
Ao decidir permanecer no cargo de presidente da Rep�blica – sob o argumento que n�o avalizou o pagamento de propina ao ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) em troca de seu sil�ncio –, Michel Temer (PMDB) sabe que ainda ter� muitos obst�culos para enfrentar na tentativa de manter a governabilidade.
Menos de 24 horas depois de virem � tona den�ncias apresentadas pelos donos da JBS, o peemedebista enfrentava nessa quinta-feira (18) perda de apoio de partidos no Congresso Nacional, pedidos de demiss�o de ministros e oito requerimentos de impeachment na C�mara dos Deputados. Mas conseguiu conter, ao menos no primeiro momento, uma debandada da base aliada. Os principais partidos condicionaram a sa�da do governo a uma avalia��o do conte�do do �udio gravado pelo empres�rio Joesley Batista.
A abertura de um processo de impeachment depende do aval do presidente da C�mara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Se algum for aceito, ser� criada uma comiss�o especial para analisar o assunto.
Apesar da guerra que se armava no Congresso, Temer terminou o dia com apenas uma baixa em seu governo: o ministro da Cultura, Roberto Freire (PPS), que entregou o cargo ao presidente no in�cio da noite, ap�s se reunir com sua equipe. Em nota, o PPS anunciou que deixa a base de governo, mas o ministro da Defesa, Raul Jungmann, ficar� no cargo pela “relev�ncia” da sua atua��o.
O PSB pediu que o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, deixe o governo, mas a sa�da n�o foi confirmada. Logo ap�s o pronunciamento de Temer, a informa��o extraoficial era que o ministro das Rela��es Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira (PSDB), e o ministro das Cidades, Bruno Ara�jo (PSDB), tamb�m estariam com a carta de demiss�o pronta. No entanto, pouco depois, o l�der do PSDB na C�mara, Ricardo Tr�poli (SP), afirmou que ainda n�o havia defini��o se os ministros tucanos permanecer�o no governo. Segundo Tr�poli, a ideia � que seja uma decis�o conjunta do partido. At� porque deputados do PSDB protocolaram um pedido de impeachment assinado por pelo menos sete parlamentares.
BASE ALIADA Com uma bancada de 13 deputados, o PTN foi o primeiro partido a anunciar oficialmente o rompimento com o governo Temer. Em carta assinada pela presidente nacional do partido, deputada Renata Abreu (SP), e pelo l�der da legenda na C�mara dos Deputados, Alexandre Baldy (GO), o PTN diz que assumir� posi��o de “independ�ncia” em rela��o ao governo.”O Podemos (novo nome do PTN) e sua bancada na C�mara dos Deputados anunciam a sua sa�da do bloco parlamentar composto pelo PP e PT do B, outros partidos da base aliada, assumindo posi��o de independ�ncia do governo”, diz trecho da carta. O PTN deve entregar todos os cargos que tem no governo.
Mas aliados do bloco, como o presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), apoiaram Temer. Ciro afirmou esperar o “r�pido esclarecimento dos fatos por parte da Justi�a, para que o pa�s volte o mais breve poss�vel � normalidade”. Tamb�m em nota, o PR afirmou que reitera a sua “confian�a no trabalho” de Temer e que n�o baseava a sua perman�ncia no governo em not�cias de investiga��es em curso. O l�der do PTB na C�mara, Jovair Arantes (GO), disse que � preciso levar em considera��o “os efeitos negativos de uma ruptura institucional no momento em que a economia do pa�s come�a a se recuperar”.