
Na manh� desta quarta-feira, 14, Deltan Dallagnol usou o Twitter para criticar Temer em rela��o aos ministros acusados de corrup��o. "Antes, os mencionados em dela��es podiam permanecer no governo. Agora, os r�us. No pr�ximo passo ser�o os presos", escreveu Dallagnol, sobre um eventual recuo de Temer na sua linha de corte de afastar temporariamente ministros denunciados e definitivamente se virarem r�us na Justi�a. "� a institucionaliza��o do governo dos corruptos?", questionou o procurador, em outra publica��o.
J� o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, respons�vel pela concep��o dos acordos de leni�ncia na opera��o, afirmou que o presidente est� agindo para mudar a c�pula da Pol�cia Federal e interferir nas investiga��es. "N�o contente com o desmonte da equipe da Pol�cia Federal na Opera��o Lava Jato em Curitiba, o governo Temer vai al�m, intervindo na mesma pol�cia que o investiga. Para que �tica, se a �nica coisa que importa � se manter no poder?", escreveu o investigador.
Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo h� pouco mais de duas semanas, Lima criticou o contingenciamento de 44% do or�amento de custeio previsto para 2017 na opera��o e afirmou que o governo tinha o objetivo de "sufocar" a Lava Jato com os limites or�ament�rios.
A reuni�o de Temer com governadores na noite dessa ter�a-feira tamb�m foi alvo de coment�rios do procurador. No encontro, o governo ofereceu uma renegocia��o das d�vidas de Estados com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econ�mico e Social (BNDES). Para o procurador, a atitude do presidente � um "toma-l�-d�-c�" para salvar a si mesmo. "Toma-l�-d�-c�. Quando o importante � salvar a si mesmo, o problema de caixa do governo desaparece. Quando � para defender as reformas, tudo � diferente", diz a publica��o de Lima.
Nos �ltimos dias, os procuradores j� vinham direcionando cr�ticas ao presidente Temer e a seus aliados nas redes sociais. Na ter�a, Carlos Lima usou o Facebook para atacar o PSDB ap�s a decis�o do partido de manter apoio ao governo federal. "Vexame � pouco", disse.
Sobre a atitude de tucanos ao aplaudir A�cio Neves na reuni�o de segunda-feira, 12, em Bras�lia, o procurador comparou a legenda ao PT. "O PSDB me lembra outro partido... Ah! Lembrei. O PT aplaudindo Jos� Dirceu. Seja qual for o partido, o comportamento � o mesmo. Aplaudir quando se investiga o outro partido, e dizer que s�o perseguidos quando eles s�o os investigados."
O julgamento da chapa Dilma-Temer no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tamb�m foi alvo das cr�ticas dos procuradores.
No s�bado, 10, Dallagnol afirmou que o governo estava declarando "guerra aberta" � Lava Jato ap�s a decis�o da Corte eleitoral de absolver a chapa. "Como no fim do governo do PT, o governo PMDB-PSDB declara guerra aberta � Lava Jato. Futuro est� nas m�os da sociedade", escreveu.
Carlos Lima, por sua vez, afirmou ser "evidente que o julgamento do TSE, ao desconsiderar as provas desse financiamento criminoso, n�o s� deixou de fazer o que lhe era exigido - defender a democracia - como indicou claramente a inten��o de acabar com as investiga��es."