O blogueiro Eduardo Guimar�es prestou novo depoimento nesta segunda-feira � Pol�cia Federal na capital paulista, desta vez em processo movido contra ele pelo juiz federal S�rgio Moro por inj�ria e amea�a. A oitiva n�o tem rela��o com o processo em que o jornalista foi conduzido coercitivamente, h� duas semanas, para depor sob a acusa��o de obstru��o da Justi�a por vazamento de informa��o da Opera��o Lava-Jato.
Para a defesa do blogueiro, ao processar Guimar�es, Moro confirma que est� sob suspei��o para julgar o jornalista, ou seja, impossibilitado de analisar o caso com imparcialidade.
“Os casos n�o guardam rela��o entre si. A �nica rela��o que interessa aqui � demonstrar que as mesmas pessoas figuram como julgador e julgado [em um processo] e, no outro caso, figuram como v�tima e supostamente criminoso. � isso que n�o podemos admitir no Estado de Direito”, disse o advogado Fernando Hideo, defensor de Guimar�es.
A den�ncia de Moro refere-se a um texto publicado por Guimar�es em sua conta no Twitter. De acordo com o blogueiro, a frase usada no processo foi tirada do contexto, sem levar em conta as postagens subsequentes. “Os del�rios de um psicopata investido de poder discricion�rio como S�rgio Moro v�o custar seu emprego, sua vida”, diz o texto citado na den�ncia.
Segundo o jornalista, a express�o “seu emprego, sua vida” refere-se ao interlocutor, o leitor dos tu�tes, e n�o ao juiz, o que, segundo ele, fica claro com a leitura do post anterior, que dava in�cio ao racioc�nio: “Cada brasileiro que entusiasma ao ver a derrocada petista n�o sabe que essa politicagem vai lhe custar caro”, dizia a frase anterior.
“O Twitter tem uma limita��o de caracteres, ent�o, se voc� tem um texto mais longo, tem que fracionar”, disse Hideo. “Foi tirado do contexto de uma forma muito triste”, acrescentou Guimar�es.
Segundo o advogado do jornalista, o inqu�rito ser� relatado por um delegado federal e enviado ao Minist�rio P�blico Federal, que poder� dar prosseguimento, ou arquivar a a��o. “Vamos tomar medidas cab�veis para pedir o desindiciamento”, disse Hideo. O processo tramita na 14ª Vara Federal em Curitiba.
(RG)