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Estado de Minas

Ex-ministro da Justi�a passa de preterido a indeciso

No governo ou fora dele, ministro pode gerar mais instabilidade, por causa de investiga��es de corrup��o


postado em 30/05/2017 06:00 / atualizado em 30/05/2017 07:16

Serraglio ainda não respondeu a Temer se aceita assumir o MInistério da Transparência e Controle (foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Serraglio ainda n�o respondeu a Temer se aceita assumir o MInist�rio da Transpar�ncia e Controle (foto: Marcelo Camargo/Ag�ncia Brasil)

Bras�lia - O posto de ministro da Transpar�ncia, Fiscaliza��o e Controladoria-Geral (antiga CGU), segue indefinido. N�o por conta da vontade do presidente da Rep�blica, Michel Temer. Mas, sim, porque o ex-ministro da Justi�a, deputado federal Osmar Serraglio (PMDB-PR), ainda analisa a proposta de assumir a pasta. A ideia � que ele d� a resposta hoje ao governo federal. O governo federal esperava uma confirma��o mais r�pida de Serraglio. O ministro tirou um dia sab�tico para refletir sobre a proposta, uma vez que a transi��o para a CGU n�o estava nos planos do peemedebista, que se dizia disposto para tocar a pasta. Nos corredores do Planalto, interlocutores de Temer afirmam que a proposta foi feita, mas ainda faltava uma conversa entre o presidente e Serraglio para bater o martelo. “Pode ser que essa conversa ocorra hoje (ontem). O presidente viajou, e esse desencontro adiou a defini��o”, afirmou.

Temer viajou ontem para S�o Paulo, onde participou da abertura oficial do F�rum de Investimentos Brasil. A expectativa era de que ele voltasse para Bras�lia e, ainda na noite de ontem, definisse a perman�ncia de Serraglio no governo � frente da CGU. O presidente tamb�m deve definir os tr�mites finais da posse do novo ministro da Justi�a, Torquato Jardim. A “dan�a das cadeiras” na Justi�a e na CGU foi uma surpresa at� mesmo para interlocutores de Temer. “At� sexta-feira n�o t�nhamos nenhuma informa��o sobre isso. E, no domingo, fomos surpreendidos com a mudan�a”, admitiu um deles. A ideia de Temer � manter o deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), suplente de Serraglio, como titular no Congresso.

O peemedebista, nome de confian�a de Temer, �, ao lado do presidente, alvo de inqu�rito instaurado pelo Supremo Tribunal Federal que apura a suspeita de corrup��o passiva, embara�o � investiga��o, e forma��o de organiza��o criminosa. Loures foi filmado pela Pol�cia Federal recebendo uma mala com R$ 500 mil.

Mesmo tendo sido afastado do cargo pela Suprema Corte, Loures mant�m o foro privilegiado. Caso Serraglio volte a ser titular na C�mara, o parlamentar volta a ser suplente e, assim, perde o foro. Poderia, ent�o, ser julgado na Justi�a comum. A ideia de Temer e de aliados pol�ticos � clara: proteger o deputado para evitar qualquer aprofundamento da crise pol�tica.

CR�TICAS A possibilidade de Serraglio assumir a CGU j� encontra resist�ncia por parte de servidores e sindicalistas. Ontem, o presidente do Sindicato Nacional dos Analistas e T�cnicos de Finan�as e Controle (Unacon Sindical), Rudinei Marques, criticou em protesto tal proposta. Para ele, o ministro n�o tem as qualifica��es necess�rias para assumir a pasta. “Se a CGU considerar a import�ncia dela, n�o pode ter algu�m que n�o tenha a m�nima qualidade t�cnica para ocupar o cargo. A nomea��o � meramente pol�tica, e n�o t�cnica”, reclamou. Novas mobiliza��es, inclusive, n�o est�o descartadas se a posse de Serraglio realmente for confirmada, garante Marques.

A CGU, agora Minist�rio da Transpar�ncia, investiga casos de corrup��o no �mbito do governo federal. A manuten��o de Serraglio no governo aumenta o risco de mais crise, se houver a dela��o do ex-superintendente regional do Minist�rio da Agricultura, Pecu�ria e Abastecimento no Paran�, Daniel Gon�alves Filho, apontado como “l�der e principal articulador de bando criminoso” pelo juiz federal Marcos Josegrei da Silva. Gon�alves est� perto de fechar sua colabora��o com o Minist�rio P�blico Federal. Em uma conversa telef�nica grampeada pela PF, Serraglio se refere a Gon�alves como “grande chefe”, que comandou o minist�rio no Paran� entre 2007 e 2014 e de junho de 2015 a abril de 2016. No m�s passado, ele foi acusado pelo MPF de crimes de organiza��o criminosa, corrup��o passiva privilegiada, prevarica��o (agir contra sua fun��o para para satisfazer interesse pessoal), concuss�o (exigir vantagem indevida) e viola��o de sigilo profissional, no �mbito da Opera��o Carne Fraca, que investiga corrup��o no Minist�rio da Agricultura.

Na decis�o em que deflagrou a Carne Fraca, o juiz Marcos Josegrei relatou a conversa grampeada entre Gon�alves e Serraglio, ent�o deputado federal. “Em conversa com o Serraglio, Daniel � informado acerca de problemas que um frigor�fico de Ipor�, perto de Umuarama, cidade em que o peemedebista ga�cho construiu carreira pol�tica, estaria tendo com a fiscaliza��o. Logo ap�s a ligac�o, Gon�alves ligou para Maria do Rocio, tamb�m apontada como comandante do esquema, contando-lhe que o fiscal de Ipor� queria fechar o frigor�fico. Ele pede a ela que averigue o que est� acontecendo. Ela em seguida o informa de que n�o tem nada de errado l�, informa��o esta depois repassada a Serraglio”, anotou Josegrei. � nessa conversa que o pol�tico sa�da Gon�alves como “grande chefe”.

A assessoria de Serraglio respondeu � reportagem: “A �nica informa��o � de que, a princ�pio, trata-se de proposta de dela��o apresentada. Aparentemente o assunto est� ainda em andamento, sem conclus�o ou homologa��o. Quanto ao ‘grande chefe’ relembramos que isso j� foi tema de diversos pronunciamentos p�blicos do ministro. Ele j� contextualizou o termo exaustivamente”.

LOURES PERDE ADVOGADO

O advogado Jos� Luis de Oliveira Lima deixou a defesa do deputado federal afastado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR). O criminalista alegou quest�es de “foro �ntimo” ao renunciar � defesa do peemedebista. Loures � o homem de confian�a do presidente Michel Temer flagrado, em a��o controlada da Pol�cia Federal sobre executivos da JBS, recebendo uma mala de dinheiro de R$ 500 mil do diretor de Rela��es Institucionais da J&F, Ricardo Saud. O parlamentar foi afastado do cargo ap�s decis�o do Supremo Tribunal Federal, em 18 de maio. Em �udio gravado por Joesley, em visita �s escondidas no Pal�cio do Jaburu, Temer indica Loures para ser seu interlocutor junto � empresa.

 


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