
Ao longo do dia, o presidente demonstrou disposi��o de partir para o enfrentamento. Pela manh�, durante cerim�nia de san��o da lei que legaliza a diferencia��o de pre�os entre meios de pagamento — � vista ou a cr�dito —, o peemedebista deu �nfase �s pretens�es de permanecer no cargo. “N�o me canso de falar que o Brasil est� nos trilhos e na rota da supera��o. Portanto, meus amigos, ningu�m duvide que nossa agenda de moderniza��o � a mais ambiciosa em muito tempo. Tem sido implementada com tenacidade. N�o h� plano B. H� que seguir adiante. Portanto, nada nos destruir�. Nem a mim nem a nossos ministros”, declarou.
Nos bastidores, o governo tenta se defender das den�ncias do ponto de vista pol�tico e jur�dico. Como o processo contra ele s� pode ser aberto ap�s autoriza��o de dois ter�os dos deputados, o presidente tenta afagar a base aliada e os partidos que o apoiam. J� acelerou a libera��o de R$ 1 bilh�o em emendas parlamentares, al�m de sinalizar com um Refis para pagamentos de d�vidas, desburocratiza��o de linhas de financiamento do BNDES para governadores e prefeitos, al�m de renegocia��o de d�bitos de estados e munic�pios.
A estrat�gia adotada pelo procurador Rodrigo Janot de fatiar as den�ncias contra o presidente, para dificultar a a��o do governo junto � base, irritou o Planalto. “Isso s� mostra que as den�ncias s�o fr�geis e que o procurador-geral est� agindo politicamente”, reclamou um interlocutor do presidente. Temer tamb�m demonstrou contrariedade com outro gesto de Janot, desta vez ao Congresso.
O procurador-geral sinaliza que poder� estabelecer uma diferencia��o de puni��o, no �mbito das investiga��es da Lava-Jato, entre os pol�ticos que receberam propinas e aqueles que praticaram caixa dois. Para Temer, isso seria uma tentativa de “comprar a simpatia dos parlamentares” e pression�-los a favor da abertura do processo contra o presidente.
Ainda assim, os aliados do presidente tentam manter o discurso otimista. A defesa do peemedebista vai mostrar que ele n�o praticou os crimes dos quais � acusado. Lembraram que a a��o do agora ex-deputado Rodrigo Rocha Loures de pegar o dinheiro de propina com os representantes da J&F foi realizada quando ele era deputado federal e, n�o mais, assessor especial da Presid�ncia. “Al�m disso, o pr�prio advogado de Loures disse que seu cliente agiu de maneira pessoal”, declarou um aliado.
Em rela��o �s demais acusa��es contra o presidente, auxiliares do governo lembraram que n�o h� como acusar o Executivo de corrup��o porque a J&F, que fez as den�ncias, n�o levou qualquer vantagem na atual gest�o, diferentemente do que aconteceu nos anos de administra��o petista. No caso da obstru��o de Justi�a, os aliados do presidente afirmam que, al�m do di�logo com Joesley n�o ser expl�cito, tanto o doleiro L�cio Funaro quanto o ex-presidente da C�mara Eduardo Cunha negaram qualquer tentativa de Temer de comprar o sil�ncio deles.