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Estado de Minas

PT defende elei��es diretas, mas h� articula��es para encontro entre Lula e Maia

Com aval do chamado "baixo clero", Maia � atualmente o candidato favorito para a sucess�o de Temer, caso o presidente seja deposto


postado em 01/06/2017 10:49 / atualizado em 01/06/2017 11:21

Bras�lia - O PT vai defender em seu 6º congresso, que come�a nesta quinta-feira, 1º de junho, boicote do partido a eventual elei��o indireta, caso deputados e senadores tenham de escolher um substituto para o presidente Michel Temer. Mas, nos bastidores, h� articula��es em curso sobre esse cen�rio. Interlocutores do PT e do PCdoB tentam promover um encontro entre o ex-presidente da Rep�blica Luiz In�cio Lula da Silva e o presidente da C�mara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que quer uma conversa com ele para pedir apoio.

"Eu n�o fui procurado", disse Lula na quarta-feira, ao chegar para reuni�o com representantes das correntes do PT, na sede do partido, em Bras�lia. Com aval do chamado "baixo clero", Maia � atualmente o candidato favorito para a sucess�o de Temer, caso o presidente seja deposto.

B�n��o


O jornal O Estado de S. Paulo apurou que Maia tenta obter a b�n��o de Lula para a negocia��o de um acordo suprapartid�rio em que o ex-ministro Aldo Rebelo, hoje no PCdoB, seria seu vice. Uma ala do PSB pretende levar Rebelo para o partido. Se Temer cair, Maia assume a Presid�ncia por 30 dias. A Constitui��o determina que, nesse caso, seja convocada uma elei��o indireta no Congresso.

Lula pediu a um interlocutor, nos �ltimos dias, que sondasse o ex-ministro da Defesa Nelson Jobim sobre o que ele achava de ser candidato em uma elei��o indireta. As conversas sobre esse cen�rio, por�m, n�o prosperaram. Para o ex-presidente, Maia tem grande chance de chegar ao Planalto, se for candidato.

Sem lan�amento


Na v�spera da abertura do 6º Congresso do PT, Lula cobrou unidade das tend�ncias para evitar uma "lavagem de roupa suja" em p�blico e desautorizou o lan�amento de sua candidatura ao Planalto agora. O partido prega elei��es diretas para presidente da Rep�blica e vai insistir nessa bandeira, na tentativa de se reaproximar da sociedade ap�s ser envolvido em esc�ndalos de corrup��o.

O encontro petista ir� at� s�bado e tamb�m contar� com a presen�a da ex-presidente Dilma Rousseff.

Crise


Com 600 delegados, o 6º Congresso do PT ser� realizado em meio � maior crise do partido, que completou 37 anos em fevereiro. � procura de um discurso, o PT promete atualizar o seu programa e vai eleger nova dire��o, mas Lula acha que lan�ar o seu nome agora ao Planalto constrangeria outros aliados adeptos da campanha por diretas j�. Al�m disso, seus advogados avaliam que n�o � conveniente "provocar" antecipadamente o Judici�rio.

R�u em cinco processos, sendo tr�s no �mbito da Opera��o Lava Jato, o ex-presidente pode ser impedido de concorrer ao Planalto, em 2018, se for condenado em segunda inst�ncia pela Justi�a. � justamente por isso, no entanto, que muitos petistas acreditam que o encontro do PT � a melhor �poca para tentar empurrar sua candidatura, denunciar o "golpe" continuado e ir para o enfrentamento.

Unidade


"A milit�ncia pode at� lan�ar o Lula, mas o que ele acha importante, neste momento, � manter a unidade. E a �nica palavra que unifica essa frente suprapartid�ria � elei��o direta", disse o ex-ministro Gilberto Carvalho. "Elei��o indireta para substituir Temer significa a continuidade das reformas e n�s somos frontalmente contra isso", completou ele, numa refer�ncia �s mudan�as na Previd�ncia e na legisla��o trabalhista, propostas por Temer.

Autor da Proposta de Emenda � Constitui��o (PEC) que prev� elei��o direta em casos de vac�ncia na Presid�ncia, o deputado Miro Teixeira (Rede-RJ) lembrou que a campanha de 1984 tamb�m n�o apresentava candidatos. "Naquela �poca, todos se apresentavam no mesmo palanque. Lula deve estar raciocinando nessa mesma dire��o, no sentido de n�o limitar o apoiamento ao nome dele", afirmou Miro. Em 1985, o PT se absteve na disputa entre Paulo Maluf (ent�o do PSD, hoje PP) e Tancredo Neves (Alian�a Democr�tica), que venceu a elei��o indireta por 480 votos a 180.

Apesar desses argumentos, a l�der do PT no Senado, Gleisi Hoffmann (PR), n�o v� motivos para adiar por muito tempo o lan�amento da candidatura do ex-presidente. "O medo que muitos expressam � porque n�o t�m candidato. Mas n�s n�o temos culpa disso", argumentou a senadora.

Gleisi � favorita para presidir o PT e deve ser eleita no pr�ximo s�bado, substituindo Rui Falc�o. O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) tamb�m disputa o comando do partido, mas proje��es feitas com base nas elei��es para os diret�rios estaduais e municipais mostram que sua indica��o n�o ter� maioria no encontro.

N�cleo pol�tico


Lula tentar� fazer um acordo com todas as tend�ncias para compor a dire��o petista e, nesse quebra-cabe�as, Lindbergh pode ficar com a primeira vice-presid�ncia do partido. O ex-presidente quer construir um n�cleo pol�tico de dire��o no PT, independentemente das cotas das tend�ncias. N�o � s�: ele pr�prio pretende influir na indica��o dos nomes, mas as correntes resistem a esse modelo. A ideia de Lula � criar, ainda, cinco vice-presid�ncias regionais.

"N�s precisamos de um partido preparado para esse momento de guerra, de profunda luta de classes", disse Lindbergh. "Fomos ing�nuos e frouxos e, no nosso governo, vivemos uma pol�tica de concilia��o exagerada. Quando a gente olha para o passado, pergunta: 'Por que n�o fizemos a lei dos meios?'", questionou ele, ao lembrar a proposta do PT de regulamenta��o dos meios de comunica��o, que ficou na gaveta durante o governo Dilma.

Tesouraria coletiva


Alvejado por den�ncias de malfeitos, o PT tamb�m vai aprovar no encontro diretrizes de um novo programa. N�o far�, por�m, qualquer acerto interno de contas. "Mas n�s vamos exigir isso", protestou o ex-deputado federal Gilney Viana. "N�s n�o achamos que Lula, sendo candidato, tira o PT da crise, n�o. Ele at� pode ser candidato, mas o PT precisa mudar, porque virou um partido de luta institucionalizada de classes, com uma dire��o cartorial."

Na opini�o de Gilney, o PT precisa aproveitar o congresso para fazer o invent�rio de seus erros. "A autocr�tica que est�o propondo � insatisfat�ria", insistiu ele.

Na lista das mudan�as defendidas pelos grupos mais � esquerda no espectro ideol�gico do PT est� o controle sobre a administra��o financeira do partido. Essas correntes pregam uma esp�cie de "gest�o coletiva" da tesouraria.

Desde o esc�ndalo do mensal�o, tr�s ex-tesoureiros do PT foram presos - Del�bio Soares, Jo�o Vaccari e Paulo Ferreira. Vaccari virou r�u da Lava Jato e continua encarcerado. A reforma na tesouraria do PT ser� um dos temas de debate no encontro petista.


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