir uma pauta que vem sendo elaborada por ele e por Medeiros que prev�: 1 - mudar a forma de distribui��o de relatorias de projetos para que seja aleat�ria, de forma a n�o ficar somente com um grupo de senadores; 2 - acabar com a chamada vota��o simb�lica, em que n�o h� voto nominal nem verifica��o dos presentes.
A alguns senadores, como Cristovam, o favorito para vencer a sucess�o no Senado tem se queixado do escrut�nio da imprensa em rela��o a seus neg�cios. Tem dito nas conversas que seus bens est�o todos declarados aos �rg�os de controle e que trabalhou muito para se tornar um "homem rico", em suas palavras.
Colega de bancada de Eun�cio, o senador Roberto Requi�o (PMDB-PR) disse que o caso em si demonstrado na reportagem retira a condi��o do correligion�rio de se candidatar. "N�o vou entrar no jogo de eliminar a presun��o de inoc�ncia", disse ele, para quem somente uma acusa��o criminal de envolvimento na dela��o da Odebrecht poderia inviabiliz�-lo. Por ora, Eun�cio � s� citado em dela��o - que nega envolvimento em irregularidades e cobra provas. Na mesma linha de Cristovam e Medeiros, contudo, Requi�o defende que a sucess�o da Mesa sirva para se aprovar medidas para garantir uma maior participa��o de todos os senadores na discuss�o de importantes mat�rias.
O senador Alvaro Dias (PV-PR) disse que o atual modelo de elei��o para presidente do Senado, "de cartas marcadas", acaba por inibir alternativas. "A tradi��o de que o partido maior indica (o presidente) faz com que o PMDB assuma toda a responsabilidade pelo nome", disse. Ele lembrou que, at� o momento, Eun�cio � pr�-candidato, porque o partido dele ainda n�o oficializou a candidatura. "� preciso aguardar a comunica��o do PMDB a fim de analisar com responsabilidade a situa��o", frisou.
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Senadores avaliam que den�ncia s/ Eun�cio n�o influencia elei��o mas cobram plano
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