Temer responde a protestos na Para�ba e diz que torce por 'enchentezinha'

 

 Bras�lia, S�o Paulo e Monteiro - Alvo de protestos durante cerim�nia de inaugura��o de obras de transposi��o do Rio S�o Francisco, na Para�ba, o presidente Michel Temer, no in�cio do seu discurso, em Monteiro (PB), mandou um recado aos manifestantes. "Eles s�o a revela��o mais clara da democracia que n�s estamos vivendo", defendeu-se.

Depois, ironizou: "Temos que aplaudir a eles. Como est�o no sol, certa e seguramente, eles v�o se banhar com as �guas do Rio S�o Francisco". Do lado de fora da cerim�nia, houve protestos contra o presidente, com manifestantes gritando "Fora, Temer". No evento, o volume do som foi aumentado e abafou o som das manifesta��es. "Se de um lado n�s trazemos uma grande obra aqui para a Para�ba, de outro lado, se faz o protesto, democracia � assim", disse Temer.

Em outro momento do seu discurso, quando comentava os benef�cios da obra, Temer chegou a afirmar que esperava ver uma "enchentezinha" no Estado. "Eu espero que, ao final deste mais um ano e oito meses de governo, eu possa vir aqui e dizer que toda a Para�ba est� irrigada, inundada de �gua, quem sabe at� uma ou outra 'enchentezinha'. � exatamente isso o que eu espero", declarou.

Assim como fez em Campina Grande, tamb�m na Para�ba, por onde passou pela manh�, Temer atribuiu a paternidade da obra ao povo, em uma provoca��o aos ex-presidentes Luiz In�cio Lula da Silva e Dilma Rousseff, que publicaram notas ao longo da semana reivindicando o m�rito pela transposi��o do rio S�o Francisco.

"Esta � uma obra pensada desde o tempo do imp�rio e executada nos �ltimos governos. � por isso que ambos Lula e Dilma, com a delicadeza e civilidade que devem presidir as rela��es pol�ticas, disseram que quem terminou a obra foi o Temer, mas que isto passou por v�rios governos, que merecem o aplauso de todos", disse o presidente.

Nessa quinta-feira (9), em sua p�gina no Facebook, Lula ressaltou que a obra come�ou na sua gest�o. Ele escreveu que muitos diziam que a transposi��o era algo imposs�vel, "at� que Lula foi l� e fez", destacando que os trabalhos come�aram em 2007, quando ele estava no primeiro ano do seu segundo mandato.

Dilma, tamb�m nessa quinta-freira (9), em seu site, apresentou n�meros para destacar que a maior parte dos investimentos foi feito no per�odo petista. "Os governos Lula e Dilma empenharam 92,40% e pagaram 87,50% da execu��o do projeto de integra��o do S�o Francisco, antes do golpe de 2016", diz a nota. Ela j� havia dito, na ter�a-feira, que 86,3% das obras estavam conclu�das at� abril do ano passado, um m�s antes de Dilma ser afastada da Presid�ncia.

Na abertura da cerim�nia em Monteiro, a prefeita da cidade, Anna Lorena Leite (PSDB), afirmou que a obra � "fruto do trabalho de v�rios l�deres, que se empenharam para tornar realidade" a transposi��o das �guas do rio S�o Francisco. "Essa obra � a reden��o do nosso povo", concluiu.

Ao ser mencionado pelo senador C�ssio Cunha Lima (PSDB-PB) como um entre os "v�rios respons�veis" pela obra, o nome do ex-presidente Lula foi aplaudido pelos presentes. Cunha Lima tamb�m relembrou o atraso da obra na gest�o de Dilma. A conclus�o da obra foi atribu�da pelo senador ao governo Temer. "Muitos contribu�ram para ela (obra), mas � o presidente Michel Temer e sua bancada que nos permitiu viver este momento."

No fim do seu discurso em Monteiro, Temer disse que seu governo tem "causado os melhores efeitos, sem nenhuma desvantagem em rela��o a governos anteriores", admitindo que sua gest�o � marcada por "sacrif�cios", em refer�ncia �s reformas econ�micas. "Eu sempre me recordo de uma frase que se atribui a d. H�lder C�mara: eu sou como a cana na moenda. Por mais que eu seja espremido, eu s� consigo dar do�ura, eu s� consigo dar do�ura, s� do�ura, minha gente".