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Estado de Minas

Lava-Jato agora avalia a��o contra Lula por obstru��o


postado em 15/05/2017 12:49 / atualizado em 15/05/2017 13:01

S�o Paulo - O depoimento do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva ao juiz federal S�rgio Moro refor�ou os ind�cios reunidos por investigadores da Opera��o Lava-Jato, em Curitiba, de atua��o do petista em atos de obstru��o � Justi�a e embara�o � for�a-tarefa que apura o maior esc�ndalo de corrup��o do pa�s. As suspeitas devem provocar a abertura de novo inqu�rito contra Lula, na capital do Paran�, e resultar em mais um processo criminal.

A for�a-tarefa avalia existir elementos de que Lula, ao longo dos tr�s anos de investiga��es ostensivas, buscou obstruir o trabalho da Justi�a, com epis�dios que envolvem suposta destrui��o de provas e intimida��o de autoridades. A defesa do ex-presidente afirma que a Lava-Jato abriu "uma nova linha de ataque" contra o petista.

O ex-presidente j� � r�u em cinco a��es penais, duas delas abertas por Moro. Na 10ª Vara Federal do Distrito Federal, o petista � r�u, desde julho de 2016, acusado de tentar comprar o sil�ncio do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerver�, o que tamb�m teria caracterizado o crime de obstru��o � Justi�a.

Em quase cinco horas de interrogat�rio, em Curitiba, na quarta-feira passada, dia 10, Lula confirmou ter se reunido com tr�s alvos da Lava-Jato - um deles delator e outros dois em negocia��o de acordo -, em 2014, quando as investiga��es j� haviam sido deflagradas. O petista, no entanto, negou irregularidades.

O ex-presidente narrou encontros com o ex-diretor de Servi�os da Petrobras Renato Duque e com o ex-presidente da OAS Jos� Adelm�rio Pinheiro Filho, o L�o Pinheiro. Os dois, tamb�m r�us da Lava-Jato e j� condenados, contaram que Lula teria pedido para que provas fossem destru�das.

Para tr�s investigadores da for�a-tarefa ouvidos pelo jornal, sob a condi��o de n�o ter os nomes revelados, o ato de buscar informa��es sobre provas de crimes confirma a acusa��o de que Lula n�o era alheio ao esquema de corrup��o na Petrobras. Procuradores e policiais federais dizem que esses ind�cios fornecem elementos para aprofundar apura��es de novos crimes.

Ind�cios


O principal epis�dio contra Lula refere-se ao caso do tr�plex do Guaruj� (SP), que o petista nega ser seu, e foi revelado a Moro por Pinheiro. "Eu tive um encontro com o presidente em junho (de 2014). Bom, isso tenho anotado na minha agenda", afirmou o empreiteiro. "'L�o, voc� fez algum pagamento ao Jo�o Vaccari (Neto, ex-tesoureiro do PT) no exterior?' Eu disse: 'n�o, presidente, eu nunca fiz pagamento dessas contas que temos com Vaccari no exterior'."

Pinheiro reconheceu ter feito pagamentos por meio de caixa 2 a Vaccari. Segundo ele, Lula deu uma ordem: "Voc� tem algum registro de encontro de contas, de alguma coisa feita com Vaccari com voc�? Se tiver, destrua!". Lula negou a Moro o conte�do da conversa.

J� Duque, indica��o do PT na Petrobras, disse a Moro que encontrou Lula em junho de 2014 no Aeroporto de Congonhas, em S�o Paulo. O ex-diretor, condenado a 57 anos e 7 meses de pris�o, atribuiu a Lula a frase: "Olha, presta aten��o no que vou te dizer: se tiver alguma coisa n�o pode ter, entendeu? N�o pode ter nada no teu nome entendeu?". Segundo Duque, Lula o questionou sobre a exist�ncia de contas do ex-diretor na Su��a.

Tamb�m est� na mira da Lava-Jato o encontro que Lula confirmou ter ocorrido com o ex-presidente da Transpetro S�rgio Machado, em 3 de junho de 2014, uma hora antes de se encontrar com Pinheiro, na sede do Instituto Lula, em S�o Paulo.

Machado virou delator e abalou a c�pula do PMDB ao gravar conversas sobre um "acord�o", interpretado como uma tentativa de "estancar" a Lava-Jato. Em mar�o daquele ano, a Lava-Jato havia chegado a Lula. Segundo o ex-presidente, Machado o convidara para a inaugura��o de um navio.

Amea�a


Nos 15 minutos finais do interrogat�rio de Lula, Moro tamb�m advertiu o ex-presidente sobre sua conduta "inadequada" de tentar intimidar autoridades. Em declara��es p�blicas, o petista disse que poderia um dia "mandar prender" os procuradores da Rep�blica que o investigam, "lembraria dos delegados" que o conduziram coercitivamente, em mar�o de 2016, e que s� ele poderia "brigar" com a Lava-Jato.

No processo do tr�plex, Lula � r�u sob a acusa��o dos crimes de corrup��o passiva e lavagem de dinheiro - a pena pode chegar a 22 anos de pris�o. Ele supostamente teria recebido R$ 3,7 milh�es da OAS por meio do tr�plex e do armazenamento do acervo presidencial.

Defesa


Cristiano Zanin Martins, advogado do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva, afirmou, em nota, que "uma nova linha de ataque foi aberta" contra o petista pela Lava-Jato. Segundo ele, trata-se da "utiliza��o de pessoas que h� muito buscam sair da pris�o ou obter benef�cios desde que incluam o nome do ex-presidente em seus depoimentos ou o envolvam em situa��o de obstru��o � Justi�a". "Estas s�o as condi��es para destravar acordos de dela��o, conforme den�ncias feitas por �rg�os de imprensa."

Segundo Zanin, no depoimento ao juiz S�rgio Moro, na quarta-feira passada, Lula rebateu as declara��es do empres�rio Jos� Adelm�rio Pinheiro Filho, L�o Pinheiro, e do ex-diretor da Petrobr�s Renato Duque e "demonstrou que jamais praticou qualquer ato que possa ser entendido como obstru��o � Justi�a". Para o advogado, eles "falaram sem o compromisso de dizer a verdade".

A defesa disse que a Lava-Jato promove o que Zanin chama de "devassa" na vida de Lula e parentes. "Nenhuma prova foi encontrada simplesmente porque eles n�o praticaram qualquer ato de corrup��o."


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