Bras�lia - Respons�vel pela defesa do ex-deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), o advogado Cezar Roberto Bitencourt avalia que ele foi "preso para delatar". Segundo o advogado, h� uma tentativa de for�ar o peemedebista a colaborar, mas a previs�o � de que ele se mantenha em sil�ncio e n�o opte pelo acordo com o Minist�rio P�blico.
"Para que seria preso no s�bado? S� pode ter sido preso para delatar. N�o poderia ser (decidido) na ter�a-feira em sess�o na Turma?", disse o advogado ao Estado, em refer�ncia ao dia de sess�o nas Turmas do STF, que analisam quest�es penais.
Quando veio � tona a grava��o que mostra Loures recebendo uma mala com R$ 500 mil reais ap�s acerto com empres�rios do Grupo J&F, defensores do ex-deputado chegaram a fazer um sinal aos investigadores. A expectativa era de que Loures partisse para um acordo de dela��o premiada. No entanto, h� cerca de uma semana ele trocou sua defesa. Bitencourt � contr�rio � dela��o em regra e defende que esse n�o deve ser o primeiro instrumento utilizado.
O advogado est� em viagem a Bras�lia, mas disse que Loures est� tranquilo e deve usar seu direito constitucional a permanecer em sil�ncio.
"A defesa est� extremamente surpresa. N�o acreditava que poderia acontecer. Poderiam ter respeitado a defesa e seu recurso", afirmou. Bitencourt apresentou recurso contra o segundo pedido da Procuradoria-Geral da Rep�blica (PGR) para prender o ex-assessor do presidente Michel Temer.
"O que esperamos � que, se n�o for uma pris�o para for�ar dela��o, que ele (Fachin) leve o caso para julgamento na ter�a-feira", completou Bitencourt.
A pris�o de Loures, realizada nesta manh� pela Pol�cia Federal em Bras�lia, atende determina��o do ministro Luiz Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Pris�o
. Deputado federal pelo PMDB-PR at� esta quinta-feira (1/06), Rocha Loures foi flagrado carregando uma mala com R$ 500 mil, no dia 28 de abril em uma das a��es controladas feitas por investigadores junto aos delatores do grupo J&F. A PGR aponta que o valor recebido era propina repassada pelos empres�rios e suspeita que Temer possa ser destinat�rio.
A pris�o ocorreu em Bras�lia e o ex-deputado se encontra na Superintend�ncia Regional da PF na capital. Segundo a PF, n�o h� previs�o, neste momento, de transfer�ncia.
A decis�o de Fachin atende ao segundo pedido de pris�o feito pelo procurador-geral da Rep�blica, Rodrigo Janot, contra o peemedebista. O primeiro havia sido negado pelo ministro, alegando que Rocha Loures ocupava o posto de deputado federal e que parlamentares s� devem ser presos em flagrante de crime inafian��vel, de acordo com a Constitui��o.
O peemedebista estava na C�mara como suplente de Osmar Serraglio, ent�o titular do Minist�rio da Justi�a. A sa�da de Serraglio da pasta e o retorno � C�mara deixou o ex-assessor especial de Temer sem mandato e sem foro privilegiado no STF.
Rocha Loures � investigado por supostamente agir em nome de Temer e na condi��o de "homem de confian�a" do presidente para interceder junto � diretoria do Conselho Administrativo de Defesa Econ�mica (Cade) - �rg�o antitruste do governo federal - em benef�cio da JBS.
(Beatriz Bulla)