O corretor L�cio Funaro disse, em depoimento � Pol�cia Federal, "confirmar" a participa��o do presidente Michel Temer (PMDB-SP) e do deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) em acerto de propinas sobre o contrato da Petrobras com a Odebrecht.
O valor era referente a 5% de um contrato da empreiteira com a Petrobras. Segundo Funaro, a confirma��o de que o presidente participou do encontro foi repassada por Eduardo Cunha.
O contrato PAC SMS, no valor de US$ 825 milh�es, era referente � manuten��o de ativos sucateados da estatal em nove pa�ses do mundo, entre eles a Refinaria de Pasadena, no Texas (EUA). Antes de a carta-convite da licita��o ser apresentada � Odebrecht, segundo o delator, um ex-gerente da Diretoria Internacional da estatal (comandada pelo PMDB), Alu�sio Telles, procurou a empreiteira para negociar 3% de suborno sobre o valor a ser pago.
O procurador-geral da Rep�blica, Rodrigo Janot, ao analisar o caso, n�o pediu a abertura de inqu�rito contra Temer sob o argumento de que a Constitui��o diz que o presidente da Rep�blica, no exerc�cio de seu mandato, n�o pode ser responsabilizado por atos estranhos �s suas fun��es. Tem, portanto, uma imunidade tempor�ria. Os demais envolvidos, no entanto, ser�o alvos de investiga��o.
Faria disse que a propina ao PMDB foi paga em esp�cie, no Brasil, e em conta no exterior. Acrescentou que, durante as negocia��es, o partido concordou em reduzir para 4% sua cota, permitindo que o PT ficasse com 1%. Os recursos ficaram como cr�dito para uso dos ent�o senadores Delc�dio Amaral (MS) e Humberto Costa (PE).
O presidente Michel Temer afirmou, por meio de nota divulgada � �poca em que se revelaram as dela��es da Odebrecht, que "jamais tratou de valores" com M�rcio Faria.
(Isadora Peron, Breno Pires, Rafael Moraes Moura, F�bio Serapi�o e Luiz Vassallo)