
Depois de sair ileso do julgamento da chapa presidencial pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Michel Temer (PMDB) tem novas tormentas na semana que come�a e concentra suas articula��es em busca de formas de garantir que n�o ser� processado criminalmente pelo Supremo Tribunal Federal (STF) nem sofrer� impeachment na C�mara.
Al�m da den�ncia que se desenha nas m�os de Janot e da investiga��o pela Pol�cia Federal das grava��es do presidente da JBS, Joesley Batista, Temer pode enfrentar novas dela��es. Fontes indicam que a PGR teria mais grava��es a serem usadas na pe�a. O procurador vai ligar o presidente � mala de R$ 500 mil recebida por seu ex-assessor, o ex-deputado federal Rocha Loures (PMDB/PR), flagrado correndo na rua com uma mala de dinheiro. Preso e com a mulher gr�vida, Loures vem sendo cada vez mais pressionado pela fam�lia a falar o que sabe. Ele � considerado uma bomba rel�gio pelo Pal�cio do Planalto.
A den�ncia ao STF tamb�m vai incluir depoimento do operador do ex-presidente da C�mara Eduardo Cunha (PMDB/RJ) L�cio Funaro, que refor�aria desdobramentos da dela��o da JBS. O doleiro relatou � PF que o ent�o ministro Geddel Vieira Lima, um dos homens mais pr�ximos de Temer, ligou insistentemente para ele querendo saber se faria dela��o premiada. Janot pode apresentar a den�ncia ainda nesta semana.

Assim que for protocolada no STF, a den�ncia de Janot ter� de passar pelo crivo dos deputados federais, que precisam aprovar com 342 votos a abertura de processo. Temer trabalha para que o n�mero n�o seja atingido. Como parte desse trabalho, seu ex-ministro, Romero Juc� (RR), que caiu por causa de grava��es que lhe implicavam em uma poss�vel tentativa de obstruir a Lava-Jato, divulgou v�deo pedindo a uni�o dos partidos da base em prol das reformas. Em outra frente, a Pol�cia Federal, que teria de entregar seu relat�rio amanh� sobre o caso de Temer e a JBS, pediu mais 10 dias ao STF. Enquanto isso, a JBS tamb�m convocou mais executivos para depor no acordo de leni�ncia fechado pelo grupo com a for�a-tarefa da Lava-Jato.
OFENSIVA Temer n�o est� parado. Nos bastidores, corre a informa��o de que o presidente estaria agindo para trocar o comando da Pol�cia Federal e, assim, enfraquecer o Minist�rio P�blico e a Opera��o Lava-Jato. Tamb�m cogita indicar um quarto nome para a sucess�o do PGR Rodrigo Janot em setembro, ignorando a lista tr�plice para o cargo. O Pal�cio nega que esteja pressionando Janot e tamb�m o ministro do STF Edson Fachin, com espionagem da Abin.
A avalia��o de Temer � que o maior risco de ser cassado seria via TSE, j� que ele acredita ter votos suficientes no Congresso para barrar tanto o andamento de uma den�ncia penal no STF como os 17 pedidos de impeachment – incluindo um da Ordem dos Advogados do Brasil – que apresentaram contra ele. A seu favor ele tem o presidente da C�mara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), sem nenhuma disposi��o para admitir a abertura de um processo de impeachment.
Enquanto todos esses fatores s�o equacionados, Temer tenta dar seguimento �s reformas da Previd�ncia e trabalhista no Congresso. Amanh�, a Comiss�o de Assuntos Sociais do Senado deve analisar a proposta para a �rea trabalhista, que ainda precisar� passar pela Comiss�o de Constitui��o e Justi�a antes de ir a plen�rio. J� a reforma da Previd�ncia est� pronta para ser votada no plen�rio da C�mara dos Deputados, mas Rodrigo Maia aguarda o momento mais favor�vel pra pautar.