S�o Paulo - Palco de greves nos anos 1970, S�o Bernardo do Campo, no ABC paulista, estava nessa quinta-feira (13) mais para indiferente do que indignada com a condena��o do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva em primeira inst�ncia, no �mbito da Lava-Jato. Na quarta-feira (12), o juiz federal S�rgio Moro, de Curitiba, sentenciou o petista a 9 anos e 6 meses de pris�o por corrup��o passiva e lavagem de dinheiro.
No acesso � f�brica da Mercedes-Benz, os metal�rgicos falavam de Lula, mas a preocupa��o maior era a reforma trabalhista. Entre os trabalhadores, o serralheiro Clodoaldo Campos, de 38 anos, disse aprovar a decis�o de Moro. "A gente, que � metal�rgico, colocava a m�o no fogo por ele. Hoje em dia, na empresa, voc� v� muito ‘pe�o’ dividido um com o outro. Para a gente, ele era que nem um rei", disse o morador da Praia Grande, na Baixada Santista.
A analista de sistemas de gest�o da empresa no ABC Camila Dutra, de 28 anos, disse que comemorar a condena��o de Lula n�o tem vi�s ideol�gico. "O que mais precisa de evid�ncias para saber que ele cometeu algumas infra��es? Tem muita evid�ncia. N�o � porque a gente n�o gosta do partido", afirmou.
Empregado na f�brica desde os 14 anos, quando ainda era aprendiz, o engenheiro de produ��o Luiz Carvalho, de 37 anos, disse que n�o vota em Lula desde o mensal�o. "O fato de ele ser de origem metal�rgica n�o significa que os preceitos que ele segue ou prega sejam os mesmos conceitos �ticos que a gente acredita, com certeza n�o s�o", afirmou. "Quando ele assumiu o poder, foi uma esperan�a para todos n�s, mas, agora, para mim, perdeu o cr�dito total."
H� metal�rgicos que minimizam a culpa de Lula, conforme sentenciou Moro. Mec�nico montador, Lu�s Carlos, de 35 anos, � um deles. "Pol�tico nenhum � inocente, mas o que fizeram com ele a�, acho que o Brasil n�o gostou, n�o", disse.
O t�cnico de seguran�a �dipo Alves, de 29 anos, disse que n�o votaria no ex-presidente, mas ressaltou que n�o est� convencido de que ele � culpado. "A princ�pio n�o tem como saber se foi certo ou errado (a condena��o). Ao meu ver, n�o tem provas suficientes ainda."
Alves disse, ao fim da jornada na f�brica, que o tema foi pouco discutido ao longo do dia, o que tamb�m foi ressaltado pelo ajustador mec�nico Vlanir Oliveira, de 51 anos. "O que mais est� se comentando (na f�brica) hoje (ontem) � a reforma trabalhista. O pessoal est� mais preocupado com a reforma. Do Lula, teve repercuss�o quase nenhuma."