Bras�lia - O ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, retorna aos trabalhos nesta segunda-feira, ap�s 21 dias afastado do Pal�cio do Planalto por causa de uma cirurgia para a retirada da pr�stata. "Amanh� (segunda-feira) retornarei �s atividades, se Deus permitir", disse Padilha � reportagem nesse domingo (12). O ministro j� convocou uma reuni�o com l�deres da C�mara para discutir reforma da Previd�ncia.
Fontes do governo afirmam que Padilha � pe�a fundamental na interlocu��o com o Congresso para garantir a aprova��o das mudan�as na Previd�ncia e de outras reformas consideradas fundamentais para o governo Temer. "O Padilha � importante para o governo. E a reforma da Previd�ncia � uma prioridade para o Pa�s", disse o presidente da comiss�o da reforma, deputado Carlos Marun (PMDB-MS).
A aus�ncia do ministro � frente da articula��o pol�tica com a C�mara foi sentida pela equipe econ�mica. O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, assumiu esse papel nas �ltimas semanas, auxiliado pelo secret�rio de Previd�ncia, Marcelo Caetano, mas a avalia��o � que Padilha tem o perfil adequado para esse "enfrentamento" com os parlamentares.
"Ele (Padilha) tem um poder de articula��o que est� fazendo falta. Se ele n�o voltar ao trabalho, o governo ter� que encontrar um outro nome para fazer essa linha de frente", disse uma fonte da �rea econ�mica. Segundo esse interlocutor, o ministro sabe ser firme na negocia��o pol�tica e tem bom tr�nsito no Congresso.
Acusa��es
A licen�a m�dica de Padilha coincidiu com a crise provocada pelo depoimento do ex-assessor da Presid�ncia Jos� Yunes � Procuradoria-Geral da Rep�blica, que levou a investiga��o da Lava-Jato para dentro do Planalto. Yunes procurou o Minist�rio P�blico para acusar o ministro da Casa Civil de ser o mandante da entrega de um "pacote", no seu escrit�rio de advocacia, em S�o Paulo, na campanha de 2014.
A hist�ria j� havia sido relatada na dela��o do ex-executivo da Odebrecht Cl�udio Melo Filho, mas Yunes p�s combust�vel na crise ao dizer que atuou como "mula involunt�ria" de Padilha. Na vers�o de Yunes, a encomenda foi entregue a ele pelo operador financeiro L�cio Funaro, homem da confian�a do ex-presidente da C�mara Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Alvos da Lava Jato, Funaro e Cunha est�o presos. Amigo de Temer h� 40 anos, Yunes deixou o governo quando veio a p�blico a dela��o de Melo Filho.
Diante das revela��es, chegou-se a especular que Padilha poderia n�o voltar ao governo. O Planalto sabe que um pedido de abertura de inqu�rito contra Padilha aumentar� a press�o para que ele deixe o cargo, mas como Temer j� criou uma linha de corte para os ministros envolvidos na Lava Jato, ele s� ser� afastado se virar r�u.
Padilha tamb�m foi citado pelo ex-executivo da Odebrecht Jos� de Carvalho Filho durante depoimento ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na sexta-feira. O ministro tinha pelo menos quatro senhas para o pagamento de caixa 2 ao PMDB. O valor total destinado ao partido chegaria a R$ 5 milh�es.