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Estado de Minas

Lava-Jato espera 'avalanche' de dela��es ap�s JBS

Palocci e Mantega est�o entre os poss�veis futuros colaboradores. Pelo menos 15 negocia��es est�o em andamento em Curitiba


postado em 05/06/2017 09:31 / atualizado em 05/06/2017 09:44

Palocci está na lista de possíveis delatores(foto: Carlos Moura)
Palocci est� na lista de poss�veis delatores (foto: Carlos Moura)

A dela��o dos executivos do Grupo J&F deve abrir uma nova temporada de acordos de colabora��o premiada na Opera��o Lava-Jato. Investigadores e advogados esperam um crescimento no n�mero de candidatos a colaboradores, em especial pol�ticos e assessores, que podem ampliar den�ncias contra o PT e o presidente Michel Temer.

S�o cerca de 15 negocia��es em andamento apenas em Curitiba, origem da for�a-tarefa que apura esquema de corrup��o na Petrobras. Os ex-ministros Antonio Palocci (ex-Fazenda e ex-Casa Civil nos governos Luiz In�cio Lula da Silva e Dilma Rousseff, respectivamente) e Guido Mantega (ex-Fazenda de Lula e Dilma), por exemplo, podem delatar aos procuradores da Lava-Jato repasses il�citos � campanha pela reelei��o de 2014, implicando PT e PMDB, que encabe�aram a chapa.

"A dela��o da JBS, pela amplitude pol�tica de suas revela��es, deve gerar uma avalanche de procura por acordos", disse Carlos Fernando do Santos Lima, procurador regional da Rep�blica da Lava Jato no Paran�.

Com 158 acordos de dela��o e dez de leni�ncia - esp�cie de dela��o para pessoas jur�dicas - fechados, em Curitiba, em pouco mais de tr�s anos de investiga��es da Lava Jato, o recado impl�cito no acordo dos irm�os Joesley e Wesley Batista, segundo os delatores, foi claro: quem primeiro procura o Minist�rio P�blico Federal (MPF) mais benef�cios obt�m.

Procuradores da for�a-tarefa da Lava Jato em Curitiba e Bras�lia, ouvidos pela reportagem, avaliam que as negocia��es de novas dela��es sofrer�o um "efeito Odebrecht-J&F". Neste domingo, 4, a reportagem mostrou que o acordo assinado com os irm�os Batista, criticado pelos benef�cios concedidos, rende at� 2 mil anos de perd�o das penas.

"Imagine quantos corruptos n�o devem estar pensando ou conversando com seus advogados sobre as vantagens de se adiantar e procurar o MPF para contar o que sabem, antes de serem delatados por comparsas, ou de serem acordados pela Pol�cia Federal ao nascer do sol. O recado � que a �gua est� limpa para quem chega primeiro", afirmou o procurador da Rep�blica Helio Telho Corr�a Filho, do N�cleo de Combate � Corrup��o no MPF, em Goi�s.

Fila


Na fila dos candidatos a delatores da Lava Jato em Curitiba, est�o, al�m de Palocci e Mantega, o ex-presidente da C�mara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o ex-presidente da OAS Jos� Adelm�rio Pinheiro Filho, conhecido como Leo Pinheiro, e o ex-diretor da Petrobr�s Renato Duque. Desses, s� Mantega n�o est� preso - ele chegou a ser detido em 22 de setembro, na 34.ª fase da for�a-tarefa, mas foi solto um dia depois.

Apontados por executivos e ex-executivos da Odebrecht e J&F como respons�veis pelas "contas" de propinas destinadas aos governos Lula e Dilma, que chegaram a ter saldo de mais de R$ 500 milh�es, segundo relatos de delatores, Palocci e Mantega s�o considerados dois homens-bomba da Rep�blica, que podem duelar indiretamente para ver qual deles fecha antes um acordo. Os recursos, segundo os colaboradores, eram destinados para pol�ticos, partidos e campanhas, entre 2004 e 2014.

A dela��o da J&F, homologada no m�s passado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), foi decisiva para que os petistas passassem a ser vistos como "delatores concorrentes". A reportagem apurou que, para a Lava Jato, n�o h� espa�o para Palocci e Mantega fazerem acordos de colabora��o simult�neos. Conseguir� obter o benef�cio aquele que revelar mais fatos e apresentar o maior n�mero de provas de corrobora��o.

Para a for�a-tarefa, Palocci e Mantega seriam tamb�m pe�as importantes para aprofundar investiga��es sobre o envolvimento de bancos no esquema de corrup��o descoberto, al�m de fornecer a lista de empresas e neg�cios abarcados nos crimes.

Palocci - preso em 26 de setembro, na 35ª fase - tem proposta em consolida��o, ap�s contratar dois advogados de Curitiba, especialistas em dela��es premiadas, Adriano Bretas e Tracy Reinaldet. A defesa de Palocci n�o foi localizada para comentar o assunto.

O criminalista F�bio Tofic, defensor de Mantega, negou que seu cliente negocie um acordo. "Se algu�m me provar que algum advogado esteve no Minist�rio P�blico em nome de Guido Mantega para negociar dela��o premiada, eu abandono o caso", afirmou o advogado.

Negativas


O MPF informou que n�o comenta acordos e investiga��es em andamento. Os ex-presidentes Lula e Dilma, por meio de seus advogados, t�m negado envolvimento em crimes e recebimento de propina. O presidente Michel Temer afirma, por meio de sua assessoria de imprensa, que nunca recebeu qualquer dinheiro il�cito.


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