
A Procuradoria-Geral da Rep�blica (PGR) denunciou nesta sexta-feira o senador afastado A�cio Neves (PSDB) pelos crimes de corrup��o passiva e obstru��o da Justi�a. O inqu�rito � resultado da Opera��o Patmos que cumpriu mandados de busca e apreens�o da casa dele e de familiares. Se aceita pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o tucano passa a ser r�u na a��o.
A den�ncia � resultado da dela��o feita pelo executivo da JBS, Joesley Batista. O procurador-geral da Rep�blica acusa A�cio de pedir R$ 2 milh�es ao empres�rio.
Al�m de A�cio, a irm� dele, Andrea Neves, o primo de A�cio, Frederico Pacheco, e Mendherson Souza Lima, ex-assessor do senador Zez� Perrela (PMDB-MG), tamb�m foram denunciados por corrup��o passiva.
O procurador-geral da Rep�blica, Rodrigo Janot, pediu, na den�ncia oferecida no Supremo Tribunal Federal (STF), que seja aplicada uma multa de R$ 6 milh�es ao senador afastado A�cio Neves (PSDB-MG) e sua irm� Andrea Neves por danos morais e materiais.
A den�ncia ser� analisada pelo ministro Marco Aur�lio e julgada pela Primeira Turma do Supremo, composta pelos ministros Alexandre de Moraes, Rosa Weber, Lu�s Roberto Barroso e Luiz Fux. A data ainda n�o foi definida.
A defesa do senador afastado tem afirmado que o pedido de dinheiro a Joesley Batista, feito em conversa gravada pelo delator, foi um empr�stimo.
Em nota, o advogado de A�cio, Alberto Zacharias Toron, afirma que a defesa recebe "com surpresa" a den�ncia e ressalta que “diversas dilig�ncias de fundamental import�ncia” n�o foram realizadas. O advogado ainda lamenta o que considerou como precipita��o o oferecimento da den�ncia e pede acesso ao inteiro teor da den�ncia para poder “demonstrar a corre��o” na conduta de A�cio.
"Diversas dilig�ncias de fundamental import�ncia n�o foram realizadas, como a oitiva do Senador e a per�cia nas grava��es. Assim, a Defesa lamenta o a�odamento no oferecimento da den�ncia e aguarda ter acesso ao seu teor para que possa demonstrar a corre��o da conduta do Senador A�cio Neves", comentou Toron por meio de nota.
O senador afastado A�cio Neves (PSDB) disse,em v�deo divulgado na semana passada que n�o cometeu “qualquer crime” e afirma que seu maior erro foi se deixar enganar “por uma trama montada por um criminoso”. Em cerca de 4 minutos, o tucano faz defesa enf�tica dele, de sua irm�, Andreia Neves, e do primo, Frederico Pacheco e disse que tentar� reestabelecer o mandato. O ministro Edson Fachin determinou o afastamento do senador do cargo.
"N�o fiz dinheiro na vida p�blica. Esse cidad�o armou uma encena��o e ofereceu outro caminho. Um empr�stimo de R$ 2 milh�es. Esse dinheiro, � claro, seria regularizado por meio de contrato de m�tuo. O criminoso queria era criar uma falsa situa��o que transformasse uma opera��o entre privados, que n�o envolveu dinheiro p�blico, que n�o envolveu qualquer contrapartida, em um ato de apar�ncia ilegal. Esses s�o os fatos. Esta � a �nica verdade. E reafirmo aqui de forma definitiva: n�o cometi qualquer crime”, disse o tucano em sua primeira declara��o p�blica ap�s a deflagra��o da opera��o.
Como justificativa para o pedido de R$ 2 milh�es feito a Joesley, A�cio argumenta que o que foi proposto ao empres�rio foi uma negocia��o envolvendo um im�vel da fam�lia.
“H� cerca de dois meses, eu pedi � minha irm�, Andrea, que procurasse o senhor Joesley e oferecesse a ele a compra de um apartamento onde minha m�e vive h� mais de 30 anos, heran�a de seu ex-marido e que havia sido colocado � venda. Com parte desses recursos eu poderia pagar a minha defesa em inqu�ritos que, tenho certeza, ser�o arquivados. E fiz isso porque n�o tinha dinheiro. N�o fiz dinheiro na vida p�blica”.
As defesas dos demais denunciados afirmram que s� v�o se pronunciar quando tiverem acesso ao conte�do da a��o.