
Em rea��o �s declara��es do empres�rio Joesley Batista � revista �poca, o presidente Michel Temer informou que vai processar o delator, a quem chama de “bandido not�rio de maior sucesso na hist�ria brasileira”. Batista acusa Temer de ser “o chefe da organiza��o criminosa mais perigosa do Brasil”. O presidente cogitou o cancelamento de viagem oficial � R�ssia e � Noruega por causa da repercuss�o da entrevista, mas decidiu manter a agenda e embarca para a Europa amanh� deixando o pa�s em chamas. Em nota divulgada pelo Pal�cio do Planato, Temer acusa Joesley de proteger “os reais parceiros de sua trajet�ria de pilhagens" e os "grandes tent�culos da organiza��o criminosa" que ele ajudou a forjar, numa refer�ncia ao PT. Segundo o empres�rio na entrevista, o partido foi respons�vel por institucionalizar a corrup��o no pa�s.
O texto da Presid�ncia afirma que Joesley, um dos donos do grupo J&F, controlador da JBS, � o "bandido not�rio de maior sucesso na hist�ria brasileira" e que ele "desfia mentiras em s�rie" na entrevista. Amanh�, a Presid�ncia da Rep�blica vai protocolar a��es civil e penal contra Joesley Batista. “Suas mentiras ser�o comprovadas e ser� buscada a devida repara��o financeira pelos danos que causou, n�o somente � institui��o Presid�ncia da Rep�blica, mas ao Brasil", informa a nota.
Na entrevista de 12 p�ginas, Joesley afirma que o presidente “n�o era um cara cerimonioso com dinheiro” e conta que o ex-deputado Eduardo Cunha cobrava propina em nome de Temer. Segundo ele, o presidente era o “superior hier�rquico” de Cunha e o l�der da Orcrim, sigla de organiza��o criminosa da C�mara. “O Temer � chefe da Orcrim. Temer, Eduardo, Geddel (Vieira Lima), Henrique (Alves), Eliseu (Padilha) e Moreira (Franco). � o grupo deles. Quem n�o est� preso hoje est� no Planalto. Essa turma � muito perigosa. N�o pode brigar com eles. Nunca tive coragem de brigar com eles”, afirma Joesley.
A nota do Planalto retruca a parte da entrevista em que Joesley diz que Temer sempre pedia algo a ele nas conversas que tiveram. "N�o � do feitio do presidente tal comportamento mendicante. Quando se encontraram, n�o se ouve ou se registra nenhum pedido do presidente a ele. E, sim, o contr�rio", completa. Segundo o texto, era Joesley quem queria resolver seus problemas e que, ao ir ao Pal�cio do Jaburu, reclamou de diversos �rg�os do governo.
O Planalto afirma que, na grava��o, ao delatar o presidente, o empres�rio "confessa alguns de seus pequenos delitos" e alcan�ou, com isso "o perd�o por todos os seus crimes". O texto destaca que o grupo JBS obteve seu primeiro financiamento no BNDES em 2005, ou seja, na gest�o petista. Dois anos depois, teve faturamento de R$ 4 bilh�es, valor que saltou para R$ 183 bilh�es em 2016, o que o Planalto atribui a uma rela��o constru�da com governos do passado, antes da chegada de Temer, ainda nas gest�es do PT.
O texto acusa ainda o empres�rio de ter vazado o conte�do da dela��o para obter "ganhos milion�rios com suas especula��es" e causou preju�zo de quase R$ 300 bilh�es. "Os fatos elencados demonstram que o senhor Joesley Batista � o bandido not�rio de maior sucesso na hist�ria brasileira. Conseguiu enriquecer com pr�ticas pelas quais n�o responder� e mant�m hoje seu patrim�nio no exterior com o aval da Justi�a. Imputa a outros os seus pr�prios crimes e preserva seus reais s�cios", completa.
A nota lembra ainda que Joesley obteve perd�o por seus delitos e ganhou prazo de 300 meses para devolver o dinheiro da corrup��o. "Pagar�, anualmente, menos de um dia do faturamento de seu grupo para se livrar da cadeia. O cidad�o que renegociar os impostos com a Receita Federal, em situa��o leg�tima e legal, n�o conseguir� metade desse prazo e pagar� juros muito maiores", completa. O presidente embarca amanh� para agenda bilateral R�ssia e Noruega, onde fica at� dia 23, sexta. (Com ag�ncia)