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Estado de Minas

Para relator no TSE, Odebrecht se apropriou do poder p�blico


postado em 06/03/2017 11:07

S�o Paulo, 06 - O ministro Herman Benjamin, relator no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) do processo que pede a cassa��o da chapa Dilma Rousseff-Michel Temer, considerou os depoimentos de Marcelo Odebrecht e de dois outros ex-executivos da empreiteira - tomados na quarta e na quinta-feira passadas, dias 2 e 3, - como os mais importantes de todos os 50 que j� colheu desde que assumiu o caso em agosto do ano passado, segundo apurou o jornal

O Estado de S. Paulo

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A oitiva do ex-presidente da empreiteira, Marcelo Odebrecht, preso desde junho de 2015 na opera��o Lava Jato, deixou Benjamin particularmente impressionado, como perceberam advogados presentes.

Primeiro, pelo grau de acesso e de dom�nio que o empres�rio contou ter ao topo da cadeia de poder, sugerindo a impress�o de apropria��o do poder p�blico pelo poder privado.

Segundo, pelo valor de caixa 2 - R$ 180 milh�es -, desproporcionalmente gigantesco em rela��o �s doa��es oficiais. O ministro batizou de caixa 3, ou "barriga de aluguel", a doa��o da Odebrecht para uma outra empresa (o Grupo Petr�polis, da cervejaria Itaipava) fazer o repasse, modalidade que considerou uma novidade no esquema de corrup��o.

Benjamin, que tamb�m � ministro do Superior Tribunal de Justi�a (STJ), e n�o d� entrevistas sobre o caso, disse a advogados presentes nos depoimentos dos delatores Benedicto Barbosa J�nior e Fernando Reis, estes na quinta-feira, que considerou inadmiss�vel o vazamento de partes do interrogat�rio de Marcelo Odebrecht. Informou sobre a sua suspeita de que at� as suas interven��es tenham sido gravadas, e disse aos advogados que poderiam, no m�ximo, falar em tese, para defender a posi��o de seus clientes, mas n�o repassar passagens inteiras, e muito menos gravar.

No processo que relata - a A��o de Investiga��o Judicial Eleitoral (AIJE) 1943-58, movida pelo PSDB e outros partidos derrotados na elei��o de 2014 -, o ministro optou pela transpar�ncia de todos os depoimentos e tamb�m das per�cias, tudo com �ntegra dispon�vel, on line, no site do TSE. A exce��o s�o esses �ltimos depoimentos, e mais os que tomar� hoje, tamb�m de ex-diretores da Odebrecht (mais informa��es nesta p�gina), todos sigilosos por decis�o da Procuradoria-Geral da Rep�blica respaldada pelo Supremo Tribunal Federal.

Preocupado em cumprir o cronograma que estabeleceu para apresentar seu relat�rio, ele informou ao procurador-geral Rodrigo Janot e ao ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo, que faria as oitivas mesmo com o sigilo. Os vazamentos podem levar a alguma restri��o na quantidade de advogados que poder�o assistir aos pr�ximos depoimentos.

Um deles � o do delator Hilberto Mascarenhas - o respons�vel direto pela contabilidade clandestina da Odebrecht, o chamado Departamento de Opera��es Estruturadas. Este ponto do depoimento de Marcelo Odebrecht deixou o ministro particularmente estupefato, como ficou claro para advogados presentes nas quatro horas em que durou o interrogat�rio. N�o era para ser uma contabilidade t�o perfeita e t�o completa - mas Mascarenhas, at� sem maior detalhamento � c�pula da empresa, registrava tudo, minuciosamente.

Benjamin ficou espantado com o efeito bumerangue do detalhismo de Mascarenhas e sua equipe. � prov�vel que o crive de perguntas espec�ficas a respeito.

Dono

J� pelo final do longo interrogat�rio o ministro perguntou, chamando-o educadamente de "seu Marcelo", se o empres�rio se considerava dono do governo. Foi quando ele saiu-se com a resposta j� vazada de que estava mais para "bobo da corte", qui�� "ot�rio". Benjamin perguntou, tamb�m, se ele se via como uma esp�cie de embaixador do setor produtivo junto ao poder. � que o procuravam, afirmou o empres�rio. E ent�o ele encaminhava os pleitos, deixando claro que tudo tinha um pre�o.

O tom das perguntas fez advogados mais atentos acharem que o ministro viu um empres�rio muito amargurado, que ainda n�o se conformou com o final da �pera como o est� vendo no momento.

O ministro tamb�m fez perguntas, digamos, existenciais, para o ex-diretor Benedicto J�nior, um dos depoentes da quinta-feira passada, no Rio de Janeiro. Numa delas quis saber como � que um jovem cheio de g�s entra numa empresa daquele tamanho e � iniciado na cultura de corrup��o. O ex-diretor declarou-se prisioneiro do sistema. At� poderia deixar a empresa, disse, mas n�o tinha como evitar aquela cultura. J� vinha, segundo ele, desde o dr. Norberto (av� de Marcelo).

Empresas

Benedicto J�nior tamb�m disse ao ministro do TSE que o que est� ocorrendo agora � que empresas n�o implicadas na opera��o Lava Jato est�o procurando os pol�ticos para dizer que est�o dispostas a cobrir o recuo da Odebrecht, e de outras distribuidoras de propinas.

O relator, que j� disse acreditar no poder detergente de opera��es como a Lava Jato, e do pr�prio processo que pode levar, ou n�o, � cassa��o da chapa vencedora nas elei��es de 2014, colocou mais alguns pontos de interroga��o em seu otimismo com um futuro melhor. As informa��es s�o do jornal

O Estado de S. Paulo.


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