Genebra - A Su��a anuncia que j� congelou mais de 1 bilh�o de francos su��os (R$ 3,08 bilh�es) em contas de suspeitos envolvidos na Opera��o Lava-Jato. Num documento publicado nesta quarta-feira, 5, pelo Minist�rio P�blico da Confedera��o, os su��os revelam que, em 2016, Berna abriu 20 novos inqu�ritos criminais envolvendo brasileiros e que analisou mais de mil rela��es banc�rias.
Na �ltima vez que Berna havia citado um n�mero oficialmente foi em abril do ano passado, quando apontou que havia congelado US$ 800 milh�es - cerca de 802 milh�es de francos su��os. Desse montante, cerca de 200 milh�es de francos su��os foram restitu�dos �s autoridades brasileiras. Outro caso tamb�m pode se somar a esse valor. Se o ex-deputado Eduardo Cunha, j� condenado em primeira inst�ncia, voltar a ser condenado, os valores de suas contas na Su��a ser�o devolvidos.
No ano de 2016, 20 novos processos foram abertos pelos su��os, o que fez com que o total de inqu�ritos criminais conduzidos pelo MP de Berna sobre a Opera��o Lava-Jato tenha superado a marca de 60 casos. Nessa lista est�o os ex-diretores da Petrobras, al�m de pol�ticos brasileiros e coordenadores de campanhas e marqueteiros, como Jo�o Santana.
"As investiga��es s�o conduzidas na Su��a acima de tudo contra agentes p�blicos brasileiros suspeitos de terem recebido em contas na Su��a os valores da corrup��o obtidos na atribui��o de contratos p�blicos, mas tamb�m contra empresas de constru��o e de fornecimento brasileiras suspeitas de terem transferidos na Su��a montantes da corrup��o gra�as a estruturas cont�beis", diz o texto. De acordo com os su��os, essas mesmas empresas s�o "suspeitas de terem se enriquecido de forma ileg�tima em in�meros casos".
Odebrecht
Se o caso come�ou com a Petrobras, a Su��a deixa claro que, a partir de meados de 2015, "uma aten��o particular" foi dada ao "conglomerado Odebrecht".
"No quadro das investiga��es conduzidas contra a Odebrecht, contra outras sociedades e contra in�meras pessoas f�sicas, um colaborador importante da Odebrecht pode ser preso e ouvido na Su��a em fevereiro de 2016", indicou o MP. No informe, o nome do colaborador n�o � revelado. Mas se refere � Fernando Miggliaccio, que tentou fechar contas na Su��a e apagar dados em um servidor mantido fora do pa�s.
O MP tamb�m confirma que, em mar�o de 2016, confiscou em Genebra "um sistema de servidores com os meios e provas importantes e pode, pelo menos parcialmente, analisar os dados". O jornal
O Estado de S. Paulo revelou com exclusividade o fato de que o sistema passou a ser considerado como um dos elementos mais importantes em termos de provas, j� que mostrava a rota do dinheiro justamente do Departamento de Opera��es Estruturadas da Odebrecht, respons�vel pelo pagamento de propinas.
O servidor da Odebrecht citado de fato tinha sido em parte alvo de uma tentativa de borrar os dados. Outra dificuldade tem sido a de quebrar os c�digos do sistema. O Brasil chegou a pedir ajuda do FBI, que estimou que precisaria de 102 anos de trabalho diante da complexidade do sistema.
Os su��os, ainda assim, indicaram que as investiga��es contra a Odebrecht avan�aram no Brasil e os primeiros julgamentos foram realizados, assim como condena��es de "longas penas de pris�o".
"A Odebrecht ent�o decidiu cooperar com as autoridades penais e pode colocar um fim aos processos contra ela no Brasil, EUA e Su��a", explicou.
Culpada
De acordo com o informe, a "Odebrecht foi reconhecida como culpada" na Su��a e uma multa de 4,5 milh�es de francos foi imposta. Mas um confisco e uma compensa��o ainda exigiram que a empresa pagasse 200 milh�es de francos su��os "por restituir vantagens il�citas". No total, o acordo ainda envolveu mais de US$ 1,8 bilh�o para Brasil e EUA.
"O processo coordenado entre Su��a, Brasil e EUA constitui um sucesso para a luta internacional contra a corrup��o", completou o informe.