(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Fernando Henrique critica partido e diz que Temer n�o tem mais 'autoridade'

FHC tensiona debate dentro do PSDB e usa met�foras ao se referir ao governo Temer. Diz que preferia a 'pinguela', mas ela n�o pode continuar quebrando


postado em 16/06/2017 06:00 / atualizado em 22/06/2017 10:29

Fernando Henrique Cardoso, ex-presidente:
Fernando Henrique Cardoso, ex-presidente: "Se tudo continuar como est�, com a desconstru��o cont�nua da autoridade, pior ainda, se houver tentativas de embara�ar as investiga��es em curso, n�o vejo mais como o PSDB possa continuar no governo" (foto: Ana Rayssa/Esp. CB/ D.A. Press)

Bras�lia – Tr�s dias depois de uma reuni�o executiva do partido decidir – sem vota��o nominal – sobre a perman�ncia do PSDB no governo enquanto n�o surgirem fatos novos que possam agravar a situa��o do governo Temer, o presidente de honra do partido, Fernando Henrique Cardoso, incendiou o debate.

Ele questionou a autoridade que o peemedebista tem hoje, alertou para um movimento vindo das ruas pedindo antecipa��o do processo eleitoral e usou, novamente, a met�fora que adora da qual esse governo � uma pinguela. “Preferiria atravessar a pinguela, mas, se ela continuar quebrando, ser� melhor atravessar o rio a nado e devolver a legitima��o da ordem � soberania popular”, disse Fernando Henrique.

As palavras do presidente repercutiram intensamente nas hostess tucanas. O partido ainda est� cindido desde a �ltima segunda-feira. At� a reuni�o da Executiva, apenas os “cabe�as-pretas”, grupo formado por jovens parlamentares do baixo clero, liderados pelo deputado Daniel Coelho (PE), defendiam ostensivamente o rompimento.

No encontro, o racha aumentou, com o pr�prio presidente interino do partido, Tasso Jereissatti (CE) e o senador Ricardo Ferra�o (ES), relator da reforma trabalhista no Senado, admitindo que se posicionaram a favor do rompimento, mas acataram a decis�o da maioria.

“Agora, al�m dos ‘cabe�as-pretas’ e dos ‘cabe�as-brancas’, teremos o grupo dos votos vencidos, puxado por Tasso, Ferra�o e o pr�prio Fernando Henrique Cardoso. Esse grupo tende, cada vez mais, a tensionar o debate com o restante da legenda”, afirmou um tucano que participou ativamente da reuni�o da Executiva Nacional.

A sensa��o de paralisia do governo Temer, nas �ltimas semanas – interrompida apenas pela vota��o da reforma trabalhista na Comiss�o de Assuntos Econ�micos (CAE) e por alguns indicadores positivos da economia – aumenta a ang�stia de um grupo cada vez maior de tucanos. “A C�mara n�o est� votando nada. Cada dia surgem fatos novos, avi�es, helic�pteros. Isso aumenta a sensa��o de desconforto.”

Esse quadro � classificado por Fernando Henrique como anomia – aus�ncia de lei ou de regra, desvio das leis naturais, anarquia, desorganiza��o segundo o dicion�rio. “A conjuntura pol�tica do Brasil tem sofrido abalos fortes e minha percep��o tamb�m. Se eu me pusesse na posi��o de presidente e olhasse em volta, reconheceria que estamos vivendo uma quase anomia.

Se tudo continuar como est�, com a desconstru��o cont�nua da autoridade, pior ainda, se houver tentativas de embara�ar as investiga��es em curso, n�o vejo mais como o PSDB possa continuar no governo”, completou FHC.

O ex-presidente reconheceu que o atual momento pol�tico est� amparado na legalidade e nas regras constitucionais, o que, em tese, transformaria em golpe um pedido de elei��es gerais antecipadas. Em tese. “N�o havendo aceita��o generalizada de sua validade (da autoridade presidencial), ou h� um gesto de grandeza por parte de quem legalmente det�m o poder pedindo antecipa��o de elei��es gerais, ou o poder se erode de tal forma que as ruas pedir�o a ruptura da regra vigente exigindo antecipa��o do voto”, defendeu Fernando Henrique.

A manuten��o do apoio ao governo foi poss�vel gra�as � costura feita pelos governadores do partido — especialmente Geraldo Alckmin (S�o Paulo) e Marconi Perillo (Goi�s). O argumento apresentado por eles � a defesa da estabilidade econ�mica, afirmando que uma ruptura institucional neste momento abafaria os p�lidos sinais de recupera��o econ�mica.

Tanto Alckmin quanto Perillo, inclusive, estiveram com o presidente Temer em um jantar na �ltima ter�a-feira, quando foi acertado a disponibiliza��o de R$ 50 bilh�es de uma linha de financiamento do BNDES para obras de infraestrutura.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)