Durante o evento organizado pelo PT para discutir a Lava-Jato em S�o Paulo, o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva (PT) afirmou que a opera��o fez "a coisa mais sem-vergonha" que aconteceu no Brasil, dirigindo ataques ao juiz S�rgio Moro e aos membros do Minist�rio P�blico Federal e da Pol�cia Federal. Ele afirmou ainda que Moro, o procurador Deltan Dallagnol e "o delegado da Pol�cia Federal" n�o t�m mais �tica, lisura e honestidade do que ele.
"A Lava-Jato n�o precisa de um crime, ela acha algu�m para depois tentar colocar um crime em cima de um criminoso. E para isso eles fizeram a coisa mais sem-vergonha que aconteceu nesse pa�s porque um juiz precisa da imprensa para execrar as pessoas, que est�o sendo citadas, junto � opini�o p�blica e depois facilitar o julgamento", afirmou o petista.
Ele citou o juiz que coordena as investiga��es em Curitiba e o coordenador da for�a-tarefa da Lava-Jato no MPF. "Eu tenho dito que eles deram um azar muito grande porque foram mexer com quem eles n�o deveriam ter mexido. Nem o Moro, nem o Dallagnol, nem o delegado da Pol�cia Federal t�m a lisura, a �tica e a honestidade que eu tenho nestes 70 anos de vida", falou Lula.
Lula se referiu ao interrogat�rio que vai comparecer em Curitiba no dia 3 de maio e disse que est� esperando por qual crime ele ser� imputado. "Eu duvido que tenha um empres�rio solto ou preso que diga que um dia o Lula pediu 10 centavos para ele", afirmou. O petista ressaltou que condena que dirigentes partid�rios pe�am dinheiro para empres�rios. "Nunca permiti que nenhum empres�rio fizesse isso, e sou amigo de muitos empres�rios", declarou.
No discurso, o ex-presidente defendeu a aprova��o do projeto de lei do abuso de autoridade no Congresso. O texto � visto como amea�a �s investiga��es. Na plateia do evento, estava o senador Roberto Requi�o (PMDB-PR), relator da proposta no Senado. "A gente n�o pode deixar de aprovar a lei de abuso de autoridade, porque ningu�m est� acima da Constitui��o", afirmou Lula.
Ele pediu que os parlamentares petistas "briguem" mais para aprovar a lei e impedir o abuso de agentes p�blicos no Pa�s. "N�s somos um partido que foi criado para mudar a hist�ria desse pa�s, n�o fomos criados para ficar com medo", disse. No evento, estavam diversos deputados e senadores petistas.
Lula disse que � preciso defender "companheiros" que s�o acusados sem provas. Na sua fala, n�o faltaram cr�ticas � imprensa. "� preciso mostrar o outro lado da Lava-Jato. A Lava-Jato � uma moeda que tem a cara da Globo, das televis�es outras, dos jornais, a cara da Veja, da �poca, da Isto�, do procurador, da Pol�cia Federal, tem a cara do Moro. Mas n�o tem a cara do povo que est� sendo prejudicado", disparou.
O petista disse ainda que est� sendo v�tima de acusa��es de que ele est� antecipando uma candidatura a presidente da Rep�blica ao fazer atos p�blicos, como a viagem para a Para�ba nas obras do Rio S�o Francisco e a manifesta��o contra a reforma da Previd�ncia na Avenida Paulista. "Agora v�o come�ar outro processo, dizer que estou vetado para ser candidato porque estou em um processo de antecipa��o de campanha", disse.
O ex-presidente disse que vai se defender, aguardar o julgamento e "ir at� a �ltima consequ�ncia" nos processos da Lava- Jato. "Se eles querem pegar o Lula, n�o estraguem o Brasil, encontrem outro pretexto, o Brasil � muito maior que o Lula", afirmou. O petista ressaltou que n�o tem medo das acusa��es, mas tem preocupa��o com a democracia e as institui��es.
Requi�o
Presente no evento do PT para discutir a Lava-Jato, o senador Roberto Requi�o (PMDB-PR) garantiu que o projeto do abuso de autoridade vai ser votado no Senado. E tamb�m destacou que "tem todas as condi��es" para ser aprovado. Ao Broadcast Pol�tico, servi�o de not�cias em tempo real do Grupo Estado, Requi�o afirmou que foi convidado por Lula para comparecer ao evento. Filiado ao partido do presidente Michel Temer, mas atuante na oposi��o ao peemedebista, Requi�o era o �nico parlamentar n�o petista presente no evento. "Qual o problema? Ele [Lula] me convidou e convidou o PMDB", brincou.