Esse � o caso do pedreiro Gerson Ferreira de Souza, de 61 anos, morador do Bairro Paulo VI, na Regi�o Nordeste de BH. Enquanto a cirurgia de catarata n�o � agendada, ele n�o pode renovar a carteira de motorista, profiss�o que ele exerce para complementar a renda.“Eu queria que os governantes se dedicassem a fazer o tratamento pelo SUS ser eficiente e a garantir mais sa�de para n�s que dependemos dele”, afirmou Gerson, que espera h� mais de dois meses pela marca��o dos exames pr�-operat�rios. “Agora estou na primeira consulta. J� estou h� meses esperando pela marca��o de tudo que precisa para, s� depois, marcarem a cirurgia. � um sofrimento”, contou.
Para quem vem do interior o problema � ainda maior, j� que, al�m da enfermidade, as longas dist�ncias at� a capital deixam o tratamento mais sofrido. Marivane Vieira Alvernaz, 30, � de Manhua�u, na Zona da Mata, mas faz tratamento em BH. Ela, que tem problema no f�gado que causou complica��es em outros �rg�os, aguarda h� mais de tr�s meses por duas cirurgias.
Marivane, que trabalhava como caixa, mas est� afastada para fazer tratamento, conta ainda que esperou cerca de um ano por uma consulta. “A gente tem que levar a s�rio o nome de paciente que a gente recebe. A demora � t�o grande que at� esquece que tem o pedido”, disse.
Na mesma situa��o, a professora Salma Martins e Silva, de 50, anos, fica cerca de 10 horas na estrada toda vez que precisa vir a BH para alguma consulta do tratamento na retina, especialidade que n�o tem em Araguari, no Tri�ngulo. “Fico angustiada. Gostaria que eles utilizassem melhor os recursos. Assim, a gente poderia se tratar e ficar mais feliz”, lamentou.
Salma espera h� mais de quatro meses pela cirurgia na retina e, segundo ela, os m�dicos n�o conseguem sequer prever uma data para o procedimento ser feito.