Bras�lia - O presidente Michel Temer recebe, �s 9h30 desta sexta-feira, 19, no Pal�cio da Alvorada, solidariedade dos comandantes do Ex�rcito, da Marinha e da Aeron�utica, ao lado do ministro da Defesa, Raul Jungmann. Temer convidou os comandantes para um caf� da manh�, quando pretende lhes dar explica��es sobre os �ltimos acontecimentos que abalaram seu governo, apresentar sua vers�o para o fatos e se defender.
O gesto dos comandantes militares tem um importante componente pol�tico j� que significar� uma esp�cie de endosso das For�as Armadas a Temer, que � alvo de investiga��o do Supremo Tribunal Federal (STF), est� sob julgamento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e na mira de oito pedidos de impeachment no Congresso.
O ministro-chefe do Gabinete de Seguran�a Institucional (GSI), general S�rgio Etchegoyen, que estava a caminho do Timor Leste e retornou ao Brasil diante do agravamento da crise, desembarcar� agora na manh� desta sexta na capital federal e tamb�m ir� ao caf� da manh�.
Na quinta-feira, 18, os comandantes militares assistiram ao pronunciamento de Temer, negando que tenha tentado comprar o sil�ncio de Cunha e pedindo pressa nas investiga��es pelo STF, ao lado de Raul Jungmann, no gabinete do titular do Minist�rio da Defesa.
Na ocasi�o, a avalia��o feita foi de que a fala de Temer foi "firme", "contundente", "convincente" e "curta, como deveria ser". As avalia��es davam conta, ainda, de que, a partir de ent�o, o momento era de esperar como o meio pol�tico reagiria, embora o entendimento inicial fosse de que n�o haveria debandada e os ministros se manteriam ao lado de Temer, pelo menos por enquanto.
O pr�prio Jungmann, cujo partido PPS pregava o afastamento do governo, na reuni�o, comunicou aos comandantes que permaneceria no cargo. Em seguida, o ministro seguiu para o Planalto para confirmar sua decis�o a Temer. Os militares acreditam ainda que as novas apura��es e divulga��es, assim como a rea��o do Congresso e das ruas a tudo isso � que definir�o o que acontecer� no Pa�s.
Caserna
Pouco mais tarde, coube ao comandante do Ex�rcito, general Eduardo Villas B�as se pronunciar pelas redes sociais, defendendo o cumprimento de todas as regras constitucionais.
O comandante do Ex�rcito disse que "a Constitui��o Federal Brasileira h� de ser sempre solu��o a todos os desafios institucionais do pa�s. N�o h� atalhos fora dela!".
A afirma��o do general reflete o sentimento dos outros dois comandantes da Marinha, almirante Eduardo Bacellar Leal Ferreira, e da Aeron�utica, brigadeiro Nivaldo Rossato, que acabou fazendo o papel de uma esp�cie de porta-voz das For�as Armadas.
Os comandantes est�o alinhados com o ministro da Defesa e entendem que a sua perman�ncia no cargo contribui para a estabilidade no Pa�s. Ressaltam, no entanto, que qualquer solu��o no Pa�s tem de vir seguindo todas as regras constitucionais escritas, como t�m acontecido at� agora.
Os militares est�o tranquilos e acompanhando todo o desenrolar dos acontecimentos � dist�ncia. Esta solidariedade, no entanto, poder� ser alvo de cr�ticas de diversos segmentos da sociedade e at� mesmo da reserva das For�as Armadas.
Temer t�m um excelente relacionamento com os comandantes militares. A aproxima��o entre eles se deu quando a ex-presidente Dilma Rousseff delegou a miss�o ao ent�o vice-presidente de coordenar o Plano Estrat�gico de Fronteiras, que integra For�as Armadas e pol�cias no combate ao tr�fico e contrabando vindo de pa�ses vizinhos.
Na ocasi�o, Dilma, que enfrentava uma de suas crises com o seu principal aliado, o PMDB, quis dar mais poder ao vice, que havia se sentido desprestigiado ap�s atritos com o ex-ministro-chefe da Casa Civil Antonio Palocci, que havia acabado de deixar o cargo.
O desentendimento teria ocorrido antes da vota��o do C�digo Florestal, quando Palocci teria amea�ado tirar minist�rios do PMDB caso seus parlamentares n�o obedecessem seguissem o entendimento do governo na vota��o da proposta.