Bras�lia - Ap�s mais de duas semanas ausente do trabalho, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, retornar� ao Pal�cio do Planalto na segunda-feira envolto em clima de inquieta��o que toma conta do governo. A t�o temida lista enviada ao Supremo Tribunal Federal com os pedidos de investiga��o pelo procurador-geral da Rep�blica, Rodrigo Janot, � esperada para o in�cio da semana. A expectativa � de que Padilha seja alvo de um pedido de abertura de inqu�rito. O ministro, por�m, dever� dar o tom que o presidente Michel Temer tem pregado: de que o governo n�o pode parar. Por isso, e para evitar o foco nas investiga��es, come�ar� a tocar as negocia��es para aprovar a reforma da Previd�ncia, t�o logo chegue a Bras�lia.
A expectativa � de que a chamada lista de Janot inclua pedidos de abertura de inqu�rito contra integrantes do n�cleo duro do Planalto. Entre eles, est� o pr�prio Padilha, al�m do ministro da Secretaria-Geral da Presid�ncia, Wellington Moreira Franco, e de l�deres do governo, como o senador Romero Juc� (PMDB-RR). O ministro da Ci�ncia e Tecnologia, Gilberto Kassab, tamb�m pode ser alvo de pedidos de investiga��o que ser�o entregues ao Supremo.
Apesar de mencionados, os ministros devem inicialmente permanecer no cargo. Temer estabeleceu uma linha de corte sobre o que far� depois da lista. Se o integrante do governo for denunciado, dever� ser licenciado por tempo determinado. Se virar r�u, o afastamento passa a ser definitivo. Apesar da nuvem de apreens�o, interlocutores do Pal�cio do Planalto garantem que o presidente est� tranquilo, focado em tocar as mat�rias econ�micas e criar agendas positivas.
Temer n�o esconde a vontade de que Padilha volte ao trabalho. “Ele faz muita falta ao governo, espero que volte logo”, disse em entrevista na quinta-feira. O ministro estava � frente das negocia��es para aprovar a reforma da Previd�ncia, a qual enfrenta resist�ncia da base, especialmente do PSDB. O chefe da Casa Civil demonstra inten��o de sair do governo, antes do decorrer das investiga��es. Sobre os outros integrantes do governo, Temer espera que quem estiver citado na lista pedir� para sair.
PMDB Diversos integrantes do governo e o pr�prio presidente foram citados em dela��es premiadas de executivos da Odebrecht. Uma delas aponta o envolvimento de quase toda a c�pula do PMDB em um esquema de pagamento de propina para desvio de dinheiro da Petrobras para aprova��o de projetos no Congresso e doa��es de campanha.
O ex-diretor de Rela��es Institucionais da Odebrecht Cl�udio Melo Filho, que prestou novo depoimento esta semana no �mbito da a��o de cassa��o da chapa Dilma-Temer no TSE, afirmou que houve o acerto do pagamento de R$ 10 milh�es da empresa ao PMDB, em um jantar com Temer. Do total, R$ 4 milh�es teriam sido pagos diretamente a Padilha para repasse a campanhas do partido. O ministro j� afirmou que todo o montante foi declarado.