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Estado de Minas

Ministro Benjamin mant�m bom humor no julgamento do TSE

Apesar do estilo engra�ado, ele tamb�m mant�m o tom incisivo ao apontar contradi��es dos colegas contr�rios a cassar a chapa


postado em 09/06/2017 13:25 / atualizado em 09/06/2017 14:40

Benjamin esbanja ironias ao debater com os colegas (foto: Roberto Jayme/Ascom/TSE)
Benjamin esbanja ironias ao debater com os colegas (foto: Roberto Jayme/Ascom/TSE)

Na reta final do julgamento da a��o contra a chapa Dilma Rousseff-Michel Temer na disputa de 2014, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ministro relator do caso, Herman Benjamin, mant�m o bom humor e o estilo engra�ado, adotado desde as primeiras sess�es.

Diante da expectativa de absolvi��o da chapa pela maioria de seus colegas, ele n�o economiza no uso de frases de efeito, met�foras e palavras ins�litas na leitura de seu voto. Tamb�m n�o deixa de apresentar, de forma incisiva, as contradi��es do presidente da Casa, Gilmar Mendes, que comanda o grupo de ministros que deve votar favor�vel � chapa.

Na an�lise de contas da campanha de Dilma e Temer, o ministro sustenta que houve apenas um "cofrinho" para sustentar a candidatura, um "cofre �nico", no qual recursos l�citos, il�citos ou "pouco l�citos" se misturam. Para ele, � imposs�vel "separar" recursos limpos e os derivados de propina, que tiram a legalidade da conta como um todo.

Herman Benjamin n�o abre m�o da postura de "procurador" nos seus pronunciamentos. Ele teve passagem de mais de tr�s d�cadas pelo Minist�rio P�blico antes de chegar ao Superior Tribunal de Justi�a (STJ) e ao TSE. No julgamento, ele deu �nfase, em diversos momentos, � "Muralha da China", met�fora usada por executivos da Odebrecht para referir-se ao sistema de seguran�a para ocultar os pagamentos de propinas e comparou a empresa a uma elegante.

"A Odebrecht era a chefe, a matriarca da manada de elefantes, que transformou a Petrobras numa savana africana para reprodu��o e rapinagem." Ainda fez refer�ncias aos "inferninhos", cabar�s mantidos por envolvidos nas den�ncias de lavagem de dinheiro.

Ao apresentar uma tabela do "caixa 1" da Odebrecht, "engordado" e "encorpado" com "caixa 2", conforme disse, Herman Benjamin se desculpou pelas letras pequenas. "Eu reitero que n�o quis fazer um exame oftalmol�gico dos ministros", explicou. Ele disse que os caixas 1 e 2 deram um "abra�o de siameses" na campanha de Dilma e Temer.

Amigo �ntimo


As frases de Herman Benjamin que mais causam risos no plen�rio s�o as que fazem refer�ncias ao ministro Gilmar Mendes, uma figura na maior parte do tempo de semblante fechado, pesado. "� meu amigo �ntimo", afirmou Benjamin durante uma das acaloradas diverg�ncias com o colega. Advogados e assessores do tribunal que acompanham o julgamento, Herman conseguiu com sucesso se colocar como um oponente de Gilmar Mendes. A estrat�gia do ministro relator para mostrar as contradi��es do presidente da Casa � fazer refer�ncias a antigos votos do colega. "Leio todos os trechos de seu voto", disse Herman. Ainda afirmou que o posicionamento de Gilmar Mendes � uma "b�blia" para ele. "Vossa Excel�ncia � que o meu guia", devolveu Gilmar.

Quando se irrita com os demais ministros, Herman Benjamim costuma se dirigir diretamente a estudantes de direito presentes no plen�rio. "Aos estudantes que est�o aqui � preciso dizer que contradita � quando uma testemunha vai ser ouvida sob juramento", disse hoje.

Por diversas vezes ao longo das primeiras sess�es de julgamento da chapa Dilma-Temer, chamando de "nosso voto" e de "b�blia", o relator Herman Benjamin fez diversas cita��es ao voto do ministro Gilmar Mendes no julgamento de 2015 do recurso que permitiu a continuidade da a��o proposta pelo PSDB.

Um trecho em particular do voto de Gilmar de 2015 chama a aten��o pela semelhan�a em rela��o ao entendimento de Herman Benjamin. O relator fez quest�o de ler no plen�rio: "H� que se mencionar que o magistrado pode adotar in�meras dilig�ncias de of�cio, justamente na busca da normalidade e legitimidade do pleito, inclusive ouvindo 'conhecedores dos fatos e circunst�ncias que possam influir na decis�o do feito'", disse Gilmar e repetiu Herman.

Sobrou tamb�m para os envolvidos nas den�ncias. O ministro relator disse que a rela��o entre o marqueteiro Jo�o Santana e sua mulher, M�nica Moura, era um "casamento de ind�stria e com�rcio." "Um tinha a habilidade para a cria��o, um verdadeiro artista naquilo que fazia licitamente, e o outro, a sua esposa, cuidando de suas finan�as e cuidando de aspectos que n�o interessavam a ele."


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