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Estado de Minas

Governo do Rio fraudava licita��es com empreiteiras, diz executivo

Empresas pagaram mesada e porcentual sobre os contratos ao grupo chefiado pelo peemedebista, segundo delatores


postado em 15/03/2017 18:19 / atualizado em 15/03/2017 20:43

Representantes do governo S�rgio Cabral Filho (PMDB) comunicavam antes das licita��es de grandes obras p�blicas no Rio qual seria a participa��o de cada empreiteira nas constru��es, revelou o executivo Alberto Quintaes, da Andrade Gutierrez, nesta quarta-feira, 15. A pr�tica � ilegal, mas as empresas n�o tinham alternativa, de acordo com o superintendente da Andrade. As empresas pagaram mesada e porcentual sobre os contratos ao grupo chefiado pelo peemedebista, segundo delatores.

"Era aceitar ou n�o. J� vinha tudo acertado, como a porcentagem de participa��o de cada empresa do cons�rcio", disse o executivo. "A gente n�o discutia. Era uma coisa imposta. A gente s� dizia se iria participar: sim ou n�o", completou.

A declara��o foi feita durante depoimento � 7ª Vara Federal Criminal no Rio. O executivo tamb�m contou que as reuni�es com as empresas que participariam das obras eram individuais. "Depois, todas se reuniram, estudavam planilhas, o que cada uma iria fazer e acert�vamos o edital, j� para ir para a concorr�ncia", disse o executivo. A licita��o, claro, era uma farsa, j� que tudo fora acertado antes entre participantes e o Estado.

Questionado pelo procurador Leonardo de Freitas, Quintaes confirmou que o edital t�cnico era montado com as empresas que participariam do esquema. O objetivo era dificultar que qualquer outra construtora que se candidatasse para concorrer a licita��o ganhasse a obra.

Segundo os funcion�rios da Andrade, em 2007 foi acertado com Cabral que a empresa lhe repassaria R$ 350 mil por m�s. A mesada foi fornecida por cerca de um ano, at� que a Andrade ganhasse obras do governo estadual e acertasse 5% de propina sobre o valor de cada contrato.

Quintaes contou que o dinheiro da propina era entregue por ele a um operador de Cabral, Carlos Miranda.

"Todo m�s, ele me procurava pessoalmente, e a gente pagava a ele no escrit�rio da Andrade no Rio ou em S�o Paulo. Acho que teve alguma vez em Minas Gerais. Tamb�m teve um pagamento em um escrit�rio no Leblon e algumas vezes na rua", relatou o empres�rio.

O superintendente da Andrade tamb�m afirmou que n�o sabia como a empresa produzia o dinheiro da propina. "O financeiro da empresa s� me dava a quantia, e eu entregava para Carlos Miranda, que ia l� pegar. Era simples", declarou.

O executivo disse ainda que teve o conhecimento que pelo menos tr�s obras foram executadas nesse esquema: o PAC das Favelas de Manguinhos, a reforma do Maracan� para os Jogos Pan-Americanos e para a Copa de 2014. A empresa chegou a acertar o esquema para as obras do Arco Metropolitano, mas desistiu.

Quintaes n�o faz acordo de colabora��o com o Minist�rio P�blico Federal (MPF). Mas presta depoimentos para a Justi�a devido ao acordo de leni�ncia feito com a Andrade Gutierrez, da qual ainda � funcion�rio.

A reportagem procurou o advogado de Cabral, Luciano Saldanha Coelho, mas n�o teve resposta.


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