
Ponto alto de uma semana que promete ser ainda mais turbulenta para Michel Temer, o deputado S�rgio Zveiter (PMDB), relator da den�ncia por corrup��o passiva contra o presidente, apresenta hoje �s 14h30 seu parecer sobre a admissibilidade da acusa��o feita pelo procurador-geral da Rep�blica, Rodrigo Janot. Com a perspectiva de derrota na comiss�o, Temer, que antecipou seu retorno da Alemanha, onde participou da c�pula do G-20, se reuniu neste domingo (9), no Pal�cio do Jaburu, com os presidentes da C�mara, Rodrigo Maia (DEM), e do Senado, Eun�cio Oliveira (PMDB), para discutir “conjunturas pol�ticas”.
� noite, as articula��es continuaram no Pal�cio da Alvorada, onde o presidente recebeu l�deres de partidos aliados – Temer tamb�m est� de olho na vota��o da reforma trabalhista amanh�, com expectativa de embates entre senadores em plen�rio (leia na p�gina 8).
Ap�s a leitura do relat�rio na tarde desta segunda-feira, haver� um pedido de vista, que suspende a discuss�o por duas sess�es do plen�rio da C�mara, uma amanh� e outra na quarta-feira pela manh�. A partir das 11h de quarta-feira, portanto, a CCJ deve iniciar a discuss�o do parecer. Se o calend�rio da comiss�o for cumprido, os deputados devem votar o processo j� na quinta-feira.
A vota��o na comiss�o ser� nominal e por meio eletr�nico, dizendo sim ou n�o ao relat�rio, que pode ser a favor ou contra a abertura do processo contra o presidente. Qualquer que seja o resultado, ele ser� definido por maioria simples dos 66 deputados titulares da CCJ. Mesmo se o parecer for rejeitado, ele dever� ser votado pelo plen�rio.
A den�ncia contra Temer por corrup��o passiva tem como base as grava��es e depoimentos de dela��o premiada dos irm�os Joesley e Wesley Batista, donos do grupo J&F, que controla o frigor�fico JBS e outras empresas. A defesa de Temer j� entregue � CCJ rebate as acusa��es dizendo que n�o h� provas do envolvimento do presidente em nenhum crime e que a den�ncia se baseia em suposi��es. A expectativa � de que o procurador-geral da Rep�blica, Rodrigo Janot, apresente nas pr�ximas semanas novas den�ncias contra o presidente.
ARTICULA��ES Temer passou cerca de uma hora com os presidentes do Senado e da C�mara para conversar sobre o agravamento da crise pol�tica e a da den�ncia da PGR contra ele. O Planalto quer acelerar a vota��o da den�ncia, impedindo que os parlamentares entrem de f�rias, em 18 de julho, com as acusa��es contra o presidente ainda em aberto. Aliados de Temer tentam tamb�m articular a suspens�o do recesso.
Primeiro na linha sucess�ria do Pal�cio do Planalto, Rodrigo Maia poder� assumir interinamente o cargo por at� seis meses caso a C�mara acate a den�ncia e autorize o Supremo Tribunal Federal (STF) abrir inqu�rito contra o presidente. O afastamento s� se d� ap�s an�lise da Justi�a, mas antes � necess�rio aval do plen�rio da C�mara por ao menos 342 votos. Maia tem dado declara��es p�blicas em que enfatiza sua lealdade a Temer. Ele n�o tem feito movimentos para minar a sustenta��o dada ao presidente no Congresso, mas j� recebeu em sua casa dezenas de deputados que participam dessas articula��es.
DAN�A DAS CADEIRAS Entre os l�deres da base aliada, a movimenta��o em busca de votos a favor de Temer continuou a todo vapor nos �ltimos dias. O vice-l�der da bancada do PMDB, deputado Carlos Marun, assumir� o posto de titular na comiss�o no lugar de Jos� Foga�a (PMDB). Membro da chamada “tropa de choque” do presidente, Marun abriu a temporada de trocas na CCJ.
O PTB tamb�m pretende tirar Arnaldo Faria de S� (PTB-SP), not�rio opositor do governo, da titularidade da comiss�o. Faria de S� vai para supl�ncia no lugar de Giovani Cherini (PR-RS) e para a vaga de titular do PTB ser� designado Nelson Marquezelli (SP). Na bancada do PSD, Evandro Roman (PR) substituir� Expedito Netto (RO) como titular.
O esfor�o dos partidos da base aliada � garantir que governistas tenham prioridade de voto na aprecia��o do relat�rio do deputado S�rgio Zveiter. Como a perspectiva � de que o parecer ser� pela admissibilidade da den�ncia, os governistas atuam para reverter o cen�rio ruim e avisam que podem fazer mais substitui��es.
S� o Solidariedade fez quatro trocas nos �ltimos dias. Primeiro saiu Major Ol�mpio (SD-SP), que votaria contra o governo, e entrou o l�der da bancada, �ureo (SD-RJ), na vaga do titular. Ol�mpio foi para a supl�ncia. Na sequ�ncia, �ureo deixou a vaga de titular e indicou La�rcio Oliveira (SD-SE), reconhecido governista. Em uma vaga de suplente cedida pelo PROS, o Solidariedade formalizou a indica��o de Wladimir Costa (SD-PA). Costa ficou conhecido na Casa por ser defensor do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) no Conselho de �tica, mas, no dia da vota��o da cassa��o no colegiado, traiu o aliado e mudou de posi��o diante da press�o da opini�o p�blica.
Enquanto isso...
...Pedido de suspens�o � negado
A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra C�rmen L�cia, rejeitou ontem mandado de seguran�a de deputados do PDT que tentava suspender a tramita��o da den�ncia contra o presidente Michel Temer CCJ da C�mara dos Deputados. O pedido � assinado pelos deputados Afonso Antunes da Motta e Andr� Figueiredo. Para eles, era necess�rio suspender o andamento na CCJ at� que o deputado Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), presidente da comiss�o, pautasse para vota��o os pedidos protocolados sobre a convoca��o do procurador-geral da Rep�blica, Rodrigo Janot.