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Estado de Minas

Renan Calheiros critica abertamente o governo Temer de olho em 2018

Patinando na baixa popularidade, Temer virou alvo da artilharia do seu correligion�rio, que � tamb�m l�der do PMDB no Senado.


postado em 10/04/2017 06:00 / atualizado em 10/04/2017 07:56

(foto: Geraldo Magela/Agência Senado)
(foto: Geraldo Magela/Ag�ncia Senado)

Nos bastidores do Congresso Nacional corre um dito que se o ex-presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL) “pular do 10 andar, pode ir atr�s porque l� embaixo � �gua”. A brincadeira � bem reveladora do estilo de Renan para se manter sempre no poder. Ou o mais perto poss�vel dele. Foi assim com a ex-presidente Dilma Rousseff de quem era pr�ximo e chegou a ser tido por petistas como um aliado importante para garantir sua perman�ncia no cargo. Isso at� o impeachment virar uma onda irrevers�vel e ele abandonar o barco. E com o presidente Michel Temer (PMDB) parece n�o ser diferente.

Patinando na baixa popularidade, Temer virou alvo da artilharia do seu correligion�rio, que � tamb�m l�der do PMDB no Senado. Renan subiu o tom nas �ltimas semanas e vem criticando sem tr�gua o Pal�cio do Planalto e suas medidas. Por tr�s do fogo amigo est� o cen�rio eleitoral pouco promissor para a fam�lia Calheiros em Alagoas, onde Temer � rejeitado por 72,4% da popula��o, segundo levantamento do instituto Paran� Pesquisas publicado dia 10. � que Renan tem planos de se reeleger senador da Rep�blica pela quarta vez e com isso garantir o foro privilegiado nos processos em que figura como r�u. Pretende ainda assegurar a reelei��o do filho, Renan Filho (PMDB), eleito governador de Alagoas em 2014 tendo como principal apoiador, na �poca, o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva.

Mas com reformas e projetos impopulares como o da Previd�ncia Social, a economia em grave recess�o e na mira da Justi�a depois de ter sido denunciado pela opera��o Lava-Jato, essa meta pode ser dif�cil de ser alcan�ada ao lado de um presidente pouco popular, principalmente no Nordeste. Al�m disso, a disputa pelo Senado promete ser acirrada. J� s�o seis pr�-candidatos advers�rios para duas vagas, entre eles o ex-governador Teot�nio Vilela Filho (PSDB). E ainda uma disputa dentro de seu pr�prio partido j� que Max Beltr�o, ministro do Turismo e deputado federal pelo PMDB de Alagoas, tamb�m pleiteia a vaga de candidato ao Senado.

Governo de Alagoas

J� Renan Filho pode ter de enfrentar o prefeito reeleito de Macei�, Rui Palmeira (PSDB), depois de ver o PMDB perder as elei��es municipais nas principais cidades do estado, entre elas a capital. E dessa vez sem o apoio de Lula, cabo eleitoral importante no Nordeste. Desde o impeachment, o PT de Alagoas rompeu com o governo e entregou todos os cargos.

Se a situa��o ficar mais dif�cil, a chapa majorit�ria pai e filho pode ser invertida. Renan disputa o governo e o filho o Senado. Essa hip�tese vem sendo defendida nos bastidores pelo grupo de Calheiros como uma possibilidade para blindar o senador, caso sua situa��o na Justi�a fique mais complicada. � que a Constitui��o alagoana prev� autoriza��o do Legislativo para abertura de processo contra o governador. Foi isso que livrou Teot�nio Vilela Filho de ser processado pelo Superior Tribunal de Justi�a (STJ), em 2008, na a��o penal que apurava seu envolvimento com desvios de recursos de uma construtora para a realiza��o de obras com recursos federais. O tucano acabou ileso, pois a opera��o que desencadeou essa investiga��o foi anulada pelo Supremo Tribunal Fedeeal (STF).

Reduto eleitoral

Distanciamento Antevendo dificuldades, Renan, uma raposa na pol�tica, com quase 40 anos de vida p�blica, – ele come�ou como deputado estadual aos 23 anos –, tem atacado abertamente a reforma da Previd�ncia proposta pelo governo, uma das principais bandeiras do Planalto, al�m de tecer cr�ticas ao projeto de terceiriza��o aprovado pelo Planalto por meio de uma manobra para impedir que ele fosse levado ao Senado. Essa semana, depois das mudan�as anunciadas pelo governo no projeto de reforma da Previd�ncia, Renan chegou a citar sua regi�o eleitoral para criticar a proposta. “Esses recuos do governo mostram que � poss�vel fazer reforma da Previd�ncia para a pr�xima d�cada sem seguir a conta da banca (R$ 738 bilh�es em 10 anos), sem empobrecer o Nordeste e sem penalizar os trabalhadores. Bastava ter ouvido antes”, alfinetou Renan, em nota � imprensa.

Rompimento � vista

O senador nem disfar�a mais seu distanciamento do Planalto. Em outra entrevista a uma TV alagoana, disse que “ainda n�o” rompeu com Temer, mas chegou a comparar o atual governo com o per�odo em que a sele��o brasileira era treinada pelo t�cnico Dunga. Nesse per�odo, a sele��o perdeu v�rias competi��es e a popularidade. “Rompimento, ainda n�o. O que est� ficando claro s�o posi��es diferentes do PMDB e do governo”, disse essa semana.

Mas essa n�o � a primeira vez que Renan encabe�a o movimento de rompimento com um governo com baixa popularidade. Em 2001, ele foi um dos integrantes da c�pula do PMDB que defendeu o rompimento com o PSDB, de quem era aliado de primeira hora e j� tinha sido ministro, para lan�ar como candidato � sucess�o de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) o ex-presidente Itamar Franco, na �poca filiado ao PMDB, j� falecido. A articula��o n�o vingou e o PMDB acabou indicando a ent�o deputada federal Rita Camata (PMDB-ES) para ser candidata a vice-presidente da chapa tucana encabe�ada por Jos� Serra.

Desembarque 

Mas Renan estava certo ao pregar o desembarque do governo FHC, que terminou seu mandato com 36% de reprova��o – um n�mero at� simp�tico perto da rejei��o de Temer. Serra foi derrotado por Lula e o PMDB ficou de fora do Planalto. Posteriormente, Renan se aliou a Temer, na �poca deputado federal e presidente nacional da sigla, e juntos levaram o PMDB para o governo Lula.

Questionado recentemente sobre as cr�ticas de Renan, Temer que j� negocia cargos e mat�rias diretamente com senadores do PMDB para tentar isolar o ex-aliado. “Ele sempre agiu desta maneira. Ele vai e volta”.


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