Bras�lia - Diante de sinais de rebeli�o no Congresso, a c�pula do governo endureceu o tom e decidiu cobrar dos ministros que enquadrem as bancadas aliadas, sob pena de ficarem insustent�veis nos cargos. O Pal�cio do Planalto quer agora que os partidos mais divididos fechem quest�o para conseguir aprovar a reforma da Previd�ncia. Os parlamentares que desrespeitarem a ordem correm risco de puni��o.
"Fechar quest�o � um instrumento leg�timo para o partido marcar posi��o", afirmou o l�der do governo no Senado, Romero Juc� (RR), presidente do PMDB. Interlocutores de Temer observam que, com a estrat�gia, os parlamentares poder�o dizer aos eleitores que foram obrigados a seguir diretriz do partido para aprovar as mudan�as na aposentadoria.
Em fevereiro, Juc� protagonizou confronto p�blico com o ministro da Secretaria-Geral da Presid�ncia, Moreira Franco, para quem a tend�ncia do partido era liberar a bancada na vota��o da reforma da Previd�ncia. "N�o temos tradi��o leninista", disse Moreira, na ocasi�o.
De l� para c�, por�m, o governo sofreu derrotas na C�mara e as dela��es da Lava Jato contribu�ram para aumentar a crise. � tanto o esfor�o do Planalto para mostrar for�a e transmitir a mensagem de que a Lava Jato n�o parou o governo que Temer j� planeja recorrer a ministros-deputados para a aprova��o da reforma da Previd�ncia.
Dos 28 ministros, 12 s�o deputados licenciados que podem voltar ao posto, se necess�rio, para ajudar Temer na C�mara. Os ministros tamb�m foram orientados a intensificar o contato com os parlamentares e a procurar individualmente os integrantes de suas bancadas.
A ideia � que eles apresentem ao governo um mapeamento de como votar� cada deputado. "Os ministros v�o ter de trabalhar suas bancadas. Sen�o, v�o ter de deixar os cargos", avisou o deputado Darc�sio Perondi (PMDB-RS).
Recado
Na lista dos "traidores contumazes" est�o PSB, PRB e PPS, embora o pr�prio PMDB e o PSDB tamb�m tenham se mostrado infieis. Nesta semana, os ministros Leonardo Picciani (Esporte) e Max Beltr�o (Turismo), ambos deputados licenciados, participaram da reuni�o da bancada do PMDB. Ali o recado foi claro: quem votar contra a reforma ter� de devolver os cargos.
O ministro da Cultura, Roberto Freire, tamb�m amea�ou sair se o PPS enfrentar o governo na reforma da Previd�ncia. A advert�ncia foi feita a parlamentares ap�s as trai��es verificadas na vota��o da terceiriza��o.
Considerado o aliado mais infiel, o PSB deve fechar quest�o, mas contra as reformas da Previd�ncia e trabalhista. "H� uma avalia��o de integrantes da bancada de que esse governo est� tendo uma inflex�o excessivamente liberal", disse o presidente do PSB, Carlos Siqueira.
O l�der do DEM na C�mara, Efraim Filho (PB), tamb�m afirmou que o partido n�o obrigar� ningu�m a votar com o governo. Assegurou, por�m, que o DEM � favor�vel � reforma da Previd�ncia.