O gigantesco aparato de seguran�a foi necess�rio apenas para acalmar um �nico manifestante que se amarrou a uma placa de identifica��o na entrada na Corte. O rapaz tinha um adesivo colado no peito que pedia elei��es diretas. Ap�s uma hora de di�logo com os policiais, ele se desamarrou e foi embora a p�. No dia mais movimento, algumas pessoas vestidas com roupas verdes e amarelas amarraram algumas faixas no espa�o reservado para manifesta��es.
Sem tumulto nos arredores do TSE durante os quatro dias dp julgamento, os momentos mais agitados ocorreram no primeiro subsolo. O espa�o abriga os tr�s plen�rios onde s�o decididos os milhares de processos eleitorais que tramitam na Justi�a, tr�s copas, o Museu do Voto e a galeria de ex-presidentes. Em um dos plen�rios, os jornalistas de ve�culos nacionais e estrangeiros acompanhavam atentos as manifesta��es dos ministros por meio de um tel�o montado especialmente para a ocasi�o.
Quatro servidores do setor de tecnologia da corte eleitoral foram destacados para liberar senhas de acesso � internet. Al�m deles, 25 prestadores de servi�os terceirizados de limpeza e copa se reservaram diariamente para atender as necessidades de quem estava no local. Os visitantes nada habituais consumiram 30 garraf�es de 20 litros de �gua, 80 quilos de p� de caf� e outros 80 quilos de a��car. Al�m disso, sandu�ches e salgados eram servidos aos ministros no espa�o exclusivo para os magistrados, localizado atr�s da bancada onde se sentam os setes ju�zes.
Detector de metais
Quem ingressava no tribunal passava por uma revista por meio de um detector de metais e uma esteira com raio-X para inspecionar bolsas e mochilas. Uma segunda revista era feita antes do ingresso no plen�rio principal. Somente homens trajados de terno e gravata e mulheres com roupas sociais podiam acompanhar a sess�o das poltronas vermelhas destinadas a advogados e visitantes. No primeiro dia, apenas 20 jornalistas puderam assistir aos debates em uma �rea montada atr�s das cadeiras. Nas tr�s sess�es seguintes, todos os profissionais de imprensa credenciados foram autorizados a entrar no plen�rio. Entretanto, o vaiv�m de rep�rteres, cinegrafistas e fot�grafos era grande, j� que o pr�dio, inaugurado em dezembro de 2011 e projetado por Oscar Niemeyer, n�o possui tomadas entre as poltronas.
Al�m da confus�o protagonizada pelo filho do ministro Napole�o Nunes, que foi barrado na entrada do plen�rio por estar vestido inadequadamente, um �nico protesto velado ocorreu durante o �ltimo dia de sess�o. Uma mulher n�o identificada que se sentou na parte mais alta do plen�rio levantou um cartaz com a frase “� ditadura”. Acionados, dois seguran�as da corte sentaram ao lado dela e explicaram que manifesta��es eram proibidas no local. Ap�s um longo di�logo, ela deixou o plen�rio irritada.
Al�m dos jornalistas, caravanas de estudantes de direito passaram pelo plen�rio durante os quatro dias de sess�o. Inquietos, os jovens aproveitaram para tiras fotos dentro do plen�rio, na galeria de ex-presidentes e tietaram alguns rep�rteres de televis�o. Os mais ass�duos, entretanto, eram os juristas especialistas em direito eleitoral. Uma delas, que preferiu n�o se identificar, afirmou que � essencial para quem atua na �rea acompanhar os julgamentos, j� que as decis�es do TSE s�o usadas frequentemente como base para as defesas dos clientes. “A atualiza��o de jurisprud�ncia � constante, e por isso temos que estar aqui”, disse ela que acompanhou todas os dias.
OBSERVADOR Depois de dar o quarto e pol�mico voto que absolveu a chapa Dilma-Temer no TSE, o ministro Gilmar Mendes voltou a se manifestar numa rede social. Ele disse que acompanhou as discuss�es, muitas delas criticando seu voto, mas achou melhor apenas atuar como observador. “Volto ao Twitter depois de uma semana intensa, quando os olhos de toda a sociedade se voltaram ao TSE. Acompanhei as discuss�es que aqui aconteceram, mas achei por bem ser apenas observador”, resumiu, sem dar mais detalhes.