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Estado de Minas

'Todos candidatos tiveram financiamento ilegal', afirma Marcelo Odebrecht

"Duvido que tenha um pol�tico no Brasil que tenha se eleito sem caixa 2, afirmou Marcelo Odebrecht, ex-presidente e herdeiro da construtora que leva seu sobrenome


postado em 27/03/2017 08:19 / atualizado em 27/03/2017 09:00

De acordo com Marcelo Odebrecht, em depoimento ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o político que diz que se elegeu sem caixa 2, está mentindo(foto: Brunno Covello/Gazeta do Povo )
De acordo com Marcelo Odebrecht, em depoimento ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o pol�tico que diz que se elegeu sem caixa 2, est� mentindo (foto: Brunno Covello/Gazeta do Povo )

Bras�lia - O empres�rio Marcelo Odebrecht, ex-presidente e herdeiro do grupo que leva seu sobrenome, disse em depoimento ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), no in�cio de mar�o, que o financiamento ilegal de campanhas � t�o comum no pa�s que inclui todos os candidatos eleitos.

"Duvido que tenha um pol�tico no Brasil que tenha se eleito sem caixa 2. E, se ele diz que se elegeu sem, � mentira, porque recebeu do partido. Ent�o, imposs�vel", afirmou.

As declara��es constam do depoimento prestado na a��o que apura abuso de poder pol�tico e econ�mico pela chapa Dilma Rousseff-Michel Temer nas elei��es de 2014. Naquele ano, al�m da ent�o presidente, 1.626 pessoas conseguiram votos para ocupar os cargos em disputa.

No caso da Odebrecht, o empreiteiro pontuou que, dos recursos dispon�veis para campanhas, 75% eram pagos fora do sistema oficial.

"Caixa 2, para a gente, e eu acho que para todas as empresas, era visto como natural. Os valores definidos pelos candidatos eram t�o aqu�m do que eles iam gastar que n�o tinha como a maior parte das doa��es n�o ser caixa 2. Era imposs�vel", declarou ao TSE.

O empreiteiro afirmou que, ao acertar propinas com parlamentares ou ocupantes de cargos executivos, o valor podia ser pago nas elei��es tanto como doa��o oficial, o "caixa 1", quanto por fora. Mas ponderou tamb�m que parte dos valores do chamado caixa 2 n�o foi destinada a campanhas com uma "contrapartida espec�fica".

Doa��o oficial


Marcelo Odebrecht disse que a doa��o oficial, como acaba por vincular a empresa ao candidato eleito, foi "criminalizada no Brasil". E que, ao longo de "20, 30 anos", o dinheiro n�o contabilizado para campanhas foi crescendo, o que ele, h� quase dois anos preso pela Lava Jato, diz que "precisa mudar". "A gente tinha medo de doar com medo da penaliza��o que havia", sustentou.

O empreiteiro ressaltou que os empres�rios t�m a preocupa��o de n�o mostrar tudo o que gastam nas campanhas para evitar que alguns concorrentes, vendo eventuais disparidades nas contribui��es, cobrem mais.

Arrependimento


Num dos trechos do depoimento, Odebrecht afirmou que se arrepende de ter tratado de propina no governo federal. Falando de forma geral, considerou que n�o s� ele, mas toda a sociedade, errou ao assistir, supostamente de forma passiva, o esquema de aparelhamento pol�tico no setor p�blico, potencial fonte de desvios e do financiamento ilegal de campanhas.

"O governo sabia, a popula��o sabia, eu sabia que o meu empres�rio, para atuar na Petrobr�s, de alguma maneira, tinha de atender aos interesses pol�ticos daquela diretoria. Eu fazia vista grossa, a sociedade fazia vista grossa, todo mundo fazia vista grossa", disse. "Olhando para a frente, precisa mudar muita coisa, entendeu? Essa quest�o da Lava Jato foi positiva, porque acho que vai corrigir daqui para a frente."


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