O Pal�cio do Planalto e a base aliada d�o como certa a apresenta��o de um relat�rio pela aceita��o da den�ncia contra o presidente Michel Temer na Comiss�o de Constitui��o e Justi�a (CCJ) da C�mara. O voto de Sergio Zveiter (PMDB-RJ) ser� lido na tarde desta segunda-feira (10) no colegiado. S�o necess�rios 34 votos para a aprova��o do parecer - o colegiado � composto por 66 deputados.
Temer demonstrou preocupa��o e pediu empenho da base para que a CCJ rejeite a admissibilidade da den�ncia por corrup��o passiva feita pelo procurador-geral, Rodrigo Janot, com base nas dela��es do Grupo J&F, dos irm�os Joesley e Wesley Batista. Embora a den�ncia tenha de ir a plen�rio independentemente do posicionamento da CCJ, a vit�ria no colegiado tem peso pol�tico.
O plano � investir na articula��o da base para assegurar tanto na CCJ quanto no plen�rio os votos contr�rios � den�ncia. "O presidente quer acelerar o mais r�pido poss�vel. O Pa�s n�o pode ficar sangrando", disse o deputado Fausto Pinato (PP-SP), que participou da reuni�o. O governo quer encerrar as discuss�es at� a pr�xima segunda-feira, v�spera do recesso.
Al�m dos l�deres partid�rios, participaram tamb�m do encontro os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil), Moreira Franco (Secretaria-Geral), Antonio Imbassahy (Governo) e Aloysio Nunes (Rela��es Exteriores) - os dois �ltimos do PSDB, sigla que hoje em S�o Paulo volta a discutir a perman�ncia ou o desembarque do governo.
Se o parecer de Zveiter for pr�-den�ncia, aliados de Temer dizem ter os votos necess�rios para rejeit�-lo. "N�o vou poder agradar a todo mundo, mas n�o vou fazer nada deliberadamente para desagradar a ningu�m", disse Zveiter � reportagem. Visto como um parlamentar descolado do Planalto, ele reiterou que seu voto ser� t�cnico, "totalmente isento" e de acordo com sua "consci�ncia". "Quem vai dar a solu��o para o problema e para a popula��o � o plen�rio", disse.
Zveiter n�o pediu mais prazos e cumprir� o acordo de finalizar a vota��o na CCJ dentro do prazo regimental de cinco sess�es plen�rias, o que frustrou a oposi��o. "Se ele votar com o governo, ele vai ficar desmoralizado", afirmou o deputado J�lio Delgado (PSB-MG).
O l�der do governo no Congresso, deputado Andr� Moura (PSC-SE), afirmou que a base est� pronta para derrubar um parecer pr�-den�ncia. Ignorando o movimento que j� fala em uma eventual substitui��o de Temer por Maia, Moura afirmou que o governo ter� mais de 40 votos na CCJ e vit�ria folgada no plen�rio. "A nossa base est� muito coesa, muito unida, e consciente de que n�o tem nada de maior gravidade no di�logo do presidente com o Joesley", disse. "Vencida esta etapa, n�s iniciamos, com foco priorit�rio, o plen�rio", afirmou.
Margem
Com a atual composi��o da CCJ, por�m, o governo n�o teria os votos suficientes. Para ter uma margem folgada de 39 deputados, ser�o feitas mudan�as na composi��o do colegiado. "Trabalhamos para ter uma maioria segura. � muito importante ganhar na CCJ", disse o l�der do PMDB, Baleia Rossi (SP).
Na avalia��o da oposi��o, se o governo precisa trocar membros da comiss�o � porque a batalha no plen�rio "est� perdida". "Maioria produzida por substitui��es � falsa", disse Alessandro Molon (Rede-RJ).
Para atrasar o cronograma da CCJ e for�ar o desgaste do governo, a oposi��o pretende insistir na aprova��o dos requerimentos para convidar Janot e promover o depoimento de Joesley e do ex-deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR). Os pedidos dever�o ser indeferidos pelo presidente do colegiado, Rodrigo Pacheco (PMDB-MG).
A vota��o do parecer ocorrer� na sexta-feira ou na segunda-feira. Ap�s a CCJ, a den�ncia vai para a an�lise do plen�rio da C�mara, onde o governo precisar� de 172 dos 513 votos para derrub�-la.