S�o Paulo - Uma intercepta��o telef�nica da Opera��o Patmos mostra que o senador afastado A�cio Neves (PSDB-MG) tentou pressionar o diretor-geral da Pol�cia Federal, Leandro Daiello, para ter acesso a depoimentos que o implicam nas apura��es sobre esquema de corrup��o em Furnas.
Irritado por n�o ter acesso a depoimentos, A�cio ligou para Daiello e pediu um encontro. "Uma hora que voc�… que eu pudesse dar um pulo a�. Pelo seguinte, contudo �... �... na verdade... pela S�mula 14 (do STF) que faculta a defesa ao acesso, n�? Ao processo, aos autos, aos depoimentos, o delegado se negou a entregar � defesa, ontem, a c�pia do depoimento que ele j� tinha colhido, t�?", queixou-se A�cio ao diretor-geral.
A conversa entre o tucano e Daiello, em 26 de abril, foi gravada pela PF. A�cio disse que seu advogado, Alberto Toron, iria procur�-lo na institui��o.
'Bronca'
A PF tamb�m capturou uma "bronca" de A�cio em seu colega Zez� Perrella (PMDB-MG). No di�logo divulgado pelo jornal Hoje em Dia, o tucano cobra "lealdade" de Zez�, ap�s declara��o do aliado. Zez� teria se vangloriado de n�o estar na lista do procurador-geral da Rep�blica, Rodrigo Janot, revelada quando da divulga��o das dela��es da Odebrecht. O �udio foi captado em 13 de abril.
"Vou te falar aqui como amigo, com a liberdade de amigo. Eu achei, olhe, poucas vezes eu vi uma declara��o t�o escrota, Zez�", afirmou A�cio. "A n�o ser, Zez�, que a sua campanha foi financiada na lua ou pela quentinha", disse o tucano.
Conforme A�cio, era hora de "separar o joio do trigo". "Porque tem uma bandidada que assaltou o Brasil e tem gente que fez campanha, n�? Como � que voc� acha que voc� chegou no Senado? Sua campanha foi financiada do mesmo jeito que a minha", disse o tucano.
A assessoria de A�cio negou qualquer tentativa de pressionar Daiello. "O diretor da PF n�o se sujeitaria a qualquer tipo de press�o. O senador considera que o di�logo foi republicano." Informou ainda que "as campanhas foram feitas em absoluto respeito � legisla��o".
Perrella disse que est� "constrangido, porque A�cio interpretou uma fala como uma cr�tica".