
S�o Paulo - O juiz federal S�rgio Moro afirmou que o ex-tesoureiro do PT Jo�o Vaccari Neto "roubava" para o partido recursos desviados de contratos firmados entre a Petrobras e empreiteiras investigadas pela Opera��o Lava-Jato. A declara��o foi feita em parecer ao Tribunal Regional Federal da 4ª Regi�o (TRF-4) pela manuten��o da pris�o do petista.
O ex-tesoureiro foi absolvido pelo tribunal em um dos processos no qual havia sido condenado em primeira inst�ncia a 15 anos de pris�o. Sua defesa entrou, ent�o, com um pedido de liberdade na corte. Vaccari, por�m, j� foi condenado em mais quatro a��es e h� ainda um mandado de pris�o preventiva contra o petista.
Vaccari foi sentenciado a penas de 9 anos (maio de 2016), de 6 anos e 8 meses (setembro de 2016), de 10 anos (fevereiro de 2017) e de 4 anos e 6 meses (junho de 2017). Ele est� preso em Curitiba desde abril de 2015.
Ao TRF-4, Moro reafirmou o "papel central" do petista nos esquemas de desvios na estatal petrol�fera. "Considerando os casos j� julgados, era ele o principal arrecadador de vantagens indevidas junto �s empresas fornecedoras da Petrobr�s para campanhas do Partido dos Trabalhadores", escreveu o magistrado, em sua manifesta��o.
O juiz afirmou tamb�m ser "importante esclarecer que n�o h� prova material de enriquecimento il�cito de Jo�o Vaccari Neto, pois, considerando os casos j� julgados, roubava ele para o partido e n�o para ele pr�prio".
Moro cobrou ainda o ressarcimento dos recursos desviados. "Tamb�m a t�tulo informativo, esclare�a-se que, em todas as condena��es por crimes de corrup��o, a progress�o de regime foi condicionada � devolu��o do produto do crime, o que n�o ocorreu, da parte de Jo�o Vaccari Neto, em nenhuma delas", afirmou o juiz.
Extens�o
O advogado de Vaccari, Luiz Fl�vio Borges D’Urso, disse que o pedido de habeas corpus foi apresentado em raz�o da absolvi��o pelo TRF-4, uma vez que "restaria somente uma pris�o preventiva, que tamb�m teria de ser revogada, pois esta seria extens�o da primeira".
"Fica patente a desnecessidade da manuten��o da pris�o preventiva de Vaccari, at� porque, nos outros tr�s processos, com suas tr�s condena��es, a pris�o preventiva n�o se mostrou necess�ria. Dessa forma, as informa��es que vieram da primeira inst�ncia, em nada modificam o que se busca neste habeas corpus", disse D’Urso.
O advogado ainda afirmou que o ex-tesoureiro � inocente e jamais arrecadou valores il�citos para o PT ou para si pr�prio. Segundo o advogado, palavra de delator "n�o serve de prova".