(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Delator diz que Perillo pediu contribui��o de R$ 50 milh�es � Odebrecht

Executivos da construtora relatam que o tucano teria ressaltado as obras da empresa no Estado que governa e afirmou que gostaria de uma contribui��o 'do tamanho da Odebrecht'


postado em 24/04/2017 12:43 / atualizado em 24/04/2017 13:04

O governador de Goiás pediu contribuições, segundo as delações(foto: Gladyston Rodrigues/EM )
O governador de Goi�s pediu contribui��es, segundo as dela��es (foto: Gladyston Rodrigues/EM )

O governador de Goi�s Marconi Perillo (PSDB-GO) pediu, em almo�o com executivos da Odebrecht, contribui��o de R$ 50 milh�es da empreiteira para a campanha de reelei��o, em 2014, segundo delatores. Executivos da construtora relatam que, � mesa, o tucano teria ressaltado as obras da empresa no Estado que governa e afirmou que gostaria de uma contribui��o "do tamanho da Odebrecht" na regi�o. A empreiteira acabou pagando caixa dois de R$ 8 milh�es � campanha de Perillo, de acordo com os depoimentos. Em 2010, o tucano j� havia recebido R$ 2 milh�es de caixa dois � primeira campanha, ainda segundo os executivos.

A empreiteira explica, em dela��o premiada, que o Estado de Goi�s abriga "o maior potencial para obras de saneamento do pa�s", em uma regi�o no entorno de Bras�lia. De acordo com dados da Odebrecht entregues ao Minist�rio P�blico Federal, desde 2008 a construtora busca desenvolver um "projeto de concess�o" naquela �rea.

O ex-presidente da Odebrecht Ambiental Fernando Reis relata ter sido apresentado, em 2010, a Perillo, durante um jantar na casa do ent�o senador Dem�stenes Torres (DEM/GO). Antes do encontro, afirmam os delatores da Odebrecht, Dem�stenes j� havia acertado o financiamento de R$ 6 milh�es operacionalizados via caixa dois para a campanha ao Senado, onde ele ocupou cadeira entre 2003 e 2012, quando foi cassado por quebra de decoro parlamentar.

Tanto Dem�stenes quanto Perillo prometiam � empreiteira engajamento para projetos de privatiza��o do saneamento do entorno goiano de Bras�lia.

De acordo com Fernando Reis foram pagos R$ 2 milh�es � campanha de Perillo, em 2010. O codinome do ent�o senador candidato ao governo estadual no sistema Drousys, de operacionaliza��o de repasses da empreiteira a pol�ticos, era "Calado". "Porque nesse jantar ele falou muito pouco, foi muito cuidadoso nas palavras, ele falou pouqu�ssimo nesse jantar, tanto ele quanto a esposa", relatou Fernando Reis em sua dela��o � for�a-tarefa da Opera��o Lava-Jato.

O executivo afirmou que, com a deflagra��o da Opera��o Monte Carlo - que investigava as rela��es de pol�ticos com o contraventor Carlinhos Cachoeira e a Delta Engenharia -, os projetos prometidos � Odebrecht foram paralisados.

"O processo morreu em seguida (das elei��es), porque foram eleitos (Perillo e Dem�stenes) em 2010 para iniciar o mandato em 2011. Houve uma iniciativa do senador e, em seguida, veio a Opera��o Monte Carlo, que desmascarou o Dem�stenes, e uma das liga��es (grampeadas) da Monte Carlo cita o nosso interesse em participar dessa licita��o. Uma liga��o do funcion�rio da Delta que cita o Dem�stenes e fala do interesse em participar desse projeto".

Para a campanha de 2014, mais uma vez, executivos da Odebrecht dizem ter sido procurados pelo governador tucano. A secret�ria do chefe do Executivo goiano teria ligado para a secret�ria de Marcelo Odebrecht para marcar um almo�o, que acabou sendo agendado para mar�o daquele ano, no escrit�rio da construtora.

"A inten��o do governador ao marcar o almo�o foi justamente ressaltar a forte presen�a das empresas do Grupo no Estado de Goi�s, refor�ar seu apoio aos investimentos do Grupo e, consequentemente, requerer o que ele chamou de 'uma contribui��o de campanha equivalente a nossa presen�a' e que no segundo mandato daria continuidade aos investimentos, gerando mais obras no setor de infraestrutura", afirmou Reis.

Quando Marcelo Odebrecht se ausentou da mesa, ap�s o almo�o, o executivo relata ter acompanhado Perillo at� o elevador. Nesse momento, afirma Reis, o governador teria pedido a "contribui��o de R$ 50 milh�es". "Eu disse para ele que essa contribui��o � absolutamente… n�o existe nesse sentido".

A empreiteira ent�o teria se comprometido a doar R$ 8 milh�es, via caixa dois, para a campanha do tucano � reelei��o. O contato entre o governador e os empres�rios teria se dado entre Alexandre Barradas e Jo�o Pac�fico, da Odebrecht, e o interlocutor do ex-governador Jayme Rincon. O departamento de propinas ent�o operacionalizou os pagamentos para o governador, dessa vez sobre o codinome "Master", afirmam os delatores.

Barradas, que manteve contato com Jayme Rincon, hoje presidente da Ag�ncia Goiana de Transportes e Obras (AGETOP), relata que o representante de Perillo "ainda reclamou que a empreiteira teria definido o repasse de R$ 8 milh�es, e n�o o valor de R$ 50 milh�es pedido pelo tucano".

"Fui, sentei com o Jayme, comuniquei o valor. Ele respondeu: 'poxa, eu pensava que era mais substancial…'. Respondi: O que eu tenho de determina��o e libera��o � esse valor, que j� � muito, cara".

"Conseguimos localizar entregas feitas no per�odo eleitoral de 2014, na rua Lu�s Carlos Berrini, 1748, conjunto 2203, S�o Paulo, SP. Em pesquisa recente por fontes abertas, identificamos que neste endere�o funciona a Smart Brasil, empresa ligada a Hilton Jos� Pacheco, nome citado na Opera��o Caixa de Pandora, que tem a ver com Goi�s", relatou Fernando Reis.

Os diretores respons�veis pela execu��o dos pagamentos a Marconi Perillo apresentaram valores divergentes dos que foram informados pelo presidente da Odebrecht Ambiental.

Ricardo Roth Ferraz e Jo�o Pac�fico alegam ter encontrado, no sistema do departamento de propinas da Odebrecht, repasses de R$ 500 mil reais, em 2010, e de R$ 2,75 milh�es em 2014.

Defesas

A reportagem entrou em contato com a defesa de Marconi Perillo, mas n�o obteve retorno at� a publica��o de desta mat�ria. O espa�o est� aberto para manifesta��o.

Desde que o nome do tucano surgiu nas dela��es da Odebrecht, sua Assessoria tem destacado que Perillo acredita na Justi�a e que vai esclarecer eventuais questionamentos que receber. A Assessoria do governador assinala que n�o h� inqu�rito aberto no �mbito do Superior Tribunal de Justi�a, foro competente para processar chefes de Executivo estadual.

Ao jornal "O Popular", de Goi�nia, a Assessoria de Perillo enfatizou que ele "nunca pediu ou autorizou que solicitassem em seu nome qualquer contribui��o de campanha que n�o fosse oficial e rigorosamente de acordo com a legisla��o eleitoral".

A reportagem entrou em contato com a defesa de Dem�stenes Torres, mas tamb�m n�o obteve retorno. O espa�o est� aberto para manifesta��o. Da mesma forma, tentou, sem sucesso, contato com a empresa Smart Brasil.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)